“Isso pode significar diminuição da taxa de evasão. Essa idéia parece ser a mais forte indicação nesse momento”, explicou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes.
O Censo mostra, ainda, que houve um aumento do número instituições de formação tecnológica; voltados para o ensino profissionalizante. “Essa expansão reflete o fato de que o mercado de trabalho precisa de pessoal qualificado com três anos de formação em nível superior como tecnólogo ou em formação de engenheiro. O mercado de trabalho se amplia e essa demanda tende a se acentuar”, explicou o diretor de Desenvolvimento de Educação Superior da secretaria de Educação Superior do ministério da Educação, Manoel Palácios.
Outro dado mostrado pelo Censo é que Direito, Pedagogia, Engenharia e Letras são os cinco maiores cursos superiores do Brasil, segundo o número de matrículas.
43,8% das vagas oferecidas para ensino superior não são preenchidas
O Censo da Educação Superior 2004, divulgado hoje pelo ministério da Educação, mostra que, das 2,3 milhões de vagas oferecidas nas faculdades e universidades, 1,01 milhão (43,8%) não são ocupadas. Desse total, 49,5% são de vagas oferecidas por instituições de ensino particulares.
Para o diretor de Desenvolvimento de Educação Superior da secretaria de Educação Superior do ministério da Educação, Manoel Palácios, a sobra de vagas nas faculdades se deve à falta de condições do aluno de pagar a mensalidade. Para ele, o aumento no número de ofertas de vagas nas instituições públicas de ensino superior é fundamental para que o estudante possa concluir o curso. “As famílias não têm dinheiro para pagar a instituição particular, então a expansão das vagas nas universidades públicas é muito importante”, disse.
Manoel Palácios disse que o ministério trabalha para a ampliação do número de vagas nas universidades. Segundo ele, em 2006, serão 20 mil novas vagas no vestibular e em 2007 mais 10 mil. “Isso significará 125 mil novos alunos nas universidades públicas federais”, explicou.
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, faz uma análise diferente da sobra de vagas nas faculdades. Para ele, o índice se deve ao número de vagas autorizadas nas instituições e que, não necessariamente, precisam ser ocupadas. “São vagas autorizadas com base nas condições da instituição. Não necessariamente elas (as instituições) estão dispostas a oferecer”, disse.
Um em cada dez jovens entre 18 e 24 anos está no ensino superior
De acordo com o Censo de Educação Superior 2004, divulgado hoje pelo ministério da Educação, apenas 10,4% dos jovens entre 18 e 24 anos estão em algum curso de ensino superior no País. A expectativa para os próximos dois anos é que esse número chegue a 30%
“O problema é que o estudante de nível superior brasileiro chega na universidade com mais de 20 anos. Há muitas reprovações. À medida que o fluxo escolar for melhorando, com o ensino médio em três anos e o fundamental em oito, começaremos a ter um ingresso mais jovem na universidade. Para que isso seja possível é importante que o estudante entre mais novo na universidade, consiga concluir o seu curso em quatro ou cinco anos e, evidentemente, o número de vagas seja ampliado”, explicou o diretor de Desenvolvimento de Educação Superior da secretaria de Educação Superior do ministério da Educação, Manoel Palácios.
Para ele, a ampliação do número de vagas nas instituições públicas de ensino superior é fundamental para que o estudante garanta uma graduação numa universidade. “As famílias não têm dinheiro para pagar a instituição particular então a expansão das universidades públicas é muito importante”, disse.
O Censo de Educação Superior 2004 fez um retrato das instituições de ensino e dos estudantes. Entre outros dados, a pesquisa mostrou que hoje no país existem 2.013 instituições de educação superior, sendo 224 públicas e 1.789 privadas. Além disso, houve um crescimento de 18,7%, em relação a 2003, no número de estudantes que concluíram seus cursos. Ao todo, foram 626,6 milhões, sendo 424,3 milhões nas instituições privadas e 202,2 nas públicas.