Em 2005, cerca de 14 mil pessoas foram infectadas por dia com o vírus causador da aids, a maioria delas, 95%, nos países de menores rendas, de acordo com o estudo.
No total, 40,3 milhões de pessoas são HIV positivas no final de 2005 (contra 37,5 milhões em 2003), com 4,9 milhões de novos infectados em relação ao ano de 2004. A cifra de mortes por aids subiu para 3,1 milhões de pessoas no corrente ano.
A zona mais afetada pela epidemia continua sendo a África subsaariana, onde 25,8 milhões de pessoas viviam com o HIV e 2,4 milhões de pessoas morreram de aids em 2005, segundo a OMS. A organização calcula em 3,2 milhões o número de novos casos de infecção por HIV nessa região este ano.
América Latina tem 200 mil novos casos.
Na América Latina, a cifra de infectados com o HIV chega a 300 mil pessoas, com 24 mil falecimentos no ano que se encerra e 200 mil novos casos de contágio. Segundo a OMS, aproximadamente 1,8 milhão de pessoas vivem com o HIV.
O trabalho destaca alguns avanços recentes na região do Caribe (Bahamas, Barbados, Bermuda, República Dominicana e Haiti), que permitem um otimismo moderado: há concretamente uma clara redução do presença do HIV entre as mulheres grávidas, de um aumento na utilização do preservativo entre profissionais do sexo e da ampliação dos serviços de assistência e testes voluntários do HIV”. O Caribe é precisamente a única região onde o número de pessoas com HIV não aumentou em 2005.
A Europa Oriental e a Ásia Central registraram os maiores aumentos em contágio de HIV (25% e 1,6 milhão de novos infectados).
“No entanto, a África subsaariana continua sendo a região mais infectada do mundo: 64% das novas infecções (mais de três milhões de pessoas) ocorrem neste subcontinente”, explica o informe.
“Nós nos sentimos esperançosos com os progressos realizados por alguns países e pelo fato de que os programas sustentáveis de prevenção do HIV desempenharam um papel decisivo na redução do número de infecções. Mas a realidade é que a epidemia de aids continua superando os esforços mundiais e nacionais para contê-la”, afirmou o dr. Peter Piot, diretor executivo da Unaids. O funcionário pediu para ampliar com urgência o alcance e a escala dos programas de prevenção do HIV.
Acesso a tratamento melhora
O informe destaca, no entanto, que os níveis de acesso ao tratamento de HIV melhoraram nos últimos dois anos. “Calcula-se que neste ano foram evitados entre 250 e 350 mil mortes graças ao acesso maior ao tratamento do HIV”, indica o texto divulgado antecipadamente para a imprensa.
No entanto, em alguns países da América Latina, Caribe, Oriente Médio e África do Norte, a vigilância insuficiente do HIV está prejudicando os esforços de prevenção e, no geral, supõe que as pessoas expostas ao risco maior – os homens que têm relações sexuais com homens, os profissionais do sexo e os consumidores de drogas intravenosas – não estejam cobertas ou atendidas adequadamente através das estratégias de prevenção e tratamento do HIV”, conclui o informe.
AFP