A Câmara de Vereadores de Ilhéus votou na quarta-feira (22) o relatório apresentado pela Comissão Especial de Inquérito que apurou as denúncias de pagamento de propina do Executivo para alguns vereadores. Nas conclusões do relatório se recomendava a cassação do prefeito Valderico Reis e do vereador denunciante Zerinaldo Sena, mas o plenário da Câmara decidiu pela rejeição do relatório.
A votação transcorreu em clima tenso e apreensivo, a população lotou o plenário da Câmara e acompanhou toda a discussão acerca do relatório bastante atenta. Para que fosse aprovado o parecer da relatora Carmelita Ângela era preciso que tivesse maioria absoluta dos votos, o que representaria sete vereadores.

O vereador Marcus Paiva estava viajando e não compareceu a sessão, o vereador citado no relatório Zerinaldo Sena e o presidente da casa Raymundo Veloso não poderiam votar. O resultado da votação ficou empatado em cinco a cinco, portanto não atingiu o número mínimo de votos para que fosse aberto uma comissão processante.
Votaram contra o relatório os vereadores Aldemir Almeida, Maria de Lourdes, Antônio Edson (Caranha), Marcos Flávio e Gilmar Sodré. A favor do parecer da CEI estavam Jailson Nascimento, Joabs Ribeiro, Alisson Mendonça, Carmelita Ângela e Alcides Kruschewsky.
A vereadora e relatora da CEI Carmelita Ândela se disse tranqüila com a sua consciência e chegou a pedir que os vereadores que foram citados nas denúncias dessem uma demonstração de que são inocentes, aprovando o relatório e limpando a imagem da Câmara. “Vocês estão satisfeitos com as acusações que receberam?”, indagou Carmelita completando que não podia fechar os olhos diante dos problemas.
O vereador e sub-relator da CEI, Aldemir Almeida, que votou contra disse que não houve provas substanciais para condenar os acusados e que não votaria sobre pressão. “Não posso condenar ninguém por possíveis verdades”, concluiu.