Dos 145 esfigmomanômetros aneróides – popularmente conhecidos como medidores de pressão – avaliados na rede hospitalar pública e privada da capital baiana e que fazem parte da rede de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Aplicado à saúde (Retech), 112 não estavam em conformidade com os requisitos exigidos pelo Inmetro.
Os equipamentos que são comercializados e colocados em funcionamento não recebem o devido acompanhamento após anos de utilização, sendo substituídos quando apresentam erros, constatados pelos operadores. As aferições pelo órgão fiscalizador (Vigilância Sanitária e Ambiental) só ocorrer anualmente.
A falta de calibragem dos equipamentos pode implicar em erros médicos e o problema é que não são notados a olho nu e sim após serem submetidos a testes específicos com aferição de todos os circuitos. Na rede pública a fiscalização é defasada e se restringe à manutenção da parte física e estrutural dos hospitais, constatou a pesquisa.
As surpresas do infarto
Tomografia computadorizada das coronárias detecta o perigo.
Estudo divulgado durante o 8º Simpósio Internacional de Tomografia Computadorizada – que aconteceu em San Francisco/USA – tem deixado médicos cardiologistas mais otimistas quanto à prevenção de episódios graves em pacientes assintomáticos.
Para o doutor Jeffrey Goldman, diretor do Manhattan Diagnostic Radiology (Nova Iorque), a Tomografia Computadorizada das coronárias detectou cerca de 20% das isquemias silenciosas em pacientes de alto risco que sequer apresentavam o sintoma de dor no peito.
Um dos fatores mais positivos do uso da TC das coronárias é a precisão com que o médico pode avaliar as reais condições do paciente. Outro fator relevante é que, muitas vezes, o número de cateterismos cardíacos diminui, já que o exame negativo de TC de coronárias evita uma intervenção desnecessária, explica o doutor Marcelo Secaf, da URP Diagnósticos Médicos (SP).
Segundo ele, além da angio-TC, que apresenta vantagens como maior disponibilidade, maior rapidez e custos menores, a angio-RM (ressonância magnética) é capaz de detectar com alto grau de precisão a função cardíaca e a viabilidade do miocárdio (o músculo cardíaco) após a incidência do infarto. Neste caso, o fato de não expor o paciente à radiação também é um benefício à saúde, devendo ser levado em conta.
A isquemia silenciosa é definida pela ausência de angina (dor no peito) e pode ser diagnosticada pela TC das coronárias inclusive quando o paciente também não apresentar alterações clínicas como palidez, sudorese ou arritmia cardíaca – o que dificultava muito a investigação diagnóstica.
Dados americanos apontam que 2,5% da população têm isquemia silenciosa. Entre pacientes de alto risco – com idade avançada, hipertensos, obesos e diabéticos – essa taxa é elevada entre 10% e 20%. Informa a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que 15% dos infartos do miocárdio são silenciosos.