*Há a história na qual relata que, por ordem Superior, Noé, trabalhosa e
pacientemente, juntou as fezes de todos os animais do globo terrestre,
ensacou e lançou ao mar. O amontoado de merda boiou durante anos no imenso oceano, até que, em 1500, foi avistado por alguém do timão da caravela de um tal Cabral, que gritou: “Terra à vista”. E ainda estamos pagando a prazo. *
*Mais de quinhentos anos de Brasil. Desde à época em que os portugueses
trocaram, com os nossos índios, quinquilharias tipo miçangas e espelhinhos por mais de oito milhões de quilômetros quadrados de terra, muita água rolou em baixo da ponte. Diversos acontecimentos históricos nesse lugar paradisíaco miscigenado de africanos, árabes, espanhóis, italianos, portugueses, gente oriunda de todo o mundo e – quem sabe! – de outros planetas. *
*A nossa gente brasileira vive, ou melhor, sobrevive, suportando os
percalços desse pobre país rico. É tempo de eleições. Momento de reflexão.
pacientemente, juntou as fezes de todos os animais do globo terrestre,
ensacou e lançou ao mar. O amontoado de merda boiou durante anos no imenso oceano, até que, em 1500, foi avistado por alguém do timão da caravela de um tal Cabral, que gritou: “Terra à vista”. E ainda estamos pagando a prazo. *
*Mais de quinhentos anos de Brasil. Desde à época em que os portugueses
trocaram, com os nossos índios, quinquilharias tipo miçangas e espelhinhos por mais de oito milhões de quilômetros quadrados de terra, muita água rolou em baixo da ponte. Diversos acontecimentos históricos nesse lugar paradisíaco miscigenado de africanos, árabes, espanhóis, italianos, portugueses, gente oriunda de todo o mundo e – quem sabe! – de outros planetas. *
*A nossa gente brasileira vive, ou melhor, sobrevive, suportando os
percalços desse pobre país rico. É tempo de eleições. Momento de reflexão.
Muitos pleiteam o posto de comando – ou de auxiliar de navegação – da nau
que se encontra à deriva. Tarefa penosa a de solucionar ou atenuar os
problemas crônicos pentacentenários do Brasil – se é que existe essa
expressão! *
*Peço licença a você, caro leitor, para fazer a defesa de quem nem sequer
tenho a procuração para tal. O comum é condenar, execrar, achincalhar os
políticos. Acredito demais na força da palavra. Devemos focalizar qualquer situação pelo ponto-de-vista positivo, concorda? Admiro a tenacidade de senhoras e senhores na luta incansável para ganhar o direito de se tornar um defensor da gente sofrida, tornando-se seu representante legal. Essas criaturas benignas, de sentimento nobre, poderiam estar dedicando atenção, única e exclusivamente, às suas respectivas famílias. Mas não, dão-se ao trabalho de subir e descer morros, caminhar por estradas acidentadas, seja de carro, carroça, cavalo ou jeguinho, convencendo ao povo de que são as melhores opções para, ao menos, minorar as condições de miséria dos pouco favorecidos. Além da predisposição física, é impressionante, admirável, a quantia real que esses seres humanos benévolos gastam com carros de som, santinhos, praguinhas, panfletos, cartazes, viagens, rodadinhas de cervejas, etc. Tudo isso, sabe para que? Somente para melhorar a vida das pessoas. Os
milhares ou milhões de reais gastos na campanha política jamais serão
reembolsados, levando-se em consideração o mínimo salário percebido pelo
cargo, embora não seja um salário mínimo. É ou não é uma vontade descomunal de querer proporcionar uma vida digna para seus semelhantes? Quanto mais o candidato gasta na campanha, mais fica evidenciada a sua sede santa. *
*O revoltante é que os cidadãos, agora chamados de eleitores, não reconhecem os esforços sobrenaturais daqueles que só almejam viver numa sociedade justa com todos em igualdade de condições. Só isso. Não é por outro motivo, gente.
*
*Essas palavras, talvez, não passam de pregação no deserto. Ainda assim,
tomara que o povo brasileiro esteja iluminado nas eleições, depositando na urna seu voto consistente, consciente. Um dia desses, presenciei a conversa de uma senhora com o professor. A senhora afirmou, a tegoricamente, que não votaria na Heloísa Helena por achá-la temperamental. O professor declarou que não votaria no Cristovam Buarque, por considerá-lo o candidato de uma nota só. Um negão – que não fui eu – observando, comentou: “Engraçado! A mulher não vota na mulher. O professor não vota no defensor da educação; e eu, negro, prestes a votar em branco”. *
**
** Marcos Pennha é redator de humor e escreve uma coluna de piadas no jornal Foco Regional.*
que se encontra à deriva. Tarefa penosa a de solucionar ou atenuar os
problemas crônicos pentacentenários do Brasil – se é que existe essa
expressão! *
*Peço licença a você, caro leitor, para fazer a defesa de quem nem sequer
tenho a procuração para tal. O comum é condenar, execrar, achincalhar os
políticos. Acredito demais na força da palavra. Devemos focalizar qualquer situação pelo ponto-de-vista positivo, concorda? Admiro a tenacidade de senhoras e senhores na luta incansável para ganhar o direito de se tornar um defensor da gente sofrida, tornando-se seu representante legal. Essas criaturas benignas, de sentimento nobre, poderiam estar dedicando atenção, única e exclusivamente, às suas respectivas famílias. Mas não, dão-se ao trabalho de subir e descer morros, caminhar por estradas acidentadas, seja de carro, carroça, cavalo ou jeguinho, convencendo ao povo de que são as melhores opções para, ao menos, minorar as condições de miséria dos pouco favorecidos. Além da predisposição física, é impressionante, admirável, a quantia real que esses seres humanos benévolos gastam com carros de som, santinhos, praguinhas, panfletos, cartazes, viagens, rodadinhas de cervejas, etc. Tudo isso, sabe para que? Somente para melhorar a vida das pessoas. Os
milhares ou milhões de reais gastos na campanha política jamais serão
reembolsados, levando-se em consideração o mínimo salário percebido pelo
cargo, embora não seja um salário mínimo. É ou não é uma vontade descomunal de querer proporcionar uma vida digna para seus semelhantes? Quanto mais o candidato gasta na campanha, mais fica evidenciada a sua sede santa. *
*O revoltante é que os cidadãos, agora chamados de eleitores, não reconhecem os esforços sobrenaturais daqueles que só almejam viver numa sociedade justa com todos em igualdade de condições. Só isso. Não é por outro motivo, gente.
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*Essas palavras, talvez, não passam de pregação no deserto. Ainda assim,
tomara que o povo brasileiro esteja iluminado nas eleições, depositando na urna seu voto consistente, consciente. Um dia desses, presenciei a conversa de uma senhora com o professor. A senhora afirmou, a tegoricamente, que não votaria na Heloísa Helena por achá-la temperamental. O professor declarou que não votaria no Cristovam Buarque, por considerá-lo o candidato de uma nota só. Um negão – que não fui eu – observando, comentou: “Engraçado! A mulher não vota na mulher. O professor não vota no defensor da educação; e eu, negro, prestes a votar em branco”. *
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** Marcos Pennha é redator de humor e escreve uma coluna de piadas no jornal Foco Regional.*