A história das Copas do Mundo não teve um início fácil. Por causa de desavenças com a Fifa e da longa viagem até a América do Sul, a maior parte das seleções européias decidiu não participar do primeiro Mundial, no Uruguai, em 1930.
Brigas políticas também marcaram a participação do Brasil na primeira Copa. Uma disputa entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a Associação Paulista de Esportes Atléticos desfalcou a Seleção.
Treze equipes disputaram a Copa. De uma Europa enciumada com a escolha do Uruguai, então bicampeão olímpico, como sede, só vieram Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia.
A realização de um torneio mundial de futebol, sonho antigo do francês Jules Rimet, foi aprovado em maio de 1928. “O Congresso (da Fifa) decidiu organizar, em 1930, uma competição para os selecionados de todas as entidades filiadas”, anunciou o próprio Rimet.
Com a realização Copa em seu solo, os uruguaios comemorariam o centenário da sua independência. Foi construído para o Mundial o hoje tradicional estádio Centenário, em Montevidéu, com capacidade para 80 mil pessoas.
Brasil
A participação da Seleção “carioquinha” na primeira Copa do Mundo foi apagada. O Brasil iniciou a sua vitoriosa história em Mundiais no dia 14 de julho, com uma derrota: 2 a 1 para a Iugoslávia.
O autor do primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo foi Preguinho, jogador do Fluminense.
O Brasil golearia ainda a Bolívia por 4 a 0, mas os resultados do grupo classificaram a Iugoslávia para a segunda fase e eliminaram o Brasil.
A participação do primeiro juiz brasileiro em Copas também deixou a desejar. No jogo em que a Argentina venceu a França por 1 a 0, o ábitro Almeida Rego se confundiu e apitou o final do jogo aos 39 minutos do segundo tempo.
Alertado pelos auxiliares, o juiz cedeu às pressões dos franceses e chamou os argentinos de volta para o campo para que disputassem os minutos restantes. O placar, contudo, não se alterou.
Os argentinos chegaram à final, junto com os uruguaios, que nas semis haviam passado pelos iugoslavos, algozes do Brasil.
No dia 30 de julho, um público estimado em 90 mil pessoas viu o Uruguai levar a melhor na final sul-americana. A Argentina terminou o primeiro tempo na frente, 2 a 1, mas os uruguaios viraram para 4 a 2.
O Uruguai conquistou o troféu que viria a se chamar Jules Rimet, uma taça em ouro maciço criada pela Fifa. A primeira seleção que conquistasse a Copa três vezes levaria o prêmio em definitivo.
Grupo 1
França 4 x 1 México
Argentina 1 x 0 França
Chile 3 x 0 México
Argentina 6 x 3 México
Chile 1 x 0 França
Argentina 3 x 1 Chile
Grupo 2
Iugoslávia 2 x 1 Brasil
Iugoslávia 4 x 0 Bolívia
Brasil 4 x 0 Bolívia
Grupo 3
Romênia 3 x 1 Peru
Uruguai 1 x 0 Peru
Uruguai 4 x 0 Romênia
Grupo 4
Estados Unidos 3 x 0 Bélgica
Estados Unidos 3 x 0 Paraguai
Paraguai 1 x 0 Bélgica
Semifinais
Argentina 6 x 1 Estados Unidos
Uruguai 6 x 1 Iugoslávia
Final
Uruguai 4 x 2 Argentina
Com a Itália, Europa chega ao topo em 1934
Se a Copa de 1930 no Uruguai foi uma festa sul-americana, com a final entre os donos da casa e os vizinhos argentinos, o Mundial de 34 na Itália representou o troco europeu. Em comum, o fato de o país-sede conquistar o troféu.
Em 34, o Uruguai, detentor do título, revidou a ausência européia quatro anos antes e se recusou a disputar a Copa italiana. A Argentina não tinha a força de antes, e o Brasil, novamente em meio a disputas internas, mandou um time desfalcado.
Resultado: só seleções européias nas quartas-de-final.
A Copa, no entanto, atraiu mais a atenção do mundo dessa vez. Ao todo, 32 países se inscreveram para participar, e houve a necessidade de eliminatórias para definir as 16 seleções que iriam ao Mundial.
Fascismo
O Brasil, por causa da desistência do Peru, classificou-se automaticamente. A Seleção acabaria novamente prejudicada pelas brigas dos cartolas.
A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) vivia conflitos com quase todos os clubes e federações. Do lado da CBD, o Botafogo virou a base da Seleção, uma equipe que mais uma vez não representava o futebol nacional.
O Brasil foi eliminado no primeiro jogo. Perdeu para a Espanha por 3 a 1. O atacante Leônidas, o “Diamante Negro”, fez o gol de consolação brasileiro.
A Itália chegou à final pelos gols decisivos de Giuseppe Meazza. Mussolini, o “Duce” italiano, assistiu a todos os jogos da equipe do seu país.
No sábado, 10 de junho de 1934, no estádio do Partido Nacional Fascista, em Roma, mais de 70 mil italianos atenderam ao chamado de Mussolini e foram “exaltar a supremacia fascista italiana”. A Itália disputava a final com a Tchecoslováquia.
Por pouco, os tchecos não estragaram a festa de Benito Mussolini e os italianos. A 20 minutos do fim do jogo, Puc fez 1 a 0 para os visitantes.
Oito minutos antes do apito final, um gol de Raimundo Orsi levou o jogo à prorrogação. No período extra, Angelo Schiavo marcou o gol do título italiano.
Para o Brasil, restou um consolo. Pela primeira vez, um brasileiro de origem se tornava campeão mundial de futebol. Anfilógino Guarasi, o “Filó”, naturalizado italiano, integrava a seleção da casa.
Seleção Brasileira
Pedrosa, Germano, Silvio Hoffman, Octacílio, Luis Luz, Tinoco, Martim, Canali, Ariel, Valdir, Patesco, Luisinho, Valdemar de Brito, Armandinho, Leônidas, Carvalho Leite e Átila.
Primeira fase
Suécia 3 x 2 Argentina
Alemanha 5 x 2 Bélgica
Espanha 3 x 1 Brasil
Suíça 3 x 2 Holanda
Hungria 4 x 2 Egito
Itália 7 x 1 Estados Unidos
Tchecoslováquia 2 x 1 Romênia
Áustria 3 x 2 França
Quartas-de-final
Áustria 2 x 1 Hungria
Itália 1 x 1 Espanha
Alemanha 2 x 1 Suécia
Tchecoslováquia 3 x 2 Suíça
Partida desempate
Itália 1 X 0 Espanha
Semifinais
Itália 1 x 0 Áustria
Tchecoslováquia 3 x 1 Alemanha
Disputa do terceiro lugar
Alemanha 3 x 2 Áustria
Final
Itália 2 x 1 Tchecoslováquia
Brasil e Leônidas se destacam no bi da Itália, em 38
Para a Copa de 1938, disputada na França em meio às tensões que antecederam a Segunda Guerra Mundial, o Brasil pela primeira vez mandou um time com os melhores jogadores que dispunha.
Ao contrário de 1930 e 34, a paz reinava entre os dirigentes de clubes, federações e da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), o que possibilitou uma convocação por critérios técnicos, e não políticos.
O técnico Ademar Pimenta chamou, por exemplo, o goleiro Batatais, o zagueiro Domingos da Guia e o atacante Leônidas da Silva, “O Diamante Negro”, criador da bicicleta.
A Seleção estreou no dia dia 5 de junho em Estrasburgo, contra a Polônia. O jogo sob forte chuva e com o campo enlameado terminou 4 a 4. Na prorrogação, deu Brasil. Resultado final: 6 a 5, com quatro gols de Leônidas.
Polêmica
Um dos gols, Leônidas marcou descalço. Ele trocava as chuteiras, quando a bola sobrou para ele. O atacante completou para o gol, com a chuteira na mão.
Pela primeira vez, o Brasil passava da fase inicial da Copa. Venceu na etapa seguinte a Tchecoslováquia e enfrentou na semifinal, em Paris, a Itália, campeã mundial.
A Seleção perdeu por 2 a 1 dos campeões. Depois do 0 a 0 no primeiro tempo, a Itália abriu 2 a 0 na fase final, e Romeu descontou para o Brasil.
Esse jogo ainda causa polêmica. Há quem diga que o Brasil perdeu pelo cansaço das viagens pela França, e os que contestam o pênalti dado contra Domingos da Guia, que resultou no segundo gol italiano.
Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, o falecido jornalista João Saldanha, que viu o jogo em Paris, disse que os italianos mantiveram o jogo sob controle durante os 90 minutos e mereceram a vitória.
“Os italianos poderiam ter vencido de goleada. Eu estava sentado atrás do gol do Brasil e vi nosso goleiro defender até pensamento. Fomos bombardeados.”
O Brasil garantiu o terceiro lugar da Copa, ao vencer a Suécia, de virada, por 4 a 2. Leônidas, com oito gols, foi o artilheiro da Copa.
Na final, os italianos venceram a Hungria por 4 a 2 e se sagraram bicampeões.
Pouco mais de um ano após o término do Mundial, o exército alemão invadiria a Polônia, dando início à Segunda Guerra. O conflito impediria por 12 anos a realização de uma Copa.
Primeira fase
Suíça 1 x 1 Alemanha
Brasil 6 x 5 Polônia
França 3 x 1 Bélgica
Tchecoslováquia 3 x 0 Holanda
Cuba 3 x 3 Romênia
Hungria 6 x 0 Antilhas Holandesas
Itália 2 x 1 Noruega
Cuba 2 x 1 Romênia
Suíça 4 x 2 Alemanha
Quartas-de-final
Hungria 2 x 0 Suíça
Brasil 1 x 1 Tchecoslováquia
Itália 3 x 1 França
Suécia 8 x 0 Cuba
Jogo de desempate
Brasil 2 x 1 Tchecoslováquia
Semifinais
Hungria 5 x 1 Suécia
Itália 2 x 1 Brasil
Disputa de terceiro lugar
Brasil 4 x 2 Suécia
Final
Itália 4 x 2 Hungria
Maracanã, 1950: o Brasil conhece o trauma no futebol
Destruídos e abalados pela Segunda Guerra Mundial, nenhum país europeu tinha condição de abrigar a primeira Copa do pós-guerra. O Brasil foi candidato único à sede do Mundial de 1950.
As autoridades brasileiras construíram o Maracanã, no Rio de Janeiro, para receber a Copa. Com capacidade para cerca de 200 mil pessoas, o estádio era então o maior do mundo.
Em 1950, o troféu da competição passou a ser chamado Jules Rimet, em homenagem ao presidente da Fifa. Também em 50, os jogadores usaram pela primeira vez em Mundiais números na camisa.
Doze seleções disputaram a Copa no Brasil, incluindo a Inglaterra, que fazia a sua estréia no torneio, e o Uruguai, que, desde a conquista de 1930, não participava.
Fiasco inglês
O Brasil não contava mais com a estrela Leônidas da Silva, mas a Seleção tinha como base o excelente time do Vasco da Gama na época, conhecido como “Expresso da Vitória”.
Os brasileiros estrearam em grande estilo no dia 24 de junho, no Maracanã, contra o México. Brasil 4 a 0, dois gols de Ademir, um de Jair e outro de Baltasar.
O destaque na primeira fase do Mundial foi o fiasco inglês. Numa das maiores zebras de todas as Copas, os ingleses perderam para os Estados Unidos, em Belo Horizonte, por 1 a 0.
Uma equipe se classificou de cada um dos quatro grupos para disputar o troféu em um quadrangular final. Entre elas, o Brasil.
A Seleção estreou na fase final com um passeio no Maracanã: 7 a 1 na Suécia. Ademir marcou quatro gols e, junto com Zizinho, comandou a equipe.
Quatro dias depois, em 13 de julho, o Brasil voltou ao Maracanã para pegar a Espanha. Mais de 150 mil pessoas incentivaram o Brasil ao coro de Touradas em Madri, composição de Braguinha popularizada por Carmen Miranda.
O Brasil venceu a Espanha por 6 a 1, e o seu último jogo no Mundial seria de fato a final da Copa. Espanha e Suécia não tinham mais chances, e os uruguaios só conquistariam o título se vencessem os brasileiros.
No que é considerada a maior tragédia do futebol brasileiro, a Seleção, que vinha embalada e jogava pelo empate, perdeu de virada para o Uruguai num Maracanã com 173 mil pessoas e deixou a Copa do Mundo lhe escapar.
Em entrevista à BBC, o falecido Zizinho disse que os brasileiros não subestimaram a seleção uruguaia: “Nós os conhecíamos de torneios sul-americanos e sabíamos que tinham um time fortíssimo, difícil de ser batido. Sempre endureciam contra o Brasil”.
Friaça abriu o placar para o Brasil, no segundo tempo, naquele 16 de julho. O gol de Schiaffino aos 22 minutos esfriou a festa brasileira, que já havia se iniciado. Treze minutos depois, o ponta Ghiggia calou o país: Uruguai 2 a 1.
O mundo tinha outro bicampeão de futebol, o Uruguai. Os dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) recusaram-se a entregar o troféu ao capitão uruguaio, Obdulio Varela, como previa o protocolo da Fifa. Obdulio recebeu a Jules Rimet das mãos do próprio Rimet.
Ademir Menezes foi o destaque brasileiro e artilheiro do torneio com 9 gols. O segundo gol uruguaio foi considerado uma falha do goleiro Barbosa, que se tornou dali para frente talvez o maior bode expiatório daquele fracasso.
Grupo 1
Brasil 4 x 0 México
Iugoslávia 3 x 0 Suíça
Iugoslávia 4 x 1 México
Brasil 2 x 2 Suíça
Brasil 2 x 0 Iugoslávia
Suíça 2 x 1 México
Grupo 2
Inglaterra 2 x 0 Chile
Espanha 3 x 1 Estados Unidos
Espanha 2 x 0 Chile
Estados Unidos 1 x 0 Inglaterra
Espanha 1 x 0 Inglaterra
Chile 5 x 2 Estados Unidos
Grupo 3
Suécia 3 x 2 Itália
Suécia 2 x 2 Paraguai
Itália 2 x 0 Paraguai
Grupo 4
Uruguai 8 x 0 Bolívia
Quadrangular final
Brasil 7 x 1 Suécia
Uruguai 2 x 2 Espanha
Brasil 6 x 1 Espanha
Uruguai 3 x 2 Suécia
Suécia 3 x 1 Espanha
Uruguai 2 x 1 Brasil
Alemanha vence Hungria e surpreende o mundo em 54
Quando a Copa chegou à Suíça, em 1954, a Hungria dominava o futebol europeu e era a favorita indiscutível ao título mundial.
Os húngaros, comandados pelo craque Ferenc Puskas, não perdiam um jogo havia quatro anos.
A Copa, em 1954, recebia pela primeira vez uma seleção asiática, a Coréia do Sul, que desclassificara Japão e China nas eliminatórias.
O Brasil que desembarcou na Suíça estava todo renovado. Da Seleção de 1950, o técnico Zezé Moreira só havia levado cinco jogadores.
Camisa amarela
Os brasileiros também mudaram o visual. As tradicionais camisas brancas davam lugar a amarelas, uniforme com o qual o Brasil conquistaria a sua fama internacional. Nascia a Seleção “Canarinho”, assim batizada pelo jornalista Geraldo José de Almeida.
O Brasil passou pela primeira fase com uma goleada contra o México (5 a 0) e um empate contra a Iugoslávia (1 a 1), para enfrentar de cara a toda-poderosa Hungria no jogos mata-mata.
Os húngaros, que haviam goleado a Coréia do Sul por 9 a 0 e a Alemanha por 8 a 3, enfrentaram o Brasil, em Berna, desfalcados da sua estrela-mor, Puskas, contundido.
Mesmo sem Puskas do outro lado, o Brasil não teve chance. Aos sete minutos de jogo, já perdia por 2 a 0. A partida, com três expulsões, ficou conhecida como a “Batalha de Berna” e terminou 4 a 2 para a Hungria.
Depois de passar pelos campeões, os uruguaios, só na prorrogação, a Hungria se reencontrava com a Alemanha na final, equipe batida por Puskas, Kocsis e Cia. na primeira fase.
Os dois times jogaram em Berna, para 65 mil pessoas. A Hungria teve, como sempre, um início arrasador. Aos oito minutos de jogo, já vencia por 2 a 0.
A reação alemã também foi arrasadora, pois aos 17 minutos a partida já estava empatada.
No segundo tempo, aos 39 minutos, dá-se o que poucos acreditavam ser possível: o ponta alemão Rahn fez o terceiro gol da sua seleção, o da vitória. Como no Rio, há quatro anos, a zebra se fez presente em Berna, e a Alemanha conquistou o seu primeiro Mundial.
A Copa de 54 seria a última com o francês Jules Rimet na presidência da Fifa. O criador da Copa do Mundo morreria 2 anos depois, aos 83 anos de idade.
Grupo 1
Brasil 5 x 0 México
Iugoslávia 1 x 0 França
França 3 x 2 México
Brasil 1 x 1 Iugoslávia
Grupo 2
Alemanha 4 x 1 Turquia
Hungria 9 x 0 Coréia do Sul
Hungria 8 x 3 Alemanha
Turquia 7 x 0 Coréia do Sul
Jogo extra
Alemanha 7 X 2 Turquia
Grupo 3
Uruguai 2 x 0 Tchecoslováquia
Áustria 1 x 0 Escócia
Uruguai 7 x 0 Escócia
Áustria 5 x 0 Tchecoslováquia
Grupo 4
Inglaterra 4 x 4 Bélgica
Suíça 2 x 1 Itália
Inglaterra 2 x 0 Suíça
Itália 4 x 1 Bélgica
Jogo extra
Suíça 4 X 1 Itália
Quartas-de-final
Uruguai 4 x 2 Inglaterra
Áustria 7 x 5 Suíça
Hungria 4 x 2 Brasil
Alemanha 2 x 0 Iugoslávia
Semifinais
Alemanha 6 x 1 Áustria
Hungria 4 x 2 Uruguai
Terceiro lugar
Áustria 3 x 1 Uruguai
Final
Alemanha 3 x 2 Hungria
Brasil conhece a vitória em 58, e a estrela de Pelé
O Brasil conquistou o título perdido em 1950 oito anos depois, longe da América do Sul, na Suécia. A Seleção revelava para o mundo em 1958 o jovem de 17 anos, o camisa 10, Pelé
Na Seleção do técnico Vicente Feola havia ainda o goleiro Gilmar, o capitão Belini, Nilton Santos, Djalma Santos, Zagallo, Didi, Vavá e Garrincha.
A campanha do Brasil na Copa de 58 pode ser dividida em duas fases, cujo o divisor é o jogo com a União Soviética, campeã olímpica de então. A partida decidiria a classificação dos brasileiros para a segunda fase.
Depois de uma vitória contra a Áustria e um empate contra a Inglaterra, Feola mudou o time, e as alterações surtiram efeito positivo evidente no confronto contra os soviéticos.
Surge Pelé
De acordo com uma história controversa, Feola teria feito as mudanças, depois de jogadores experientes como Gilmar e Nilton Santos exigirem a escalação de Garrincha, Zito e Pelé como titulares.
Em entrevista à BBC, Gilmar comentou o episódio: “Não houve imposição. Era claro que o time não ia bem. Vicente Feola conversava sempre conosco e falávamos sobre a escalação. Ele nos perguntou se achávamos que Garrincha e Pelé dariam conta de tão grande responsabilidade, e, simplesmente, dissemos que sim, pois os conhecíamos de nossos times”.
“Alguns jogadores, como o Mazola, estavam nitidamente mais preocupados em se poupar, pois já tinham assinado contratos com times europeus. Outros, como o Dida e o Joel, pareciam não suportar o peso da camisa”, completou.
Contra a União Soviética, os novos titulares Garrincha e Pelé acertaram a trave soviética antes mesmo dos dois minutos de jogo, quando Vavá abriu o placar para os brasileiros.
Vavá marcou de novo no segundo tempo. O resultado final de 2 a 0 garantiu a classificação do Brasil.
Nas quartas-de-final, Pelé faria o seu primeiro gol em Copas do Mundo, e o Brasil passaria pelo País de Gales por 1 a 0.
Na semifinal, contra a França, do goleador Just Fontaine, Pelé marcou três vezes, e o Brasil venceu por 5 a 2.
No domingo, 29 de junho, o Brasil entrava no estádio Solna Raasunda, em Estocolmo, para enfrentar na final da Copa os donos da casa, os suecos. A primeira final brasileira depois do trauma do Maracanã.
No início da partida, Liedholm aproveitou uma falha da defesa brasileira e fez Suécia 1 a 0.
O meia Didi buscou a bola no fundo da rede brasileira e de cabeça erguida a levou debaixo do braço até o centro do campo, para a nova saída.
Em entrevista à BBC, Didi contou que a sua intenção era “acalmar o time, lembrando a todos, principalmente a seus companheiros de Botafogo, Nilton Santos e Garrincha, que o seu clube já tinha vencido facilmente os suecos, e que o Brasil era o melhor time em campo”.
Vavá empatou o jogo quatro minutos depois, e o memo Vavá, antes do intervalo, fez 2 a 1 para o Brasil.
No segundo tempo, Pelé brilhou, fez dois gols, um deles um dos mais bonitos da história dos Mundiais, em que ele mata um cruzamento no peito, dá um chapéu no defensor e emenda de primeira. O Brasil venceu por 5 a 2 e era campeão do mundo pela primeira vez, com méritos.
O francês Just Fontaine foi o artilheiro da competição com 13 gols. Até hoje, ninguém marcou tantos gols em uma só edição do Mundial.
Grupo 1
Irlanda do Norte 1 x 0 Tchecoslováquia
Alemanha Ocidental 3 x 1 Argentina
Alemanah Ocidental 2 x 2 Tchecoslováquia
Argentina 3 x 1 Irlanda do Norte
Tchecoslováquia 6 x 1 Argentina
Alemanha 2 x 2 Irlanda do Norte
Jogo extra:
Irlanda do Norte 2 x 1 Tchecoslováquia
Grupo 2
França 7 x 3 Paraguai
Iugoslávia 1 x 1 Escócia
Paraguai 3 x 2 Escócia
Iugoslávia 3 x 2 França
Paraguai 3 x 3 Iugoslávia
França 2 x 1 Escócia
Grupo 3
Hungria 1 x 1 País de Gales
Suécia 3 x 0 México
México 1 x 1 País de Gales
Suécia 2 x 1 Hungria
Hungria 4 x 0 México
Suécia 0 x 0 País de Gales
Jogo extra:
País de Gales 2 x 1 Hungria
Grupo 4
União Soviética 2 x 2 Inglaterra
Brasil 3 x 0 Áustria
União Soviética 2 x 0 Áustria
Brasil 0 x 0 Inglaterra
Inglaterra 2 x 2 Áustria
Brasil 2 x 0 União Soviética
Jogo extra:
URSS 1 x 0 Inglaterra
Quartas-de-final
Brasil 1 x 0 País de Gales
Alemanha Ocidental 1 x 0 Iugoslávia
França 4 x 0 Irlanda do Norte
Suécia 2 x 0 URSS
Semifinais
Suécia 3 x 1 Alemanha Ocidental
Brasil 5 x 2 França
Terceiro lugar
França 6 x 3 Alemanha Ocidental
Final
Brasil 5 x 2 Suécia
Sem Pelé, Brasil e Garrincha conquistam o bi
O Brasil na Copa do Mundo de 1962, no Chile, confirmou a sua supremacia no futebol mundial. O país repetiu o desempenho de 1958 e ganhou a segunda Copa consecutivo.
Ficou ainda mais clara a supremacia brasileira pelo fato de Pelé ter se contundido logo no segundo jogo, ficando de fora do restante do Mundial. Na ausência de Pelé, o ponta-direira Garrincha foi a estrela da Copa.
O técnico brasileiro, Aimoré Moreira, manteve a base do time de Vicente Feola, campeão em 58.
Depois de vencer o México por 2 a 0 na estréia, o Brasil pegou a boa seleção da Tchecoslováquia. Pelé sofreu uma distenção na virilha e se despediu do Mundial. O jogo terminou 0 a 0.
Garrincha
A Seleção se classificou para a segunda fase com Amarildo no lugar de Pelé. No confronto contra a Inglaterra, Garrincha armou, driblou, humilhou marcadores, foi à linha de fundo quantas vezes quis, fez um gol de cabeça e outro com um chute de curva no ângulo.
A Seleção venceu por 3 a 1 e disputaria com os chilenos, em Santiago, uma vaga na final.
Diante de quase 80 mil pessoas, Garrincha deu outro show e marcou duas vezes no primeiro tempo.
No segundo, Vavá fez os outros dois gols da vitória brasileira por 4 a 2 sobre o país-sede.
No fim do jogo, Garrincha decidiu revidar uma entrada do seu marcador e foi expulso pelo juiz peruano Arturo Yamasaki.
Os dirigentes brasileiros, contudo, conseguiram reverter a suspensão de Garrincha e escalá-lo para a final da Copa. Mais uma vez o país enfrentaria a Tchecoslováquia.
Como em 1958, o adversário brasileiro saiu na frente. Masopust fez 1 a 0 aos 14 minutos do primeiro tempo.
Coube a Garrincha atrair a atenção dos marcadores e assim abrir espaços para o ataque do Brasil. Amarildo, Zito e Vavá marcaram os gols que deram à Seleção a vitória por 3 a 1 e o bicampeonato mundial.
A Copa do Chile foi marcada pela truculência. Dois jogadores tiveram a perna quebrada durante o torneio. Houve seis expulsões e oito pênaltis.
Grupo 1
Uruguai 2 x 1 Colômbia
União Soviética 2 x 0 Iugoslávia
União soviética 4 x 4 Colômbia
União Soviética 2 x 1 Uruguai
Iugoslávia 5 x 0 Colômbia
Grupo 2
Chile 3 x 1 Suíça
Alemanha Ocidental 0 x 0 Itália
Chile 2 x 0 Itália
Alemanha Ocidental 2 x 1 Suíça
Alemanha Ocidental 2 x 0 Chile
Itália 3 x 0 Suíça
Grupo 3
Brasil 2 x 0 México
Tchecoeslováquia 1 x 0 Espanha
Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia
Espanha 1 x 0 México
Brasil 2 x 1 Espanha
México 3 x 1 Tchecoslováquia
Grupo 4
Argentina 1 x 0 Bulgária
Hungria 2 x 1 Inglaterra
Inglaterra 3 x 1 Argentina
Hungria 6 x 1 Bulgária
Hungria 0 x 0 Argentina
Inglaterra 0 x 0 Bulgária
Quartas-de-final
Chile 2 x 1 URSS
Tchecoeslováquia 1 x 0 Hungria
Iugoslávia 1 x 0 Alemanha Ocidental
Brasil 3 x 1 Inglaterra
Semifinais
Brasil 4 x 2 Chile
Tchecoslováquia 3 x 1 Iugoslávia
Disputa pelo terceiro lugar
Chile 1 x 0 Iugoslávia
Final
Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia
1966: Brasil decepciona e título fica com os ingleses
A Copa do Mundo de 1966 realizou-se no berço do futebol, a Inglaterra. O bicampeão Brasil decepcionou, e os donos da casa superaram a sensação do torneio, a equipe portuguesa, e o tradicional adversário, a Alemanha, para levar o título.
A preparação brasileira para o Mundial foi marcada pela desorganização, em meio ao otimismo do país em relação à conquista do tri.
Vicente Feola, técnico de 1958, voltava ao comando da Seleção, mesmo considerado ultrapassado pela imprensa. Ele convocou 44 jogadores para a fase inicial de treinamento e fechou o grupo, depois, com oito veteranos de Copas e 13 debutantes.
O goleiro Gilmar, um dos convocados, comentou a desorganização da época: “A vaidade superou a razão. Todos queriam chegar ao Brasil com a taça do tri. O time não tinha uma base. Fizemos 23 partidas sem repetir a equipe uma só vez.”
Eusébio
O Brasil, bicampeão do mundo, seria eliminado na primeira fase da competição. Estreou com vitória, 2 a 0 contra a Bulgária, dois gols de falta, mas perdeu em seguida por 3 a 1 tanto para a Hungria quanto para Portugal.
A seleção de Portugal, do craque Eusébio, tinha como base o time do Benfica e jogava um futebol considerado na época moderno, com bastante rapidez e objetividade.
Na vitória contra o Brasil, os portugueses caçaram Pelé em campo.
Nos três jogos do Mundial de 66, Vicente Feola usou 20 jogadores. Somente o meia Zito e o jovem ponta-esquerda Edu não entraram em campo.
Outro fiasco na primeira fase foi a seleção italiana, também bicampeã do mundo. Os italianos foram eliminados pela Coréia do Norte.
Numa partida memorável, os norte-coreanos se despediram da Copa nas quartas-de-final, derrotados por Portugal, depois de abrirem 3 a 0 no placar. Os portugueses viraram para 5 a 3. Eusébio marcou quatro gols.
Na semifinal, a seleção portuguesa enfrentaria os donos da casa, em Londres. Os ingleses tinham uma campanha regular: um empate e duas vitórias na primeira fase e, nas quartas, um triunfo de 1 a 0 sobre a Argentina, num jogo com brigas e expulsão.
Na partida entre Portugal e Inglaterra, assistida por quase cem mil pessoas, prevaleceu a sólida defesa inglesa, comandada por Bobby Moore, contra o futebol ofensivo do time de Eusébio. Os ingleses venceram por 2 a 1.
Na final, a seleção inglesa encontrou os rivais alemães, que contavam com um jovem meia, Franz Beckenbauer. O jogo, equilibrado, terminou empatado em 2 a 2. Na prorrogação, os donos da casa chegaram à vitória, 4 a 2, e ao título. O tempo extra, porém, gerou uma polêmica que dura até hoje.
Logo na etapa inicial, numa finalização do centroavante inglês, Geoff Hurst, a bola bateu no travessão e quicou aparentemente em cima da linha do gol.
Depois de consultar o bandeirinha russo para saber se a bola havia entrado ou não, o juiz suíço Gotffried Dieust confirmou o gol da Inglaterra, para desespero do time alemão.
No finalzinho da prorrogação, o mesmo Hurst, em uma arrancada, fechou o placar.
No estádio de Wembley, o capitão do time inglês, Bobby Moore, recebeu a taça Jules Rimet das mãos da rainha Elizabeth II.
A Inglaterra foi campeã, mas o destaque da Copa havia sido Eusébio. O atacante foi o artilheiro do Mundial com nove gols.
Grupo 1
Inglaterra 0 x 0 Uruguai
França 1 x 1 México
Uruguai 2 x 1 França
Inglaterra 2 x 0 México
Uruguai 0 x 0 México
Inglaterra 2 x 0 França
Grupo 2
Alemanha Ocidental 5 x 0 Suíça
Argentina 2 x 1 Espanha
Espanha 2 x 1 Suíça
Alemanha Ocidental 0 x 0 Argentina
Argentina 2 x 0 Suíça
Alemanha Ocidental 2 x 1 Espanha
Grupo 3
Brasil 2 x 0 Bulgária
Portugal 3 x 1 Hungria
Hungria 3 x 1 Brasil
Portugal 3 x 0 Bulgária
Portugal 3 x 1 Brasil
Hungria 3 x 1 Bulgária
Grupo 4
União Soviética 3 x 0 Coréia do Norte
Itália 2 x 0 Chile
Coréia do Norte 1 x 1 Chile
União Soviética 1 x 0 Itália
Coréia do Norte 1 x 0 Itália
União Soviética 2 x 1 Chile
Quartas-de-final
Portugal 5 x 3 Coréia do Norte
Inglaterra 1 x 0 Argentina
Alemanha Ocidental 4 x 0 Uruguai
URSS 2 x 1 Hungria
Semifinais
Alemanha Ocidental 2 x 1 URSS
Inglaterra 2 x 1 Portugal
Disputa pelo terceiro lugar
Portugal 2 x 1 União Soviética
Final
Inglaterra 4 X 2 Alemanha Ocidental
Brasil tricampeão consagra Pelé no México em 70
Após o Brasil de 1966 ter pecado pela desorganização, disciplina não faltou à equipe de 70. Nem disciplina, nem talento. Na era da TV à cores, os brasileiros ganharam o tri, no México, e consolidaram a fama da Seleção Canarinho.
Em campo, Pelé, no seu ápice, Tostão, Jairzinho, Gérson e Rivelino. Fora dele, o major-brigadeiro Jerônimo Bastos comandava a delegação, um major era o seu assistente, o capitão do Exército Cláudio Coutinho, o supervisor, e, entre os preparadores físicos, um outro capitão, Carlos Alberto Parreira.
Curiosamente, em pleno regime autoritário no Brasil e com tantos militares na delegação que viajou ao México, coube a um simpatizante do Partido Comunista montar o time campeão, o jornalista João Saldanha.
Saldanha classificou o Brasil sem problemas nas eliminatórias, mas acabou afastado, depois de um atrito com o presidente da República, o general Médici.
Grupo difícil
Médici queria a convocação do atacante Dario, e Saldanha teria respondido que, por não palpitar sobre o Ministério, não aceitava palpites sobre a sua equipe.
Dois meses antes da Copa, o bicampeão mundial Zagallo substituiu o jornalista na Seleção. O novo técnico convocou Dario e fez algumas mudanças no time-base de Saldanha, entre elas Rivelino no lugar do ponta-esquerda Edu.
A Seleção caiu no grupo mais difícil do Mundial, ao lado da forte Tchecoslováquia, da Romênia e da então campeã do mundo, a Inglaterra.
No dia 3 de junho, no estádio Jalisco, em Guadalajara, o Brasil venceu a Tchecoslováquia por 4 a 1, de virada. Jairzinho brilhou com dois gols.
Nessa partida, Pelé tentou um gol do meio-de-campo, uma imagem até hoje repetida pelas TVs. O goleiro Viktor, adiantado, saiu em disparada de volta para a meta. Sem que nada pudesse fazer, ele viu a bola o encobrir e sair a um palmo da trave.
A segunda partida foi o grande teste do Brasil na Copa, a única em que a superioridade brasileira não foi clara e que a Seleção, pelo que os dois times apresentaram, poderia haver perdido.
Brasil x Inglaterra foi a melhor partida da Copa do Mundo de 70 e, para alguns, a melhor partida da história dos Mundiais. Era o ataque brasileiro de Pelé e Jairzinho, contra a defesa inglesa de Bobby Moore e do goleiro Gordon Banks.
O ataque do Brasil venceu os campeões do mundo, 1 a 0, gol de Jairzinho, passe de Pelé, jogada de Tostão. Essa seria a única partida da Copa em que a Seleção não tomaria gols.
Os brasileiros fecharam a primeira fase com um 3 a 2 sobre a Romênia. Nas quartas-de-final, o confronto foi com o Peru, treinado pelo brasileiro Didi, companheiro de Pelé e Zagallo na campanha de 1958. O Brasil venceu por 4 a 2.
Na semifinal, a Seleção Brasileira encarou um conhecido rival, de amargas lembranças. Vinte anos depois da tragédia do Maracanã, o Brasil enfrentava o Uruguai numa Copa do Mundo.
Sem sair de Guadalajara, a Seleção começou o jogo nervosa, e, numa falha da defesa o Uruguai fez 1 a 0. Fundamental para a vitória brasileira, foi o gol de Clodoaldo, nos últimos minutos do primeiro tempo.
No segundo tempo, o Brasil predominou. Jairzinho e Rivelino completaram o placar: 3 a 1. Pelé não marcou, mas a sua atuação e dribles na partida, registrados pelas então modernas câmeras de TV, entraram para a história.
Na final, os brasileiros pegaram a Itália, que em outro jogo memorável vencera nas semis a Alemanha por 4 a 3, na prorrogação. Imagem-símbolo da partida, o alemão Beckenbauer jogou parte do tempo com o braço enfaixado, preso junto ao peito.
No dia 21 de junho, na Cidade do México, a Jules Rimet iria em definitivo para a Europa ou para América do Sul. Brasil e Itália, bicampeões, lutavam ambos pelo tri.
Apesar do primeiro tempo terminar 1 a 1, gols de Pelé e Boninsegna, o Brasil não teve dificuldades para vencer. Gérson, Jairzinho e o capitão Carlos Alberto definiram na segunda etapa o placar: 4 a 1.
Os italianos foram derrotados por uma seleção, que, segundo muitos críticos, foi a melhor que já se apresentou numa Copa do Mundo.
A Jules Rimet, levantada pelo capitão Carlos Alberto Torres e conquistada em definitivo pelo Brasil, seria anos depois roubada na sede da confederação de futebol, no Rio de Janeiro, e possivelmente derretida pelos ladrões.
Grupo 1
México 0 x 0 URSS
Bélgica 3 x 0 El Salvador
URSS 4 x 1 Bélgica
México 4 x 0 El Salvador
URSS 2 x 0 El Salvador
México 1 x 0 Bélgica
Grupo 2
Uruguai 2 x 0 Israel
Itália 1 x 0 Suécia
Uruguai 0 x 0 Itália
Suécia 1 x 1 Israel
Suécia 1 x 0 Uruguai
Itália 0 x 0 Israel
Grupo 3
Inglaterra 1 x 0 Romênia
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia
Romênia 2 x 1 Tchecoslováquia
Brasil 1 x 0 Inglaterra
Brasil 3 x 2 Romênia
Inglaterra 1 x 0 Tchecoslováquia
Grupo 4
Peru 3 x 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 2 x 1 Marrocos
Peru 3 x 0 Marrocos
Alemanha Ocidental 5 x 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 3 x 1 Peru
Bulgária 1 x 1 Marrocos
Quartas-de-final
Brasil 4 x 2 Peru
Alemanha Ocidental 3 x 2 Inglaterra
Uruguai 1 x 0 URSS
Itália 4 x 1 México
Semifinais
Brasil 3 x 1 Uruguai
Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental
Disputa pelo terceiro lugar
Alemanha Ocidental 1 x 0 Uruguai
Final
Brasil 4 x 1 Itália
Holanda maravilha, mas Alemanha leva em casa em 74
A Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, teve uma nova taça, um novo presidente da Fifa, o brasileiro João Havelange, e uma nova seleção-sensação, a Holanda. Como em 1954, porém, o alemães venceram na final quem apresentara o melhor futebol.
Após o Brasil conquistar de vez a Jules Rimet, a Fifa apresentava o novo troféu, de ouro maciço e 37 centímetros. O globo sobre uma base, desenho do italiano Silvio Gazzaniga, é até hoje a taça do mundo e não será levada em definitivo por ninguém.
O Brasil precisaria esperar ainda 20 anos para levantar o novo prêmio. Em 1974, iniciou-se uma série de participações frustradas da Seleção em Mundiais.
Na Alemanha, sem a geração do tri, envelhecida, Zagallo continuou no comando técnico, mas dessa vez de uma equipe limitada e ultrapassada. No elenco, destacava-se Rivelino.
Laranja Mecânica
O Brasil empatou os seus dois primeiros jogos na Copa de 74 em 0 a 0, contra a Iugoslávia e a Escócia. Uma vitória de 3 a 0 sobre o Zaire assegurou a classificação para a segunda fase.
Os times foram então divididos em dois grupos de quatro. A Seleção ficou com a rival Argentina, a Alemanha Oriental, que em jogo histórico havia batido a Ocidental na etapa anterior, e a Holanda.
Os holandeses atraíam a atenção do mundo com um futebol veloz, coletivo, em que todos defendiam e atacavam em bloco, sem posições fixas. Era o futebol-total.
O Brasil venceu a Alemanha Oriental por 1 a 0, gol de falta de Rivelino. Passou pela Argentina por 2 a 1, gols de Jairzinho e Rivelino, e disputaria com a Holanda uma vaga na final da Copa.
As campanhas de Brasil e Holanda na Copa mostravam as diferenças entre os dois times. A Laranja Mecânica, de Cruyff, Krol e Neeskens, vencera quatro jogos em cinco e marcara 12 gols. Os brasileiros tinham três vitórias e 6 gols.
Na partida contra o Brasil, porém, os holandeses só impuseram o seu jogo no segundo tempo. Em rápidos contra-ataques, Neeskens e Cruyff definiram a vitória do Carrossel: 2 a 0.
A Seleção perderia ainda o terceiro lugar para a Polônia. Lato fez o gol da vitória polonesa por 1 a 0.
Final
No dia 7 de julho, a seleção holandesa entrou em campo para disputar a final da Copa contra a Alemanha como favorita, apesar dos donos da casa terem jogadores como Sepp Mayer, Breitner, o capitão Beckembauer e o goleador Gerd Müller.
Antes que os alemães tocassem na bola, a Holanda já tinha um pênalti a seu favor, convertido por Neeskens. Os experientes alemães, contudo, não se abateram e, com uma marcação forte sobre o craque Cruyff, viraram ainda no primeiro tempo.
Paul Breitner fez o de empate, e o centroavante Müller, o da vitória e do título, Alemanha 2 a 1.
Grupo 1
Alemanha Ocidental 1 x 0 Chile
Alemanha Oriental 2 x 0 Austrália
Chile 1 x 1 Alemanha Oriental
Alemanha Ocidental 3 x 0 Austrália
Austrália 0 x 0 Chile
Alemanha Oriental 1 x 0 Alemanha Ocidental
Grupo 2
Brasil 0 x 0 Iugoslávia
Escócia 2 x 0 Zaire
Iugoslávia 9 x 0 Zaire
Escócia 0 x 0 Brasil
Escócia 1 x 1 Iugoslávia
Brasil 3 x 0 Zaire
Grupo 3
Suécia 0 x 0 Bulgária
Holanda 2 x 0 Uruguai
Holanda 0 x 0 Suécia
Bulgária 1 x 1 Uruguai
Holanda 4 x 1 Bulgária
Suécia 3 x 0 Uruguai
Grupo 4
Itália 3 x 1 Haiti
Polônia 3 x 2 Argentina
Polônia 7 x 0 Haiti
Argentina 1 x 1 Itália
Argentina 4 x 1 Haiti
Polônia 2 x 1 Itália
Fase final
Grupo A
Holanda 4 x 0 Argentina
Brasil 1 x 0 Alemanha Oriental
Holanda 2 x 0 Alemanha Oriental
Brasil 2 x 1 Argentina
Holanda 2 x 0 Brasil
Argentina 1 x 1 Alemanha Oriental
Grupo B
Alemanha Ocidental 2 x 0 Iugoslávia
Polônia 1 x 0 Suécia
Alemanha Ocidental 4 x 2 Suécia
Polônia 2 x 1 Iugoslávia
Suécia 2 x 1 Iugoslávia
Alemanha Ocidental 1 x 0 Polônia
Disputa pelo terceiro lugar
Polônia 1 x 0 Brasil
Final
Alemanha Ocidental 2 x 1 Holanda
Argentina festeja em 78; Brasil é ‘campeão moral’
A Copa do Mundo voltou a América do Sul depois de 16 anos em 1978 e ao continente não retornaria desde então. A Argentina organizou a festa para si mesma, pois conquistaria o seu primeiro título. O Brasil, renovado, saiu como “campeão moral”.
Pela segunda vez seguida, a terceira nos nos últimos quatro torneios, o país-sede levantava a taça. Em meio à ditadura militar do general Videla, a Copa e o título inflaram o nacionalismo argentino.
Para o Mundial de 78, o técnico Cláudio Coutinho, capitão militar da reserva e supervisor da delegação brasileira na Copa de 70, renovou o elenco e as táticas da Seleção.
Para a desconfiança da torcida, as novas jogadas brasileiras ganharam nomes como “ponto-futuro” e “overlaping”. Coutinho recheara a sua convocação com jovens talentos: Cerezo, Edinho, Amaral, Oscar, Batista, Dinamite, Zico, Reinado, Jorge Mendonça.
Polêmica
A Seleção de Coutinho não convenceu no Mundial. Depois de uma campanha de altos e baixos nas eliminatórias, o Brasil estreou na Copa com um empate de 1 a 1 contra a Suécia. Em seguida, empatou também com a Espanha.
Coutinho mudou o time. Tirou Zico e Reinaldo e pôs Roberto Dinamite e Jorge Mendonça. O Brasil venceu a Áustria por 1 a 0, gol de Dinamite, e se classificou para a segunda etapa.
Os argentinos e brasileiros se encontraram nas quartas-de-final. Eles formavam um grupo composto também por Peru e Polônia. A Argentina perdera para a Itália na primeira fase e, por isso, caíra junto do Brasil.
Na primeira rodada, a Seleção apresentou um futebol melhor do que na fase anterior e venceu o Peru por 3 a 0. A Argentina bateu a Polônia por 2 a 0.
Os tricampeões e os donos da casa se enfrentaram no pequeno estádio do Rosário Central. A partida, ruim, decepcionou. Os dois times empataram em 0 a 0, e a decisão para ver qual deles iria à final ficou para a última rodada do grupo.
Em 21 de julho, antes da partida da Argentina, o Brasil superou a Polônia por 3 a 1, com um futebol criativo.
Para os brasileiros perderem a vaga, os argentinos precisariam ganhar do Peru por quatro gols de diferença. Venceram por 6 a 0, sem enfrentar resistência peruana e eliminaram a Seleção.
O Brasil acusou o Peru de ter entregue a partida e protestou, sem efeito, junto à Fifa. Na disputa pelo terceiro lugar, venceu a Itália por 2 a 1. Coutinho estatuiu o Brasil, invicto na competição, como o “campeão moral”.
Na final, os argentinos enfrentaram uma Holanda sem o mesmo poder de quatro anos antes. Johan Cruyff se negara a ir à Argentina em protesto contra a ditadura militar do país. Na prorrogação, os donos da casa venceram por 3 a 1.
Grupo 1
Argentina 2 x 1 Hungria
Itália 2 x 1 França
Argentina 2 x 1 França
Itália 3 x 1 Hungria
Itália 1 x 0 Argentina
França 3 x 1 Hungria
Grupo 2
Alemanha Ocidental 0 x 0 Polônia
Tunísia 3 x 1 México
Alemanha Ocidental 6 x 0 México
Polônia 1 x 0 Tunísia
Alemanha Ocidental 0 x 0 Tunísia
Polônia 3 x 1 México
Grupo 3
Áustria 2 x 1 Espanha
Suécia 1 x 1 Brasil
Áustria 1 x 0 Suécia
Brasil 0 x 0 Espanha
Espanha 1 x 0 Suécia
Brasil 1 x 0 Áustria
Grupo 4
Peru 3 x 1 Escócia
Holanda 3 x 0 Irã
Escócia 1 x 1 Irã
Holanda 0 x 0 Peru
Peru 4 x 1 Irã
Escócia 3 x 2 Holanda
Fase final
Grupo A
Alemanha Ocidental 0 x 0 Itália
Holanda 5 x 1 Áustria
Itália 1 x 0 Áustria
Alemanha Ocidental 2 x 2 Holanda
Holanda 2 x 1 Itália
Áustria 3 x 2 Alemanha Ocidental
Grupo B
Brasil 3 x 0 Peru
Argentina 2 x 0 Polônia
Polônia 1 x 0 Peru
Argentina 0 x 0 Brasil
Brasil 3 x 1 Polônia
Argentina 6 x 0 Peru
Disputa pelo terceiro lugar
Brasil 2 x 1 Itália
Final
Argentina 3 x 1 Holanda
1982: Itália frustra futebol-arte do Brasil e é tri
A Copa da Espanha 82 teve dia e lugar chaves. Em 5 de julho, no estádio Sarriá, em Barcelona, a Itália, até então com uma campanha ruim no Mundial, surpreendeu o mundo ao eliminar o favorito Brasil e, do embalo daquele jogo, seguir até o título.
A Copa também teve o seu personagem, o atacante italiano, Paolo Rossi. Ele marcou os três gols dos 3 a 2 sobre o Brasil, os dois do triunfo por 2 a 0 contra a Polônia nas semis e o primeiro da vitória sobre a Alemanha na final. Rossi foi o artilheiro do Mundial com os 6 gols.
Decepção maior que a de 1982 para o Brasil, só a de 50. A Seleção voltava a ter uma geração de jogadores no seu auge. Sob o esquema ofensivo de Telê Santana, o Brasil não iniciou a Copa como grande favorito, mas virou barbada após os primeiros jogos.
O futebol-arte de Telê impressionou na fase inicial. A Seleção de Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Leandro e Júnior derrotou a União Soviética, de virada, por 2 a 1, a Escócia, também de virada, por 4 a 1, e a Nova Zelândia, por 4 a 0.
Desartre de Sarriá
As quartas-de-final em 82 foram disputadas de forma diferente das Copas de 74 e 78, porque agora o Mundial tinha 24, e não mais 16 equipes.
Em vez de dois quadrangulares para decidir as vagas para as semifinais, houve quatro triangulares. De cada um, sairia um semifinalista.
A Seleção deixou Sevilha para disputar as quartas-de-final em Barcelona, no grupo com Itália e Argentina. Os atuais campeões do mundo e tradicionais rivais eram os adversários mais temidos, apesar de terem decepcionado na fase inicial do torneio.
A Itália havia deixado ainda mais a desejar do que os argentinos. Empataram três vezes, 0 a 0 com a Polônia e 1 a 1 com Peru e Camarões.
A Azzurra, contudo, surpreendeu e na abertura do triangular venceu os argentinos por 2 a 1. Era vez do Brasil encarar a Argentina. A Seleção Brasileira controlou toda a partida e ganhou por 3 a 1, gols de Zico, Júnior e Serginho.
No final do jogo, a promessa argentina, Diego Maradona, agrediu Batista e foi expulso de campo, um final de torneio melancólico para os argentinos.
Na decisão da vaga contra a Itália, o Brasil tinha a vantagem do empate, por apresentar melhor saldo de gols no triangular.
A Seleção ainda esquentava no jogo, quando Paolo Rossi abriu o placar aos cinco minutos. O Brasil empatou aos 12 com Sócrates, em passe de Zico.
Em uma falha de Cerezo, a Itália voltou a abrir vantagem aos 25 minutos, de novo com Paolo Rossi.
A Seleção voltou toda no ataque no segundo tempo, e a pressão deu resultado. Falcão empatou com um chute forte, um gol de alívio, que parecia o da classificação.
No entanto, aos 29 minutos, numa cobrança de escanteio, o artilheiro Rossi marcou o seu terceiro no jogo. Dessa vez, o Brasil não teve tempo nem sangue-frio para reagir.
Da final Itália x Alemanha, o mundo teria um novo tricampeão. Os alemães chegaram à decisão depois do outro jogo memorável da Copa, em que venceram os franceses nos pênaltis.
Depois de 1 a 1 no tempo normar, 3 a 3 ao fim da prorrogação, Alemanha e França protagonizaram a primeira disputa de pênaltis da história das Copas. Os alemães venceram por 5 a 4.
Na final, apitada pelo brasileiro Arnaldo César Coelho, a Itália perdeu até pênalti e deixou a sua superioridade evidente no placar de 3 a 1. Rossi, Tardelli e Altobelli fizeram os gols italianos, o veterano Breitner descontou para Alemanha.
Grupo 1
Itália 0 x 0 Polônia
Peru 0 x 0 Camarões
Itália 1 x 1 Peru
Polônia 0 x 0 Camarões
Polônia 5 x 1 Peru
Itália 1 x 1 Camarões
Grupo 2
Argélia 2 x 1 Alemanha Ocidental
Áustria 1 x 0 Chile
Alemanha Ocidental 4 x 1 Chile
Áustria 2 x 0 Argélia
Argélia 3 x 2 Chile
Alemanha Ocidental 1 x 0 Áustria
Grupo 3
Bélgica 1 x 0 Argentina
Hungria 10 x 1 El Salvador
Argentina 4 x 1 Hungria
Bélgica 1 x 0 El Salvador
Bélgica 1 x 1 Hungria
Argentina 2 x 0 El Salvador
Grupo 4
Inglaterra 3 x 1 França
Tchecoslováquia 1 x 1 Kuwait
Inglaterra 2 x 0 Tchecoslováquia
França 4 x 1 Kuwait
França 1 x 1 Tchecoslováquia
Inglaterra 1 x 0 Kuwait
Grupo 5
Espanha 1 x 1 Honduras
Iugoslávia 0 x 0 Irlanda do Norte
Espanha 2 x 1 Iugoslávia
Honduras 1 x 1 Irlanda do Norte
Iugoslávia 1 x 0 Honduras
Irlanda 1 x 0 Espanha
Grupo 6
Brasil 2 x 1 União Soviética
Escócia 5 x 2 Nova Zelândia
Brasil 4 x 1 Escócia
União Soviética x 0 Nova Zelândia
União Soviética 2 x 2 Escócia
Brasil 4 x 0 Nova Zelândia
Segunda fase
Grupo A
Polônia 3 x 0 Bélgica
União Soviética 1 x 0 Bélgica
Polônia 0 x 0 URSS
Grupo B
Alemanha Ocidental 0 x 0 Inglaterra
Alemanha Ocidental 2 x 1 Espanha
Espanha 0 x 0 Inglaterra
Grupo C
Itália 2 x 1 Argentina
Brasil 3 x 1 Argentina
Itália 3 x 2 Brasil
Grupo D
França 1 x 0 Áustria
Áustria 2 x 2 Irlanda do Norte
França 4 x 1 Irlanda do Norte
Semifinais
Itália 2 x 0 Polônia
Alemanha Ocidental 3 x 3 França
(Alemanha Ocidental venceu por 5 X 4 nos pênaltis)
Disputa pelo terceiro lugar
Polônia 3 x 2 França
Final
Itália 3 x 1 Alemanha Ocidental
Maradona brilha e Argentina é bicampeã em 1986
A Copa voltou ao México em 1986, mas dessa vez a terra do tri, em vez de alegrias, deu um fim melancólico à geração brasileira de 82, ainda sob a batuta de Telê Santana. Aquele Mundial teve um dono, o argentino Diego Maradona.
Nunca um jogador foi tão decisivo para a sua seleção na conquista de uma Copa quanto Maradona. Nenhum Mundial foi tão dominado pela figura de um jogador, como México 86 foi pela dele. A promessa argentina se concretizava de vez.
Entrou para a história das Copas do Mundo a partida de quartas-de-final entre a Inglaterra e a Argentina, quatro anos depois de as forças armadas dos dois países guerrearem nas Malvinas, ilhas chamadas de Falklands pelos britânicos.
Os argentinos, de camisa azul-escura, venceram por 2 a 1, dois gols de Maradona, dois gols antológicos, por diferentes motivos.
‘Mão de Deus’
No primeiro, o jogador disputou uma bola alta na área com o goleiro Shilton. Ele chegou antes e socou a bola por cima do inglês, para as redes. O lance foi rápido a ponto de muitos não perceberem de primeira a irregularidade. Entre eles, o juiz, que validou o gol.
Após a partida, Maradona declararia que fizera o gol com a “mão de Deus”.
O craque ampliou a vantagem argentina logo depois, ao marcar o gol considerado o mais bonito das Copas. Maradona partiu do campo de defesa, driblou seis ingleses, incluindo o goleiro, e tocou para as redes.
No jogo seguinte, a semifinal contra a Bélgica, Maradona produziu jogada semelhante. Ele fez fila na defesa belga antes de marcar um dos gols da vitória por 2 a 0.
Na final, Argentina e Alemanha realizaram partida disputada. Quando a Argentina abriu dois gols de vantagem no segundo tempo, o título parecia definido. A Alemanha, no entanto, especialista em frustrar favoritos, reagiu e empatou em 2 a 2.
Nos últimos minutos, num dos raros momentos que Maradona conseguiu se livrar da marcação dura, ele colocou Burrochaga na cara do gol. O atacante não desperdiçou, e a vitória por 3 a 2 deu o bicampeonato aos argentinos.
O capitão Maradona recebeu e levantou a taça. Nada mais justo. A taça era realmente dele.
“Dinamáquina”
Na fase inicial da Copa, a Argentina dividira os holofotes com a seleção da Dinamarca, que despontava como sensação do Mundial.
A Dinamarca humilhara os uruguaios, bicampeões mundiais: 6 a 1. Havia batido a também bicampeã Alemanha por 2 a 0 e ganhara o apelido de “Dinamáquina”.
Nas oitavas-de-final, contudo, o time parou diante da Espanha e, para a surpresa geral, tomou de 5 a 1, despendindo-se do Mundial.
No lado brasileiro, a campanha de 86 foi marcada pela contusão do seu maior nome, Zico. Telê levou o jogador, mesmo machucado, na expectativa que ele se recuperasse.
Na primeira fase, o Brasil jogou o suficiente para se classificar em primeiro do grupo. Venceu a Espanha, na estréia, por 1 a 0. Repetiu o placar contra a Argélia e ganhou com mais folga da Irlanda do Norte, 3 a 0.
Os brasileiros melhoraram nas oitavas-de-final, quando golearam a Polônia por 4 a 0. Nas quartas, a Seleção enfrentaria o time que antes do torneio era um das favoritos, mas cujas atuações no Mundial decepcionavam.
Mesmo assim, a França, campeã européia, dos craques Platini e Tigana, seria o adversário mais difícil até então no Mundial.
O jogo foi aberto, os dois times buscavam atacar. Após o 1 a 1 do primeiro tempo, Telê botou Zico em campo. Na sua primeira jogada, ele lançou o lateral Branco, que sofreria pênalti.
O próprio Zico se encarregou da cobrança. Ele bateu fraco, quase em cima do goleiro Bats, que defendeu a bola e salvou a França. O 1 a 1 prevaleceu até o final, inclusive o da prorrogação. Na disputa de pênaltis, Zico agora marcou, mas de nada adiantou. A França ganhou por 4 a 3.
Depois, em entrevista à BBC, Zico comentaria o pênalti perdido: “Eu tinha acabado de entrar e ainda estava meio frio, ainda não estava no ritmo da partida. Não queria cobrar, mas acabou sobrando pra mim, pois no treino do dia anterior eu tive o melhor índice de aproveitamento”.
Grupo 1
Bulgária 1 x 1 Itália
Argentina 3 x 1 Coréia do Sul
Coréia do Sul 1 x 1 Bulgária
Itália 1 x 1 Argentina
Argentina 2 x 0 Bulgária
Itália 3 x 2 Coréia do Sul
Grupo 2
México 2 x 1 Bélgica
Paraguai 1 x 0 Iraque
México 1 x 1 Paraguai
Bélgica 2 x 1 Iraque
México 1 x 0 Iraque
Paraguai 2 x 2 Bélgica
Grupo 3
França 1 x 0 Canadá
União Soviética 6 x 0 Hungria
França 1 x 1 União Soviética
Hungria 2 x 0 Canadá
União Soviética 2 x 0 Canadá
França 3 x 0 Hungria
Grupo 4
Brasil 1 x 0 Espanha
Argélia 1 x 1 Irlanda do Norte
Brasil 1 x 0 Argélia
Espanha 2 x 1 Irlanda do Norte
Brasil 3 x 0 Irlanda do Norte
Espanha 3 x 0 Argélia
Grupo 5
Dinamarca 1 x 0 Escócia
Uruguai 1 x 1 Alemanha Ocidental
Dinamarca 6 x 1 Uruguai
Alemanha Ocidental 2 x 1 Escócia
Escócia 0 x 0 Uruguai
Dinamarca 2 x 0 Alemanha Ocidental
Grupo 6
Marrocos 0 x 0 Polônia
Portugal 1 x 0 Inglaterra
Inglaterra 0 x 0 Marrocos
Polônia 1 x 0 Portugal
Marrocos 3 x 1 Portugal
Inglaterra 3 x 0 Polônia
Oitavas-de-final
Bélgica 4 x 3 União Soviética
México 2 x 0 Bulgária
Brasil 4 x 0 Polônia
Argentina 1 x 0 Uruguai
França 2 x 0 Itália
Alemanha Ocidental 1 x 0 Marrocos
Inglaterra 3 x 0 Paraguai
Espanha 5 x 1 Dinamarca
Quartas-de-final
França 1 x 1 Brasil (França venceu nos pênaltis: 4 X 3)
Alemanha Ocidental 0 X 0 México (Alemanha Ocidental venceu nos pênaltis: 4 X 1)
Argentina 2 X 1 Inglaterra
Bélgica 1 X 1 Espanha (Bélgica venceu nos pênaltis: 5 X 4)
Semifinais
Alemanha Ocidental 2 X 0 França
Argentina 2 X 0 Bélgica
Disputa pelo terceiro lugar
França 4 X 2 Bélgica
Final
Argentina 3 X 2 Alemanha Ocidental
1990: Alemanha entra para o clube dos tricampeões
Em 1990, na Itália, na Copa que reuniu todos os times campeões mundiais na época (Uruguai, Brasil, Inglaterra, Itália, Alemanha e Argentina), os alemães, depois de dois vices consecutivos, ganharam o tricampeonato, em cima dos argentinos.
No Brasil, o esquema defensivo montado pelo técnico Sebastião Lazaroni, conhecido como ‘era Dunga’, pela importância concentrada pelo médio-volante gaúcho, fracassou. Os brasileiros foram eliminados pela Argentina, nas oitavas-de-final, por 1 a 0, gol de Caniggia, após jogada de Maradona.
Na primeira fase, a Seleção também teve atuações decepcionantes, contra Suécia, Costa Rica e Escócia. Sem Romário e Bebeto, machucados, o ataque brasileiro não funcionou em 90.
A preocupação com a marcação e em não deixar o oponente jogar não foram exclusividade do Brasil. Tal filosofia prevaleceu durante a Copa.
Retranca e expulsões
As duas semifinais foram decididas nos pênaltis, depois de os dois jogos terminarem 1 a 1. A Alemanha eliminou a Inglaterra, e a Argentina despachou os donos da casa, os italianos.
Assim, alemães e argentinos repetiriam a final de quatro anos antes, no México. Num jogo truncado, a Alemanha venceu com um gol de pênalti aos 39 minutos do primeiro tempo.
O lateral Brehme marcou, e pelo placar mínimo o time do técnico Beckenbauer levou o título. Os alemães se igualavam a Brasil e Itália em número de títulos conquistados.
Ao todo, houve 15 expulsões na Copa da Itália, que teve uma das piores médias de gols da história.
Grupo 1
Itália 1 x 0 Áustria
Tchecoslováquia 5 x 1 Estados Unidos
Itália 1 x 0 Estados Unidos
Tchecoslováquia 1 x 0 Áustria
Áustria 2 x 1 Estados Unidos
Itália 2 x 0 Tchecoslováquia
Grupo 2
Camarões 1 x 0 Argentina
Romênia 2 x 0 URSS
Argentina 2 x 0 URSS
Camarões 2 x 1 Romênia
URSS 4 x 0 Camarões
Argentina 1 x 1 Romênia
Grupo 3
Brasil 2 x 1 Suécia
Costa Rica 1 x 0 Escócia
Escócia 2 x 1 Suécia
Brasil 1 x 0 Costa Rica
Costa Rica 2 x 1 Suécia
Brasil 1 x 0 Escócia
Grupo 4
Colômbia 2 x 0 Emirados Árabes Unidos
Alemanha Ocidental 4 x 1 Iugoslávia
Iugoslávia 1 x 0 Colômbia
Alemanha Ocidental 5 x 1 Emirados Árabes Unidos
Iugoslávia 4 x 1 Emirados Árabes Unidos
Alemanha Ocidental 1 x 1 Colômbia
Grupo 5
Bélgica 2 x 0 Coréia do Sul
Uruguai 0 x 0 Espanha
Espanha 3 x 1 Coréia do Sul
Bélgica 3 x 1 Uruguai
Uruguai 1 x 0 Coréia do Sul
Espanha 2 x 1 Bélgica
Grupo 6
Inglaterra 1 x 1 Irlanda
Holanda 1 x 1 Egito
Inglaterra 0 x 0 Holanda
Irlanda 0 x 0 Egito
Inglaterra 1 x 0 Egito
Irlanda 1 x 1 Holanda
Oitavas-de-final
Tchecoslováquia 4 x 1 Costa Rica
Camarões 2 x 1 Colômbia
Alemanha Ocidental 2 x 1 Holanda
Argentina 1 x 0 Brasil
Irlanda 0 x 0 Romênia (Irlanda venceu nos pênaltis: 5 x 4)
Itália 2 x 0 Uruguai
Inglaterra 1 x 0 Bélgica
Iugoslávia 2 x 1 Espanha
Quartas-de-final
Argentina 0 x 0 Iugoslávia (Argentina venceu nos pênaltis: 3 x 2)
Itália 1 x 0 Irlanda
Alemanha Ocidental 1 x 0 Tchecoslováquia
Inglaterra 3 x 2 Camarões
Semifinais
Argentina 1 x 1 Itália (Argentina venceu nos pênaltis: 4 x 3)
Alemanha Ocidental 1 x 1 Inglaterra (Alemanha Ocidental venceu nos pênaltis: 4 x 3)
Disputa do terceiro lugar
Itália 2 x 1 Inglaterra
Final
Alemanha Ocidental 1 x 0 Argentina
Romário leva Brasil ao tetra em 1994 nos EUA
O Brasil encerrou nos EUA em 1994 o seu jejum de títulos, na primeira final de Copa sem gols. O tempo normal e a prorrogação da decisão com os italianos terminaram 0 a 0. Nos pênaltis, uma cobrança para fora de Baggio deu o tetra aos brasileiros.
Ao realizar a Copa do Mundo nos Estados Unidos, a Fifa tentava consolidar o futebol no grande mercado do país, onde o esporte era visto mais como uma atividade feminina do que masculina.
A iniciativa da Fifa em 1994 não deixou de dar resultados. A Copa daquele ano teve a maior média de público até então: 70 mil pessoas.
Cerca de 3 bilhões de torcedores acompanharam o torneio no mundo inteiro pela TV. O futebol, ou “soccer”, era o esporte global.
Brasil defensivo
O técnico Carlos Alberto Parreira comandou a Seleção Brasileira em 1994. Como coordenador técnico, Zagallo voltava à Seleção. Os dois fizeram parte da comissão técnica do Brasil de 70.
O time brasileiro de 94 preocupava-se primeiro em não tomar gols para depois fazê-los. A dupla de desarmadores Dunga e Mauro Silva era presença inquestionável no meio-de-campo da Seleção de Parreira.
A filosofia de jogo provocava reações distintas. Parte da imprensa e da torcida cobrava um estilo de jogo mais técnico e ofensivo. A outra parte apoiava Parreira, com o argumento de que era melhor jogar feio e ganhar do que bonito e perder.
Não houve como negar que a defesa montada por Parreira funcionou. Em sete jogos, o Brasil tomou três gols. Se o setor defensivo era sólido, o Brasil tinha no ataque a sua estrela e o destaque da Copa, Romário.
Ele não era um atacante do tipo driblador ou maestro do time, mas, dentro da área, o raciocínio rápido, a velocidade e o senso de colocação de Romário fizeram a diferença para o Brasil.
A importância dele para a Seleção ficou clara logo no primeiro tempo da estréia, contra a Rússia. Romário abriu o placar numa cobrança de escanteio, no meio dos grandalhões russos, ao se antecipar no cruzamento.
Na primeira fase do Mundial, entretanto, a atenção do mundo recaiu sobre o craque argentino Diego Maradona. Um exame antidoping detectou que o jogador usara substâncias proibidas. Maradona foi afastado da Copa.
No caminho até a final, a Seleção Brasileira passou pelos donos da casa, os americanos, no Dia da Independência deles, 4 de julho. O jogo foi duro, e a vitória magra: 1 a 0, gol de Bebeto.
Nas quartas-de-final, contra a Holanda, os brasileiros tiveram a sua partida mais emocionante no Mundial. Venceram por 3 a 2. O gol da vitória veio aos dez minutos do fim, uma bomba do veterano Branco, em cobrança de falta.
O Brasil reencontrou a Suécia na semifinal. Na primeira fase, os dois times empataram em 1 a 1. Agora, os brasileiros venceram por 1 a 0, gol de Romário, de cabeça, entre os defensores suecos.
Na final, Romário levou a melhor sobre o craque italiano, Roberto Baggio. Decisivo para a Itália durante toda a campanha, Baggio perdeu o pênalti decisivo, que deu ao Brasil o título 24 anos depois do último triunfo.
Grupo 1
Estados Unidos 1 x 1 Suíça
Romênia 3 x 1 Colômbia
Suíça 4 x 1 Romênia
Estados Unidos 2 x 1 Colômbia
Romênia 1 x 0 Estados Unidos
Colômbia 2 x 0 Suíça
Grupo 2
Camarões 2 x 2 Suécia
Brasil 2 x 0 Rússia
Suécia 3 x 1 Rússia
Brasil 3 x 0 Camarões
Brasil 1 x 1 Suécia
Rússia 6 x 1 Camarões
Grupo 3
Alemanha 1 x 0 Bolívia
Espanha 2 x 2 Coréia do Sul
Alemanha 1 x 1 Espanha
Coréia do Sul 0 x 0 Bolívia
Espanha 3 x 1 Bolívia
Alemanha 3 x 2 Coréia do Sul
Grupo 4
Argentina 4 x 0 Grécia
Nigéria 3 x 0 Bulgária
Argentina 2 x 1 Nigéria
Bulgária 4 x 0 Grécia
Nigéria 2 x 0 Grécia
Bulgária 2 x 0 Argentina
Grupo 5
Irlanda 1 x 0 Itália
Noruega 1 x 0 México
Itália 1 x 0 Noruega
México 2 x 1 Irlanda
Irlanda 0 x 0 Noruega
Itália 1 x 1 México
Grupo 6
Bélgica 1 x 0 Marrocos
Holanda 2 x 1 Arábia Saudita
Arábia Saudita 2 x 1 Marrocos
Bélgica 1 x 0 Holanda
Holanda 2 x 1 Marrocos
Arábia Saudita 1 x 0 Bélgica
Oitavas-de-final
Alemanha 3 x 2 Bélgica
Espanha 3 x 0 Suíça
Suécia 3 x 1 Arábia Saudita
Romênia 3 x 2 Argentina
Holanda 2 x 0 Irlanda
Brasil 1 x 0 Estados Unidos
Itália 2 x 1 Nigéria
Bulgária 1 x 1 México (Bulgária venceu nos pênaltis: 3 X 1)
Quartas-de-final
Itália 2 x 1 Espanha
Brasil 3 x 2 Holanda
Bulgária 2 x 1 Alemanha
Suécia 2 x 2 Romênia (Suécia venceu nos pênaltis: 5 X 4)
Semifinais
Brasil 1 x 0 Suécia
Itália 2 x 1 Bulgária
Disputa do terceiro lugar
Suécia 4 x 0 Bulgária
Final
Brasil 0 x 0 Itália (Brasil venceu nos pênaltis: 3 X 2)
França goleia o Brasil e conquista o título em casa
A França teve de esperar a Copa do Mundo voltar a seu território para vencê-la pela primeira vez. Em 1998, os franceses fizeram a festa da torcida em Paris, ao conquistarem o título em grande estilo, com uma goleada sobre os campeões brasileiros na final.
Após os misteriosos problemas enfrentados pelo atacante Ronaldo antes da partida, o Brasil não foi páreo para a seleção do astro Zinedine Zidane. Ele marcou dois gols no 3 a 0 da França.
Para chegar à final, os franceses passaram por momentos difíceis. Venceram o Paraguai no final da prorrogação, por 1 a 0, com o primeiro gol de ouro em uma Copa.
Na fase seguinte, a vaga francesa para a semifinal só foi conquistada nos pênaltis, depois do 0 a 0 com a Itália.
A trajetória brasileira para a final, em Paris, não foi menos turbulenta. A preparação do mais uma vez técnico Zagallo para a Copa havia sido muito criticada pela imprensa.
Na primeira fase, o Brasil chegou a perder para a Noruega por 2 a 1.
Na semifinal, venceu a Holanda, uma das favoritas, na disputa de pênaltis, depois do empate de 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
A concentração da Seleção Brasileira para a final foi atrapalhada pelas misteriosas convulsões de Ronaldo, sofridas no hotel onde a equipe estava hospedada.
A estrela do Brasil chegou a ser afastada da decisão, substituída por Edmundo. Minutos antes do jogo, porém, Ronaldo, medicado, pediu para jogar e entrou em campo.
O atacante teve uma atuação apagada, e o Brasil, a pior derrota da sua história em Copas do Mundo.
Grupo A
Brasil 2 x 1 Escócia
Marrocos 2 x 2 Noruega
Escócia 1 x 1 Noruega
Brasil 3 x 0 Marrocos
Escócia 0 x 3 Marrocos
Brasil 1 x 2 Noruega
Grupo B
Itália 2 x 2 Chile
Camarões 1 x 1 Áustria
Chile1 x 1 Áustria
Itália 3 x 0 Camarões
Itália 2 x 1 Áustria
Chile 1 x 1 Camarões
Grupo C
Arábia Saudita 0 x 1 Dinamarca
França 3 x 0 África do Sul
África do Sul 1 x 1 Dinamarca
França 4 x 0 Arábia Saudita
França 2 x 1 Dinamarca
África do Sul 2 x 2 Arábia Saudita
Grupo D
Paraguai 0 x 0 Bulgária
Espanha 2 x 3 Nigéria
Nigéria 1 x 0 Bulgária
Espanha 0 x 0 Paraguai
Espanha 6 x 1 Bulgária
Nigéria 1 x 3 Paraguai
Grupo E
Coréia do Sul 1 x 3 México
Holanda 0 x 0 Bélgica
Bélgica 2 x 2 México
Holanda 5 x 0 Coréia do Sul
Bélgica 1 x 1 Coréia do Sul
Holanda 2 x 2 México
Grupo F
Iugoslávia 1 x 0 Irã
Alemanha 2 x 0 EUA
Alemanha 2 x 2 Iugoslávia
EUA 1 x 2 Irã
Alemanha 2 x 0 Irã
EUA 0 x 1 Iugoslávia
Grupo G
Inglaterra 2 x 0 Tunísia
Romênia 1 x 0 Colômbia
Colômbia1 x 0 Tunísia
Romênia 2 x 1 Inglaterra
Romênia 1 x 1 Tunísia
Colômbia 0 x 2 Inglaterra
Grupo H
Argentina 1 x 0 Japão
Jamaica 1 x 3 Croácia
Jaão 0 x 1 Croácia
Argentina 5 x 0 Jamaica
Japão 1 x 2 Jamaica
Argentina 1 x 0 Croácia
Oitavas-de-final
Itália 1 x 0 Noruega
Brasil 4 x 1 Chile
França 1 x 0 Paraguai
Nigéria 1 x 4 Dinamarca
Alemanha 2 x 1 México
Holanda 2 x 1 Iugoslávia
Romênia 0 x 1 Croácia
Argentina 2 x 2 Inglaterra (Argentina vence nos pênaltis: 4 a 3)
Quartas-de-final
Itália 0 x 0 França (França vence nos pênaltis: 4 a 3)
Brasil 3 x 2 Dinamarca
Holanda 2 x 1 Argentina
Alemanha 0 x 3 Croácia
Semifinais
Brasil 1 x 1 Holanda (Brasil vence nos pênaltis: 4 a 2)
França 2 x 1 Croácia
Disputa de terceiro lugar
Holanda 1 x 2 Croácia
Final
Brasil 0 x 3 França
Brasil reafirma hegemonia com o penta em 2002
A primeira Copa do Mundo na Ásia ficou marcada pelos grandes fiascos, as arbitragens polêmicas, a festa das torcidas japonesa e sul-coreana e a redenção do atacante Ronaldo, o personagem do pentacampeonato brasileiro.
No Mundial em que as favoritas ao título, França e Argentina, não passaram da primeira fase, o desacreditado Brasil, de Luiz Felipe Scolari, que sofreu para se classificar para a Copa, conquistou o penta de forma convincente, com sete vitórias em sete jogos.
Para tal feito, provaram-se cruciais a união do grupo, a chamada “família Scolari, e a aposta de Felipão nas duas estrelas do futebol brasileiro, que voltavam de contusão. Ronaldo e Rivaldo superaram as expectativas e marcaram 13 dos 18 gols do Brasil no torneio.
Ronaldo, acusado quatro anos antes de “amarelar” na final contra a França, retornava de uma contusão no joelho que muitos julgaram que encerraria a sua carreira. Ele foi o artilheiro da Copa (oito gols) e autor dos dois gols da vitória na final contra a Alemanha.
Fiascos
Se o Brasil superou expectativas, esse não foi o caso das principais candidatas ao título na Copa do Mundo do Japão e da Coréia do Sul. A então campeã, a França, também vencedora da Eurocopa 2000, não marcou um gol sequer no torneio. Um fiasco.
A outra favorita ao título, a Argentina, de Crespo, Verón, Sorín e Batistuta, também não passou para as oitavas. Um empate, uma vitória e uma derrota não foram suficientes para classificá-la no “grupo da morte”, com Inglaterra, Suécia e Nigéria.
A sensação do torneio foi um dos países-sede, a Coréia do Sul. Com um esquema ofensivo montado pelo técnico holandês Guus Hiddink, os sul-coreanos eliminaram o badalado time de Portugal na primeira fase.
Nas oitavas, os donos da casa enlouqueceram a torcida ao derrotarem a tricampeã Itália, na morte súbita. Na fase seguinte, despacharam mais uma equipe tradicional do futebol, a Espanha, nos pênaltis.
A campanha sul-coreana, entretanto, ficou manchada pelos erros de arbitragem. A Coréia do Sul beneficiou-se de equívocos dos juízes, tanto nas oitavas contra a Itália, quanto nas quartas diante dos espanhóis.
Quatro anos depois dos problemas com a arbitragem, a Fifa em 2006 diminuiu o número de países que enviarão juízes e auxiliares para a Alemanha. Ficaram de fora países com menos tradição no futebol internacional.
Campanha
A arbitragem também marcou a estréia do Brasil na Copa do Mundo, no dia 3 de junho, em Ulsan, na Coréia do Sul. O gol da vitória e da virada do Brasil contra a Turquia por 2 a 1 saiu de um pênalti inexistente no final do jogo.
Contra a Bélgica, no início da fase do mata-mata, os brasileiros foram novamente beneficiados pela arbitragem. O juiz anulou um gol belga legal no primeiro tempo. No segundo, a Seleção se encontrou e venceu por 2 a 0, gols de Ronaldo e Rivaldo.
Nas quartas-de-final, dia 21 de junho, em Shizuoka, o Brasil teve o seu jogo divisor de águas no Mundial, quiçá o mais impo