A relação leito por 1.000 habitantes, em 2005, foi de 2,4 e está abaixo do parâmetro indicado pelo Ministério da Saúde que é de 2,5 a 3 leitos por 1.000 habitantes. Em 2002, esse índice era maior: 2,7.
No setor privado foi constatada a maior queda nesse índice (4,9% ao ano). No setor público, o declínio foi de 1,2%.
“Com a melhora da medicina, dos equipamentos os pacientes não precisam ficar mais tanto tempo internados. Mas a população de certa forma reclama da falta de leitos”, afirmou a pesquisadora Isabel Martins Santos.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, não vê preocupação na queda de leitos e não descarta que o ministério revise o parâmetro de leitos por habitante. Para ele, a redução dos leitos segue uma tendência mundial.
“A tendência é diminuir os leitos hospitalares principalmente nos pequenos hospitais do setor privado. O hospital não pode ser um depósito de paciente. O hospital tem de ser um local, onde o paciente vai e tem um atendimento digno e humano”, disse.
Para Barbosa, o ministério precisa concentrar esforços em outras questões, como melhorar a oferta de equipamentos de mamografia, tomografia, quimioterapia, entre outros; aperfeiçoar o atendimento emergencial, aumentar os exames especializados e regulamentar a Emenda Constitucional 29 –que define quais tipos de gastos são da saúde e quais não podem ser considerados como gastos de saúde.
Ele afirmou que, ao contrário da década de 90, quando prevalecia o modelo “hospitalocêntrico”, hoje a prioridade é a busca por mais tecnologias.
‘Não acredito que haja falta de leito. O que a gente tem no Brasil é o estrangulamento no acesso a certas tecnologias’, disse.
‘O prefeito achava que prestar serviço de saúde a sua população era construir um hospital de de 20, 30 leitos, sem resolutividade, por outro lado, não cuidava de vacinar criança, de fornecer pré-natal para a mulher.’
CLARICE SPITZ