Itabuna pára dia 21 e realiza ato público sobre apuração de crime biológico

Itabuna pára dia 21 e realiza um grande ato público que exige apuração da denúncia que deixou o sul da Bahia com 30 mil produtores falidos, 250 mil trabalhadores desempregados e comprometeu o futuro da região. Isso foi o que ficou decidido na reunião de hoje (12), no auditório da Faculdade Tecnologia e Ciência (FTC), que contou com a participação de prefeitos, vereadores, produtores de cacau e de diversas lideranças regionais. Denominado de “Levante regional”, a saída está marcada para as 9 horas, programada para o viaduto Paulo Souto – antigo “Trevo da morte“ – em confluência com as BRs-415 e 101.
Ao conduzir a reunião, a prefeita de Camacan e presidente em exercício da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), Débora Carvalho Borges Santos, disse que não se trata de ato político, “e sim em defesa da região que se encontra num caos coletivo. Esse crime confessado trouxe reflexos negativos para o comércio varejista, surgimento do processo de favelização em diversos municípios e o pior, atualmente as prefeituras vêm perdendo de forma gradativa índices importantes do ICMs e do FPM, tudo isso por conta da incidência da vassoura-de-bruxa”, observou.
No entender da prefeita, na reunião de hoje o que objetivou foi conclamar uma união de todos os segmentos da região cacaueira para a grande mobilização que ocorrerá no dia 21 deste mês, “quando estaremos interditando a BR-101, para sensibilizar todas as autoridades para a apuração da denúncia publicada na revista “Veja”. Hoje, assumiremos um compromisso coletivo para com toda a nossa região e com as vítimas desse crime”.
Protesto dos cacauicultores – Sobre o que está sendo plantado em alguns jornais da região de que os cacauicultores estão desviando o assunto e faz campanhas para não pagar a dívida que atinge cerca 800 milhões de reais. Para a prefeita de Camacan, isso é fruto de imaginação de pessoas que estão com medo de passar por investigação sobre a denúncia que empobreceu a nossa região. “O movimento não tem nenhuma bandeira político partidária e os responsáveis pelo crime sejam punidos de forma severa, pagando por tudo isso que aconteceu no sul da Bahia”.
Segundo ela, todos os cacauicultores são unânimes em afirmar que a dívida contraída com os bancos oficiais seja paga dentro da realidade de mercado, “e nós, na qualidade de produtores rurais, não estamos com o pretexto de desviar a atenção das autoridades econômicas sobre o assunto. Outra questão a se levantada é que essa luta não é somente da Amurc e sim de toda a região, onde todos vêm lutando para exigir uma punição das pessoas envolvidas no caso”, afirmou.
O pequeno produtor de Buerarema, Alcides Cláudio Bispo, que antes da doença produzia 200 sacas de amêndoas de cacau, atualmente colhe apenas 25 sacas, numa área de cerca de 12 hectares. Ressaltou que para ampliar sua renda familiar produz subprodutos de cacau, a exemplo de geléia, chocolate em pó e cocada. “A nossa região ficou extremamente pobre em decorrência do advento da vassoura-de-bruxa e os cacauicultores endividados. Além disso, com a queda da taxa de retenção, a Ceplac ficou estagnada. Não perdi a esperança e creio que esse quadro nefasto tem que mudar pra melhor”, disse.

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