De acordo com técnicos do Promo, com uma receita projetada de US$ 7,4 bilhões em 2006 e uma participação crescente no PIB estadual – cerca de 15% em 2005 –, as exportações devem continuar em ritmo ascendente nos próximos anos, prevendo-se um crescimento médio de 20% ao ano, para os próximos quatro anos, o que levaria o volume exportado a US$ 15 bilhões em 2010.
A corrente de comércio do estado – exportações somadas às importações – alcançou US$ 8,3 bilhões até setembro, com um crescimento de 24,3% sobre o mesmo período de 2005, enquanto o saldo comercial atingiu US$ 1,6 bilhão, o que já representa uma redução de 6,9% sobre 2005, tendência que deve se manter, dado o ritmo maior esperado para o crescimento das importações.
A liderança coube ao setor químico/petroquímico, com vendas de US$ 1,02 bilhão e incremento de 15,4% frente ao mesmo período de 2005. Esses produtos foram beneficiados pela alta do preço do petróleo, que também atingiu as resinas termoplásticas, que, em função da posição do mercado francamente comprador, principalmente da Europa e da China, tiveram grande valorização em 2006.
O setor de petróleo e derivados, apesar da redução nas vendas desde julho, ocupa a segunda posição em receitas no acumulado do ano, com US$ 899 milhões. Os preços, que recuaram 23% nos últimos três meses, influenciaram os resultados de setembro, bem como as decisões de ampliação e adaptação de refinarias do país para maior processamento do petróleo extraído localmente, dentro da estratégia de valorizar ao máximo o produto nacional, transformando-o em combustíveis nobres, como diesel, gasolina e querosene de aviação.
O cobre foi o principal responsável pelo bom desempenho do setor metalúrgico até setembro, com vendas de US$ 553,5 milhões. A cotação chegou a superar os US$ 8 mil a tonelada, impulsionada pelo aumento das tensões políticas, receios com escassez no fornecimento e forte demanda, principalmente da China. As exportações do setor metalúrgico cresceram 82,7%, alcançando US$ 755,6 milhões.
O setor automotivo respondeu até setembro por 13,1% das vendas externas do estado, contra cerca de 20% no fim de 2005, alcançando receitas de US$ 654,9 milhões.
As exportações de papel e celulose cresceram 97,3% até setembro – US$ 518 milhões –, resultado do aumento no volume exportado puxado pela maior demanda internacional, pelo aumento de preços e pelo crescimento da produção, decorrente da entrada em operação da Veracel, segunda maior planta industrial de celulose do mundo, agora com capacidade produtiva de 2,5 mil toneladas/dia.
Alguns setores na área de manufaturados, com maior conteúdo de insumos importados, e de consumo final, vêm obtendo resultados satisfatórios apesar do câmbio. É o caso dos produtos elétricos e eletrônicos, cujas vendas subiram 49,3% no acumulado até setembro, e o de pneus, com crescimento de 172%. Na média, entretanto, o fôlego do crescimento das exportações de manufaturados está mais fraco (+21,2%) contra um aumento de 45,9% no mesmo período do ano passado.
Setores como automóveis, químicos, calçados e móveis, com competitividade comprometida pela valorização excessiva do real, continuam com as exportações em ritmo menor, como forma de garantir os ganhos de escala e compensar o ainda pequeno crescimento da demanda interna.
As exportações de minerais, que chegaram a US$ 179,3 milhões, 63,4% acima do primeiro semestre se 2005, foram lideradas pelo ouro (39% das receitas), platina (19%) resíduos de metais preciosos (18%).
O mercado americano foi responsável por 18,7% das vendas baianas para o exterior até setembro, o equivalente a US$ 939,2 milhões e um crescimento de 30,2%, o que demonstra a importância do crescimento da economia americana para nossas exportações. A América Latina, incluindo o Mercosul já representa aproximadamente 28% das nossas vendas, enquanto que a União Européia 25%.
Segundo dados do Promo, no período, Estados Unidos, Argentina e México foram os maiores compradores dos produtos baianos, com aproximadamente 39% de participação, enquanto Chile, Argentina e Estados Unidos, com 37% de participação foram os principais fornecedores.
Importações
As importações atingiram US$ 424,7 milhões em setembro, elevando para US$ 3,3 bilhões o montante do ano (janeiro a setembro de 2006), o que supera em 35,5% o mesmo período do ano anterior. Para o Promo, a tendência de aumento maior das importações do que das exportações já vem ocorrendo há alguns meses e esperava-se que se intensificasse nesse período, em função do crescimento da produção industrial, da elevação das compras de bens de consumo próprias do período, do aumento dos preços do petróleo e do câmbio favorável.
O setor de bens de consumo duráveis e não duráveis acelerarou as compras em setembro, quando foram 82,3% e 75,4%, respectivamente, superiores às de igual mês de 2005. No acumulado do ano, as compras externas de itens de consumo da população aumentaram 75,1%.
O crescimento de 45% nas importações resultou em alta em todas as categorias de produtos, e não apenas em bens de consumo. Na comparação com 2005, as compras de matérias-primas e intermediários foram 63,8% maiores e as importações de combustíveis e lubrificantes elevaram-se 27%, enquanto nos bens de capital a variação foi de 6,4%. No conjunto do ano, as importações continuam crescendo em ritmo maior do que o das exportações: 35,6%
Os itens mais significativos importados em setembro foram sulfetos de minério de cobre, nafta, automóveis, querosene, microprocessadores, motores de explosão, aparelhos videofônicos e trigo. Esses produtos representaram 71% do total das compras externas no mês.