Bahia foi o estado que gerou mais postos de trabalho no Nordeste

A maior parte dos empregos criados em julho deste ano no estado da Bahia ficou concentrada fora dos limites da Região Metropolitana de Salvador. O interior respondeu por cerca de 2/3 do total de empregos, o que corresponde a 3.133 postos, ficando a RMS com o 1/3 restante, que é igual a 1.514 empregos.
A Bahia foi o estado que mais contribuiu para o crescimento do emprego no acumulado do ano (janeiro a julho) com um saldo positivo de 27.493 postos de trabalho, enquanto que o conjunto da região Nordeste contabilizou um saldo de 36.446 postos. Ou seja, o saldo da Bahia representou 75% dos postos formais registrados no Nordeste este ano.
Os números estão no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. A pesquisa é analisada e divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Seplan.
Para o secretário do Planejamento, Armando Avena, os dados do Caged demonstram o dinamismo da economia baiana, fora do eixo da RMS. E mostram que o crescimento econômico do estado se expande além da área mais dinâmica e industrial, que é a capital baiana.
“Vale ressaltar que a Bahia se apresenta no Nordeste, como um local de oferta de maior emprego da região, resultado da política de atração de expansão das empresas e do crescimento da economia nos últimos três anos, que foi o dobro do verificado a nível nacional”, analisou Avena.
Na análise dos 39 municípios baianos com mais de 50 mil habitantes, selecionados pelo Caged, Juazeiro se destaca com o mais expressivo saldo de 1.307 empregos celetistas no mês de julho de 2006, superando as 1.143 vagas abertas em Salvador. Esse resultado foi causado pelo ótimo desempenho do setor agropecuário, responsável por 93,9% do total de postos com carteira assinada gerados em Juazeiro.

Construção civil em alta

Em Salvador, a construção civil foi o setor que mais se destacou na criação dos empregos formais, correspondendo a 50,7% do total. Outros municípios baianos, de médio porte, que se destacaram pelos saldos registrados em julho foram: Casa Nova, com 541 empregos, sendo 99,8% deles provenientes da agropecuária. Itapetinga, com 263 postos com carteira assinada, dos quais 77,9% foram na indústria de transformação e Vitória da Conquista, cujo saldo de 249 vagas teve 37,8% gerados por atividades econômicas ligadas ao setor de serviços.
Essa dinâmica não é exclusiva da realidade baiana, sendo observada em outros estados que também possuem regiões metropolitanas. De forma geral, no conjunto das regiões metropolitanas do país houve um aumento de 53.326 empregos com carteira assinada em julho. No interior dos estados em que se encontram essas áreas urbanas, foram criados 65.762 postos no mesmo período.
Nos sete primeiros meses do ano de 2006, a dinâmica do mercado de trabalho formal celetista foi liderada por Salvador, com o saldo de 6.359 empregos. O setor da construção civil foi quem mais contribuiu para este resultado, com 36,5% do total. Algumas obras de maior porte na cidade tem sido responsáveis pelo aquecimento desse setor, como as obras do Metrô de Salvador e a construção do viaduto na Avenida Tancredo Neves.
Os saldos dos municípios de Juazeiro (3.701), Vitória da Conquista (2.247), Cruz das Almas (1.172) e Camaçari (1.087), juntamente com o de Salvador, foram os mais expressivos desse período. Os empregos com carteira assinada criados em cada um desses municípios deveram-se, respectivamente, ao dinamismo econômico nos setores: da agropecuária (55,4%), indústria de transformação (33,2%), agropecuária (42,7%) e construção civil (62,1%). Vale ressaltar que Eunápolis foi o município com o menor saldo de emprego formal celetista de janeiro a julho de 2006, eliminando 426 vagas. O motivo dessa retração foi o setor de serviços.
Na RMS, o maior saldo é da indústria de transformação com 966 postos de trabalho. Em seguida, vem a construção civil com 773 vagas. O desempenho desse setor que durante todo o ano de 2005 esteve vinculado ao segmento imobiliário, agora está associado a obras públicas como o metrô.
O setor de serviços da RMS, apresentou saldo negativo de -778 vagas. Nesse caso, o ramo de alojamento e alimentação foi o que teve o menor resultado com -935 postos de trabalho, refletindo as variações sazonais do turismo na região. Os serviços industriais de utilidade pública da RMS também apresentaram resultado negativo de -98 vagas.

Serviços e agricultura

No Brasil, o setor de serviços despontou como o que apresentou o maior saldo do mês de julho: 52.118 vagas, o que representou cerca de um terço do total de empregos com carteira assinada registrados no país. O destaque foi a administração de imóveis com 31.022 empregos. Em seguida, veio o comércio com 28.085 vagas, concentradas no comércio varejista, e a construção civil com 24.640 postos de trabalho, acompanhando o desempenho do segmento imobiliário.
A agropecuária foi o setor da atividade econômica que mais se destacou do ponto de vista do saldo de emprego após o de serviços, com um total de 27.748 postos, mesmo com 73.463 desligamentos, isso por conta do término da colheita da 1a safra da soja, que vai de março a junho, e coincide com a retração das exportações. E também pela cultura da cana-de-açúcar, pois seu período de colheita, pela agricultura convencional, com uso mais intensivo de mão-de-obra se encerrou no mês de julho.
No acumulado do ano, os serviços com 376.947 empregos e a indústria de transformação com 235.875 vagas responderam pelos maiores resultados. Nenhum segmento teve saldo negativo. Com os resultados obtidos em julho, quebrou-se a barreira de 1 milhão de postos de trabalho no acumulado do ano, totalizando um saldo de emprego de 1.078.155 postos de trabalho, montante esse que é muito próximo do resultado encontrado em igual período do ano anterior.

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