Segundo os pesquisadores, crianças cujos pais roncam têm chances três vezes maiores de vir a ter o problema quando adultos.
O estudo, baseado em entrevistas feitas com 681 famílias, foi publicado na revista Chest, e também indica uma possível relação entre ronco e alergias.
No entanto, pesquisadores britânicos afirmam que é mais provável que a obesidade tenha uma influência maior no problema.
Na pesquisa americana, crianças cujos testes para atopia – tendência hereditária a desenvolver manifestações alérgicas – deram positivo, tinham o dobro de probabilidade de roncar em comparação àquelas cujo resultado foi negativo.
Alergias
Os pais também foram entrevistados sobre o próprio ronco noturno e o de seus filhos. A pesquisa apurou que 15% das crianças roncavam habitualmente, e acusou uma predisposição a alergias em 29% delas.
Entre os pais, 20% das mães e 46% dos pais roncavam.
Entre as crianças predispostas a alergias, 21,5% apresentaram probabilidade maior de roncar, comparada a apenas 13% entre aquelas que não são sensíveis a alergias.
Uma tendência semelhante foi verificada em 21,8% dos filhos de roncadores freqüentes.
Entre as crianças cujos pais não roncavam, apenas 7,7% apresentaram o problema.
De acordo com os médicos, o ronco seria provocado por doenças respiratórias relacionadas a alergias, mas não foi possível explicar porque as chances de ter o problema eram maiores entre filhos de roncadores.
Educação
O chefe da equipe de cientistas, Maninder Kalra, afirmou que fica mais fácil identificar os grupos de risco e educar as pessoas sobre formas de evitar e de desenvolver os problemas quando se sabe quais são os fatores que aumentam as probabilidades de se roncar.
“Gostaríamos de saber saber como o ronco evolui à medida que a criança cresce. Será que pára, continua ou piora? Vamos continuar a acompanhar essas crianças por cinco anos para responder a essas questões.”
Os cientistas também afirmam que, embora muitas vezes o ronco seja motivo de piadas, ele pode se transformar em um problema grave.
Estudos anteriores com crianças mais velhas e com adultos já estabeleceram a relação entre ronco e problemas de comportamento, doenças no coração e metabólicas, e deficiências mentais.
BBC