O Instituto Floresta Viva, ao lado de outras entidades ambientais e trade turístico (a exemplo de IESB e Atil), está buscando a mobilização de toda a região cacaueira para impedir a construção precipitada do novo Porto de Ilhéus. O local escolhido pelo Governo Estadual – na BA-001, que liga Ilhéus a Itacaré – tem uma área de mais de 17 milhões de metros quadrados, concentrando uma das maiores biodiversidades do mundo.
No meio de um Minicorredor Ecológico – entre a Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa Encantada, o Parque da Esperança, em Ilhéus, o Parque Estadual da Serra do Conduru, em Itacaré e Serra Grande – o local apontado para o novo Porto é ameaça ao ecossistema. De acordo com o diretor do Instituto Floresta Viva, Rui Rocha, “o local é um dos lugares mais bonitos do litoral brasileiro e foi preservado, até hoje, por muitas razões. Entre elas está a extraordinária vocação para o ecoturismo”.
Em razão da ameaça de um impacto negativo em uma das regiões que concentra os maiores recordes de biodiversidade no planeta, o diretor do Instituto Floresta Viva convoca toda a população regional para cobrar das autoridades estaduais e federais estudos mais aprofundados. A sugestão é que não apenas a sociedade civil organizada esteja envolvida no questionamento da área para o Porto em Ponta do Ramo, mas também a comunidade em geral.
O projeto do novo Porto está vinculado à implementação da ferrovia oeste-leste, para a exportação de minério, grãos (soja) e biocombustíveis. O ponto de partida seria a cidade de Caetité, produtora de urânio, e o destino final será o novo Porto em questão. “Segundo o projeto do Governo do Estado, o local contará com uma área para armazenamento de minérios, reforçando o risco de contaminação do local”, alerta Rui.
O novo empreendimento do Governo Estadual vem tomando forma de maneira acelerada. No dia 13 de janeiro deste ano, o Governador Jaques Wagner afirmou, quando esteve em Ilhéus, que não havia uma definição de local para a instalação do novo Porto. Contudo, no dia 19 de fevereiro, foi assinado o decreto número 10.917, desapropriando a área na margem esquerda da rodovia BA-001, no sentido Ilhéus – Itacaré.
Já no dia 28 de fevereiro, o Governo Estadual, através da Secretaria de Meio Ambiente, fez uma apresentação do projeto do novo Porto para o CEPRAM – Conselho Estadual da Preservação Ambiental. Durante a explanação, foi destacado que o empreendimento não trará prejuízos para o meio ambiente. Porém, segundo Rui Rocha, “os estudos são superficiais e devem ser aprofundados para que o patrimônio natural do Sul da Bahia não seja depredado irreversivelmente”.
FLORESTA VIVA / ASCOM