Hospitais baianos usam medidores de pressão arterial com defeitos

Reportagem dos alunos do curso de Jornalismo da FIB denuncia falha em mais de 77% dos tensiômetros utilizados.

Dos 145 esfigmomanômetros aneróides – popularmente conhecidos como medidores de pressão – avaliados na rede hospitalar pública e privada da capital baiana e que fazem parte da rede de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Aplicado à saúde (Retech), 112 não estavam em conformidade com os requisitos exigidos pelo Inmetro.
Os equipamentos que são comercializados e colocados em funcionamento não recebem o devido acompanhamento após anos de utilização, sendo substituídos quando apresentam erros, constatados pelos operadores. As aferições pelo órgão fiscalizador (Vigilância Sanitária e Ambiental) só ocorrer anualmente.
A falta de calibragem dos equipamentos pode implicar em erros médicos e o problema é que não são notados a olho nu e sim após serem submetidos a testes específicos com aferição de todos os circuitos. Na rede pública a fiscalização é defasada e se restringe à manutenção da parte física e estrutural dos hospitais, constatou a pesquisa.

Assinada pelos estudantes Diego Luduwice, Camilla França e Vinicius Costa, a matéria é bem elucidativa e recebeu todas as informações do Mestre em Pedagogia Profissional e professor de Engenharia Elétrica do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (CEFET-BA), Handerson Jorge Leite. Ali está sendo desenvolvido um protótipo de tensiômetro pioneiro na Bahia e no Brasil, com financiamento da Fapesb, Finep, Sesab e Retech.

As surpresas do infarto

Tomografia computadorizada das coronárias detecta o perigo.

Estudo divulgado durante o 8º Simpósio Internacional de Tomografia Computadorizada – que aconteceu em San Francisco/USA – tem deixado médicos cardiologistas mais otimistas quanto à prevenção de episódios graves em pacientes assintomáticos.

Para o doutor Jeffrey Goldman, diretor do Manhattan Diagnostic Radiology (Nova Iorque), a Tomografia Computadorizada das coronárias detectou cerca de 20% das isquemias silenciosas em pacientes de alto risco que sequer apresentavam o sintoma de dor no peito.

Um dos fatores mais positivos do uso da TC das coronárias é a precisão com que o médico pode avaliar as reais condições do paciente. Outro fator relevante é que, muitas vezes, o número de cateterismos cardíacos diminui, já que o exame negativo de TC de coronárias evita uma intervenção desnecessária, explica o doutor Marcelo Secaf, da URP Diagnósticos Médicos (SP).

Segundo ele, além da angio-TC, que apresenta vantagens como maior disponibilidade, maior rapidez e custos menores, a angio-RM (ressonância magnética) é capaz de detectar com alto grau de precisão a função cardíaca e a viabilidade do miocárdio (o músculo cardíaco) após a incidência do infarto. Neste caso, o fato de não expor o paciente à radiação também é um benefício à saúde, devendo ser levado em conta.

A isquemia silenciosa é definida pela ausência de angina (dor no peito) e pode ser diagnosticada pela TC das coronárias inclusive quando o paciente também não apresentar alterações clínicas como palidez, sudorese ou arritmia cardíaca – o que dificultava muito a investigação diagnóstica.

Dados americanos apontam que 2,5% da população têm isquemia silenciosa. Entre pacientes de alto risco – com idade avançada, hipertensos, obesos e diabéticos – essa taxa é elevada entre 10% e 20%. Informa a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que 15% dos infartos do miocárdio são silenciosos.

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