Apesar de alta recorde, Petrobras manterá preço da gasolina

O barril do petróleo WTI atingiu hoje a maior cotação da história, ao superar pela primeira vez os US$ 109, em Nova York. Apesar do resultado, a Petrobras disse na última segunda-feira que não pensa em reajustar o preço da gasolina e do óleo diesel no País. O diretor da área de abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa, anunciou que os preços dos derivados serão mantidos no Brasil, apesar do pior desempenho financeiro da companhia no ano passado.

“Não vamos tomar nenhuma decisão de reajuste por causa do preço de fechamento do petróleo de hoje (ontem)”, afirmou Costa, ao também fazer questão de reduzir o peso dos preços dos combustíveis sobre o resultado de 2007 da companhia. “O resultado do ano passado se deveu a uma série de fatores combinados.”

Na semana passada, a Petrobras anunciou um lucro líquido de R$ 21,5 bilhões em 2007, 17% inferior ao do ano anterior. Analistas do setor atribuíram boa parte da queda à política de preços da estatal. Além da cotação internacional do barril de petróleo, a fórmula de cálculo usada pela Petrobras também leva em consideração a variação do dólar no mesmo período e o custo interno de extração do petróleo.

Costa informou que, apesar do novo recorde do barril do petróleo, a empresa continuará a avaliar a tendência dos preços a longo prazo. A fórmula, justificou o executivo, visa a reduzir o impacto das variações internacionais do barril sobre os preços dos derivados. Para analistas do setor, embora tal política alivie o consumidor brasileiro, prejudica os acionistas minoritários da companhia.

Ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também divulgou os números da balança comercial brasileira referentes à primeira semana de março. As importações de petróleo e derivados somaram US$ 851 milhões, o equivalente a 56% do que o Brasil comprou em todo o mês de março em 2007 (US$ 1,523 bilhão). O valor também representa 41% do total importado de petróleo e derivados no mês passado, quando totalizou US$ 2,067 bilhões.

Segundo o ministério, excluindo o saldo de exportações e importações de petróleo e derivados, a balança comercial na primeira semana de março teria um superávit US$ 499 milhões, com exportações de US$ 3,035 bilhões e importações de US$ 2,536 bilhões. O problema é que, com a alta das importações do produto, o déficit na primeira semana de março foi de US$ 159 milhões, resultado de importações de US$ 3,387 bilhões e exportações de US$ 3,228 bilhões. Apesar dos números, tanto o Ministério quanto o próprio diretor da Petrobras informaram que as compras de petróleo e derivados deverão diminuir nos próximos meses.

Costa esclareceu que a entrada em produção de novas plataformas deverá reduzir as importações. De qualquer forma, admitiu que o crescimento dos desembarques nos primeiros meses deveu-se ao aumento da atividade econômica, que demanda um maior consumo de combustíveis.

“As importações estão em linha com o crescimento econômico do País”, disse Costa, ao evitar, no entanto, projetar um número para a balança brasileira de petróleo e derivados neste ano. O executivo limitou-se a informar, porém, que o resultado deverá ser positivo neste ano. Em 2007, o saldo líquido de importações e exportações do produto permaneceu positivo.

Gazeta Mercantil

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