Além disso, o funcionamento do Conselho de Ética, principal pretexto para a convocação, será interrompido até 9 de janeiro, de acordo com decisão desta terça-feira. O Conselho de Ética é a instância parlamentar que analisa os onze processos de cassação dos políticos acusados de envolvimento no mensalão.
A convocação vigora até 14 de fevereiro, mas as sessões plenárias estão dispensadas até 15 de janeiro, quando começará a ser verificada a freqüência dos parlamentares. Cada um dos 594 parlamentares receberá R$ 25.694,40 a mais no período – o equivalente a dois salários.
Os custos são elevados porque não incluem apenas os dois subsídios extras pagos aos deputados e senadores, que receberão mais de R$ 15,2 milhões, mas também por conta do efeito-cascata nos salários dos servidores com funções comissionadas nas duas Casas. Também haverá gastos adicionais com papel, energia elétrica, passagens aéreas e telefone, entre outros insumos.
Prevendo dificuldades em obter quórum para aprovar os créditos, já previstos no Orçamento da União para este ano, Aldo e Renan não incluíram projetos orçamentários na pauta de votação da convocação extraordinária. Caso contrário, a Comissão Representativa não poderia apreciá-los. Oposicionistas do PSDB e PFL tentaram obstruir a votação de ontem, mas recuaram ao constatarem que não teriam votos suficientes para isso.
As lideranças de ambos os partidos ameaçam tentar impedir hoje a votação dos 18 projetos de crédito restantes, totalizando R$ 8,4 bilhões, caso as siglas sejam discriminadas na liberação das verbas.
A maior parte dos recursos liberados na terça-feira – R$ 7 bilhões – se refere ao pagamento a aposentados da Previdência.
O secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, defende que a instalação da Comissão Representativa obedece à Constituição e está respaldada por uma resolução de 1990.