Queda na taxa básica de juros anima comerciantes de Ilhéus

Os comerciantes de Ilhéus comemoram a mais nova queda na taxa básica de juros, aprovada pelo Comitê de Políticas Monetárias (Copom) na última quarta-feira, 8. Com redução de 0,75 ponto percentual, a taxa Selic foi para 16,5% ao ano, o mais baixo índice desde setembro de 2004.
Este foi o sexto corte consecutivo na taxa básica de juros. Com seis votos a favor e três votos para a redução da taxa Selic em um ponto percentual, o Copom justificou que a decisão faz parte do processo de flexibilização da política monetária iniciado na reunião de setembro de 2005. O comitê volta a se reunir nos dias 18 e 19 de abril.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus (CDL), Paulo Ganem, admitiu que o corte de juros leva um tempo para causar impacto no comércio, mas já é um motivo para que os empresários se sintam mais estimulados. “Estamos lançando a nossa campanha conjunta que vai agregar três importantes datas comemorativas, e esperamos contar com a participação de um grande número de lojistas, não só por conta da redução dos juros, mas também pela motivação da Copa do Mundo, que será o nosso tema nesse ano”, disse.
Algumas mudanças já puderam ser observadas desde a decisão do Copom. O Banco Bradesco, por exemplo, anunciou no mesmo dia, a redução das taxas de juros dos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. Os juros do cheque especial caíram de 8,23% para 8,17% ao mês, na máxima, e de 4,58% para 4,55% ao mês, na mínima. As taxas de crédito pessoal foram reduzidas de 5,77% para 5,71% ao mês, na máxima, e de 3,22% para 3,16% ao mês, na mínima. Para empresas, os juros do capital de giro caíram de 6,16% para 6,10% ao mês, na máxima, e de 3,13% para 3,07% ao mês, na mínima.
Lentidão
Apesar da queda anunciada pelo Copom, Paulo Ganem acredita que o Banco Central tinha todas as condições para um corte de, pelo menos, um ponto percentual, como foi sugerido por três membros do colegiado. No entanto, ele ressalta que este não é o maior problema. Segundo o presidente, o que mais está prejudicando a economia são as financeiras, que permanecem irredutíveis mesmo com a queda da Selic. “Quando a taxa aumenta, os bancos são os primeiros a aumentar suas tarifas, mas quando acontece o inverso, eles não aplicam a redução”, disse.
Paulo Ganem conta que muitas vezes os próprios bancos oficiais cobram tarifas injustificáveis, e na maioria delas o consumidor, por não revisar o contrato, acaba tendo que arcar com o prejuízo. “As financeiras esperam que o Copom anuncie várias reduções para então fazer alguma alteração, de forma bastante lenta e tímida”, destacou o presidente.

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