O caseiro disse que Palocci freqüentava a casa usada em Brasília por lobistas para fechar negócios suspeitos e realizar festas com prostitutas. Palocci negou ter ido à casa.
“Acho que ele precisa ser investigado e vai ser investigado. Democracia é isso”, disse Bastos, que afirmou que o ex-ministro continua merecendo seu “apreço pessoal”.
Segundo o ministro da Justiça, o afastamento do ministro da Fazenda, alvo de denúncias e ataques da oposição, pode colocar um fim à crise, mas que o governo terá agora que “decompor” os acontecimentos com base nas investigações sobre o “ato ilícito” de quebra do sigilo bancário do caseiro, verificar o tamanho da crise e do envolvimento de pessoas do governo, dos autores do crime, e também a disputa política que se faz em torno do assunto.
Bastos evitou, no entanto, julgar o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Matoso e o ex-ministro Palocci. “Quem vai dizer isso é a apuração e a decisão judicial. Eu não vou me antecipar. Existe no Brasil um estado democrático de direito funcionando plenamente, e que tem que obedecer aos seus ritos.”
Novo alvo
Questionado sobre o que pretende fazer diante da estratégia da oposição, que promete colocá-lo como alvo de seus ataques sob o argumento que ele teria informações sobre a quebra do sigilo, Bastos disse que a única ordem dada à PF no caso foi “investigar até o fim, investigar dentro das normas do processo”, a exemplo de outras operações. Para se defender de possíveis ataques, ele disse apenas que irá “sair da frente”.
Durante solenidade de comemoração dos 62 anos da Polícia Federal, o ministro da Justiça elogiou a atuação do órgão ao comentar que a PF não é uma polícia que atende aos interesses do governo, mas uma polícia de Estado, que visa o bem da nação.
“A Polícia Federal se transforma cada vez mais, a partir do que ela já era, em uma polícia de Estado, que não está aí para servir o governo. Não está aí nem para perseguir nem para proteger, trabalha em proveito do Estado brasileiro, impessoal e republicana, forte, firme, respeitadora mas implacável nas investigações.”
PATRÍCIA ZIMMERMANN