Comércio varejista baiano tem expansão de 7,02% nas vendas

Em agosto, o volume de vendas do comércio varejista da Bahia registrou expansão de 7,02% em relação a igual mês de 2005. Esse foi o trigésimo terceiro mês consecutivo em que o comércio baiano apresentou resultado positivo. No mês, a comemoração do Dia dos Pais contribuiu para impulsionar as vendas que, mais uma vez, foram influenciadas pelo bom desempenho dos negócios no grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
Os índices estão na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em parceria pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Seplan. No comparativo da variação mensal (agosto/julho) observou-se queda de 0,42%.
Nos últimos meses, as constantes variações positivas apresentadas pelo ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, vêm sendo responsáveis pelas principais contribuições na formação da taxa que mede o comportamento do comércio baiano.
No contexto das oito atividades que compõem o indicador do varejo, o ramo apresenta o peso mais representativo, ficando em torno de 40% e depende essencialmente do poder de compra dos consumidores. A recuperação dos rendimentos, principalmente da parcela da população de mais baixa renda vem concorrendo para impulsionar os negócios do ramo.
Comparando com o mesmo período do ano passado, nos primeiros oito meses de 2006 o comércio baiano acumulou incremento de 8,72%. Essa taxa permaneceu praticamente estável na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o setor registrou expansão de 8,00%. A pesquisa apurou também, que por conta das sucessivas taxas de crescimento apuradas mensalmente, o volume de vendas acumulado nos últimos 12 meses apresentou variação positiva de 7,58%.
O crescimento das vendas nesses períodos foi beneficiado principalmente pela melhoria do emprego no estado, pelo acréscimo da massa salarial e pela queda do dólar. Além disso, as constantes promoções, motivadas pela concorrência entre as grandes redes varejistas contribuíram não só para dinamizar os negócios do setor, como também para acarretar quedas nos preços de vários produtos. O que fez aumentar a poder de compra do consumidor.
Em 2006, a expectativa para queda da inflação é bastante favorável. O IPCA – índice oficial adotado como parâmetro pelo Banco Central para se estabelecer as metas inflacionárias – acumulou de janeiro a agosto incremento de 1,78%, demonstrando que deverá encerrar o ano com crescimento inferior a 4,5%, portanto abaixo da meta fixada para este ano.
Na avaliação de analistas econômicos, o Banco Central tem sido cauteloso na condução da política monetária, uma vez que o ritmo de queda da inflação permitiria reduções mais acentuadas. Contudo, em agosto, as autoridades governamentais, pela décima vez, reduziram a taxa Selic, que passou de 14,75% para 14,25% ao ano. Essa é a menor taxa dos últimos dez anos, quando foi criado o Comitê de Política Monetária (Copom). As reduções da Selic tiveram início em setembro de 2005. Desde então, a taxa teve queda de 5,5 pontos percentuais. No entanto, mesmo descontando a inflação, os juros reais ainda se mantêm elevados.
Em dezembro de 2003, o comércio baiano começou a registrar variações positivas. Os principais destaques foram observados nos segmentos de móveis e eletrodomésticos e Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação. Impulsionados pelas facilidades de acesso ao crédito, pelas reduções dos preços e pela elasticidade dos prazos de financiamento, esses bens duráveis apresentaram por longo período significativas taxas de expansão nas vendas. Porém, nos últimos três meses, vêm apontando desaceleração nesses ramos de atividade.
Tal afirmação pode ser comprovada pela taxa de 8,77% observada para o segmento de Móveis e eletrodomésticos, que apesar de positiva, foi a de menor expressividade desde outubro de 2003. Já o ramo de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação registrou o primeiro resultado negativo da série iniciada em janeiro de 2005, quando o IBGE passou a divulgar dados para o segmento. Vale lembrar que nesse ano a expansão do crédito foi fundamental para alavancar os negócios. Em 2006 o aumento da renda da população de menor poder aquisitivo vem-se refletindo positivamente nos segmentos que comercializam bens não-duráveis.
Apesar dos fracos desempenhos apresentados por esses dois ramos, os prognósticos são que o comércio baiano deverá manter, nos próximos meses, expansão nas vendas, já que tradicionalmente o segundo semestre é um período mais favorável para o setor. Entre outros fatores, concorrerá para isso: o fato de que com a proximidade do fim do ano muitos consumidores inadimplentes vêm recorrendo ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) para renegociar seus débitos, o que possibilita a volta as compras, principalmente de bens duráveis.
Em agosto, os dados da PMC confrontados com igual mês de 2005, revelaram que com expansão de 15,00% no volume de vendas, o grupo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo permaneceu liderando as vendas, ao passo que no subgrupo de hipermercados e supermercados a taxa foi mais expressiva (25,98%). Impulsionado pela comemoração do Dia dos Pais, o ramo de outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou acréscimo de 13,25%.
Também registraram variações positivas: móveis e eletrodomésticos (8,77%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,11%) e tecidos, vestuário e calçados (2,87%).
Por outro lado, mantiveram acentuados recuos nas vendas: livros, jornais, revistas e papelaria (-25,74%) e combustíveis e lubrificantes (-5,42%). Após apresentar por dezenove meses seguidos os principais destaques nos negócios, chamou a atenção a queda de 9,47% verificada no ramo de equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação.
Nos segmentos que não compõem o indicador do varejo: veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, foi verificada expansão nas vendas, de respectivamente, 18,81% e 4,30%.

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