Cana-de-açúcar se torna segunda fonte de energia do país

A cana-de-açúcar ultrapassou a energia hidráulica e já é a segunda fonte primária de energia do país, informou a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) nesta quinta-feira.
Pelos dados preliminares do BEN (Balanço Energético Nacional) de 2007, a participação dos produtos derivados da cana chegou a 16% na matriz energética brasileira, ficando atrás apenas de petróleo e derivados, com 36,7%. A energia hidráulica foi responsável por 14,7% da matriz brasileira.

De acordo com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o crescimento da cana-de-açúcar como fonte primária de energia “é uma tendência meio irreversível” no país. Pela primeira vez a cana passou a energia hidráulica.

“É um fato inédito. A cana passará a ter papel superior ao da hidráulica mesmo com a previsão de entrada de grandes hidrelétricas como as usinas do Madeira e a de Belo Monte”, disse Tolmasquim.

O crescimento da cana-de-açúcar na matriz energética foi impulsionado pelo elevado consumo de álcool no país. No ano passado, a produção de álcool hidratado –o chamado álcool puro, usado para abastecer automóveis– aumentou 45,2%, totalizando 14,3 bilhões de litros. Já o consumo de álcool hidratado teve incremento de 46,1%, somando 10,4 bilhões de litros.

Ao mesmo tempo, a gasolina perdeu espaço entre os combustíveis, com redução de 3,9%.

Os derivados da cana-de-açúcar foram responsáveis ainda por mais de 40% do aumento do consumo. Ao todo, a oferta interna de energia no Brasil em 2007 cresceu 5,9% mediante um incremento de 5,8% do consumo.

Renovável

Segundo a EPE, o Brasil teve a participação de fontes renováveis –incluem energia hidráulica, produtos da cana-de-açúcar, lenha e carvão vegetal– na matriz energética ampliada em 2007. Elas foram responsáveis por 46,4% da oferta energética no país em 2007, totalizando 111 milhões de tep (toneladas equivalentes de petróleo). No ano anterior, essas fontes respondiam por 44,9% da matriz.

As fontes não renováveis –petróleo e derivados, gás natural, carvão mineral– corresponderam a 53,6% da oferta de energia no ano passado, ante participação de 55,1% em 2006. Ao todo, foram ofertados 128,3 milhões de tep oriundos de fontes não renováveis em 2007.

Folha de São Paulo

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