Estado amplia apoio à cacauicultura com mais três unidades da biofábrica

Mais três unidades da biofábrica foram inauguradas dia 30 nos municípios de Gandu, Coaraci e Ibirataia. Agora, já são 13 viveiros em funcionamento. O objetivo é descentralizar e facilitar o acesso dos produtores às mudas clonais de cacau, fruteiras e essências tropicais, já que, anteriormente, esse material genético melhorado e mais resistente às pragas só era adquirido na matriz da biofábrica, em Ilhéus.
Já estavam em funcionamento 12 unidades implantadas nos municípios de Ubatã, Itajuípe, Buerarema, Arataca, Ibicaraí, Jussari, Pau Brasil, Una, Canavieiras e Santa Luzia. As próximas inaugurações serão nas cidades de Camacã, Ipiaú, Mascote e Ubaitaba. Estavam presentes às inaugurações os secretários Pedro Barbosa (Agricultura) e Clodoveo Piazza (Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais).
Para Pedro Barbosa, a descentralização das unidades da biofábrica é um trabalho importante que o governo abraçou com muita determinação. “Em boa hora estamos levando a biofábrica aos produtores que têm mais dificuldade de ir buscar o material em Ilhéus. Verificamos que a produção tem aumentado nessa importante região, onde o clima é um pouco mais ameno, e a vassoura-de-bruxa tem mais dificuldade de provocar estragos”, avaliou o secretário.
Ele acrescentou que a inauguração dos viveiros é mais um passo dentre um conjunto de ações para a recuperação da lavoura cacaueira, aliado à determinação dos produtores em acreditar no potencial do material genético distribuído e utilizá-lo em suas plantações. “Acredito que a região ainda vai produzir muito mais com os materiais genéticos e todos os pequenos produtores vão aproveitar essa oportunidade da melhor forma”, disse Barbosa.
Nos últimos quatro meses, através das unidades descentralizadas em funcionamento na Bahia, mais de 160 mil mudas foram disponibilizadas e cerca de 430 produtores foram beneficiados. Os números expressivos são referendados por José Carlos Macedo, diretor geral do Instituto Biofábrica. “É um passo importante por facilitar o acesso dos produtores aos materiais genéticos, não só de clones de alta produtividade e resistência à vassoura-de-bruxa, mas também em relação às mudas de fruteiras tropicais e essências florestais para recuperação das bacias hidrográficas da região”, comentou. Para Macedo, isso demonstra o acerto do Governo do Estado em descentralizar a distribuição das mudas, que anteriormente era unicamente realizada na localidade de Banco do Pedro, em Ilhéus.

Geração de renda

O padre Clodoveo Piazza afirmou que a biofábrica é uma maneira de renovar a lavoura cacaueira através da tecnologia. “Assim, também estamos procurando incrementar toda a forma de geração de renda entre os pequenos agricultores, oferecendo-lhes um produto de altíssima qualidade, como a muda clonal”, disse. Ele lembrou ainda que essas ações fazem parte de programas do governo que possibilitam que o cidadão, de fato, mude sua vida e tenha um futuro melhor.
A expansão dos viveiros trará benefícios aos produtores da região. Gente como seu Vivaldo Néri, 41 anos, que planta cacau e hortaliças desde 1982 na Fazenda do Povo, sítio comunitário da cidade de Ipiaú, onde 120 famílias praticam a agricultura. Na semana passada, Vivaldo adquiriu mudas clonais de cacau e de goiabeira da biofábrica.
Ele revela que acredita no potencial da técnica da clonagem, pois já teve oportunidade de conferir as vantagens que o método trouxe a outros produtores. “Tenho acompanhado os bons resultados e, com a biofábrica mais perto de nós, tudo ficará mais fácil. Creio que as mudas clonais são uma alternativa para revitalização da lavoura cacaueira”, diz ele, que é pai de cinco filhos e planta 20 hectares de cacau na fazenda comunitária.

Resistente a pragas

A Biofábrica foi criada em 1999 pelo Governo do Estado e tem o objetivo de multiplicar e distribuir material genético (mudas clonais) melhorado e resistente a pragas como vassoura-de-bruxa. As biofábricas matrizes estão localizadas nas cidades de Ilhéus e Arataca. Os viveiros facilitam o acesso dos micro e pequenos produtores às mudas, sem que eles precisem se deslocar até as unidades centrais.
As matrizes buscarão justamente alimentar os viveiros, recebendo e distribuindo as mudas, que são vendidas a preços subsidiados – R$ 0,40, enquanto o preço de mercado é R$ 1. Para implantação e manutenção das matrizes e viveiros, o governo já investiu cerca de R$ 1,6 milhão.
O Instituto Biofábrica de Ilhéus já distribuiu mais de nove milhões de mudas de cacau clonal, 4,2 milhões de “garfos” para enxertia no cacaueiro doente e mais de quatro milhões de mudas de fruteiras e essências florestais. A unidade é considerada o maior centro de multiplicação vegetativa de cacau do mundo e conta com 20 viveiros, cada um com 220 mil mudas.
Ações desse tipo têm a meta de revitalizar a lavoura cacaueira. A implantação dos viveiros é fruto de uma iniciativa conjunta das secretarias da Agricultura (Seagri) e de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (Secomp), além do Instituto Biofábrica e das prefeituras das cidades onde são instalados.

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