O Banco Central (BC) divulgou nesta manhã uma pesquisa que mostra que os brasileiros preferem usar dinheiro para pagar suas dívidas e fazer compras. Cerca de 77% dos entrevistados pelo BC disseram que usam notas e moedas diariamente, ao invés de cartões eletrônicos e cheques. Segundo o chefe do departamento do meio circulante, João Sidney Figueiredo Filho, há dois motivos para isso: a estabilização econômica e o fato de a maior parte dos trabalhadores ainda receberem seu salário em espécie. O levantamento apontou que 55% dos brasileiros recebem os salários em dinheiro.
Figueiredo Filho disse que é natural que as pessoas prefiram dinheiro, já que ele é mais confortável do que os outros meios de pagamento. Ele admitiu também que as taxas bancárias e de movimentação com cartões de pagamento tornam o dinheiro mais atraente para consumidores e comerciantes.
Ele disse ainda que a economia brasileira usa pouco dinheiro em relação ao PIB. “No início do Plano Real, cerca de 0,8% do PIB era movimentado por dinheiro. Agora, esse percentual é de aproximadamente 3,7%. Na Europa, essa relação do meio circulante com o PIB é de 6%. Nos Estados Unidos, também é de 6%. No Japão, 14% da economia é movimentada com dinheiro”, informou.
A pesquisa mostrou também que as pessoas estão utilizando mais moedas desde a última pesquisa em 2005. Naquele ano, em média, os brasileiros andavam com R$ 3,18 em moedas no bolso. Agora, essa média subiu para R$ 3,64. No Nordeste e no Centro-Oeste, os entrevistados disseram que costumam portar até R$ 4,06 em moedas, em média. Aproximadamente 54% das pessoas disseram que não guardam as moedas por mais de uma semana.
O levantamento mostrou também que os brasileiros ainda sentem falta de notas de R$ 2,00 e R$ 5,00. Figueiredo Filho afirmou que o BC irá aumentar o número de notas nesse valor nos próximos anos. As pessoas chegaram a demonstrar que gostariam de ver moedas de R$ 2,00 e R$ 5,00 em circulação. O chefe do departamento do BC disse que a instituição não tem planos para isso, mas não impede que no futuro se pense nessa possibilidade.
Cerca de 75% dos entrevistaram defenderam a colocação de moedas de R$ 2,00 em circulação. E outros 43% pediram moedas de R$ 5,00.
A pesquisa ouviu 2.041 pessoas em todas as unidades da federação. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Fonte: Terra