Estande da Bahia foi o mais visitado na maior feira mundial de turismo

Neste ano, a preocupação de quem visitou, entre 5 e 9/3, a ITB Berlim, a mais plural feira de turismo do mundo, não foi pensar em uma forma de conhecer o maior número possível dos 11 mil estandes que representaram 184 países espalhados em quase 90 mil m2 (o equivalente a 13 campos de futebol) do Messe Berlim.

A preocupação foi com as greves que marcaram a semana no país. Elas afetaram os principais aeroportos -causando o cancelamento de vôos e problemas com a entrega de bagagens- e o transporte público. Com metrô e ônibus parados, encontrar um táxi sem passageiro na cidade se transformou em exercício de paciência, e a melhor alternativa era aproveitar para usar os trens, que funcionaram normalmente.

Ao contrário do esperado por causa da greve, o resultado da feira, divulgado na última segunda-feira, foi positivo.

A quantidade de expositores superou em aproximadamente 25% a do ano passado, e o número de visitantes foi recorde: 177.897 pessoas.

Entre os mais visitados, estavam os estandes da Ásia e dos países árabes, com destaque para Dubai. Como parceira do evento, a República Dominicana mostrou marketing agressivo, com cartazes espalhados dentro e fora das dependências da ITB, aliás, sigla de International Tourism Exchange Berlin (nome oficial do evento).

Dos representantes do Brasil, o estande mais visitado por executivos e pelo público em geral foi o da Bahia. Quem preferiu fugir um pouco da agitação e ir para áreas menos movimentadas, como as que abrigavam os estandes da África, fez um bom negócio.

Tirando o inconveniente das apresentações caricatas, com homens sem camisa e mulheres com os rostos coloridos que se mostravam surpresos quando o visitante dizia que nunca viu um tigre de perto, a ida aos representantes de países como Etiópia, Madagascar e Gana revelou-se enriquecedora.

Enquanto nos espaços destinados a outros continentes executivos assistiam a apresentações multimídia, nos estandes africanos não era raro ver os visitantes sendo convidados a tomar um café preparado com ingredientes, bule e coador típicos de cada país, servido em louças tradicionais.

Eles se sentavam confortavelmente em almofadas dispostas no chão e, nelas, em um clima de bate-papo, conversavam com os expositores.

Entre os países africanos, destaque para Angola, que apresentou material consistente, expositores preparados e mostrou que o país, com 12 milhões de habitantes, praias e estrutura hoteleira, está disposto a se firmar como destino.

Em toda a feira, não demorou para que alguns estandes sofressem desfalque do material em inglês, o que dificultou o entendimento entre visitantes e expositores.

Já no último dia do evento, o site oficial (www.itb-berlin.de) começou uma contagem regressiva para a ITB Berlim 2009, de 11 a 15/3, com expectativa de novos recordes. Desta vez, quem sabe, sem o inconveniente das greves.

PRISCILA PASTRE-ROSSI
Folha de São Paulo

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