Durante duas horas, o publicitário, que não cobrará pela palestra, vai falar sobre “campanhas eleitorais e estratégias vitoriosas”.
Marqueteiro da campanha que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, Duda Mendonça confessou em agosto do ano passado à CPI dos Correios que recebeu R$ 15,5 milhões do caixa dois do PT como pagamento pelas campanhas de 2002 e por serviços prestados em 2003. Desse total, R$ 10,5 milhões foram depositados numa conta chamada Dusseldorf, nas Ilhas Bahamas.
Doutora em ciências sociais pela USP (Universidade de São Paulo), Helcimara Telles coordena o curso em marketing político “Mídia, Comportamento Eleitoral e Opinião Pública”, que começa no próximo dia 7 de abril, data da aula inaugural de Duda Mendonça.
“As universidades têm de ir, às vezes, contra a corrente, e cultuarem o pluralismo e a diversidade. Hoje, para grande parte da mídia, trabalhar com Duda Mendonça é não ser ético, mas ninguém melhor do que ele no Brasil para falar sobre campanhas eleitorais. Ou alguém ainda duvida que Duda Mendonça é, sem dúvida, um dos principais marqueteiros do Brasil?”, perguntou ela.
Com exceção dos 80 alunos da primeira e segunda turmas do curso, as outras pessoas que quiserem acompanhar a palestra de Duda Mendonça terão de pagar –o valor ainda não foi definido pelos organizadores da pós-graduação. “Vamos cobrar um valor apenas para repor os gastos feitos com equipamentos”, disse Helcimara Telles.
Segundo a professora, o curso de pós-graduação em marketing político, realizado em parceria com a UCSal (os diplomas têm a chancela da universidade baiana), é pioneiro nas regiões Norte e Nordeste. As aulas do curso são quinzenais, às sextas-feiras e aos sábados, e a mensalidade custa R$ 420. A pós tem duração de 18 meses.
A coordenadora disse também que, após a sua palestra, Duda Mendonça vai responder a perguntas feitas por escrito pelos participantes.
No último dia 15, o marqueteiro voltou a depor à CPI dos Correios. Ao contrário do ano passado, quando confessou o caixa dois, Duda Mendonça, amparado por um habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que impedia a sua prisão, recusou-se até mesmo a responder perguntas rotineiras, como o nome de sua mulher e dos filhos.
LUIZ FRANCISCO