Ceplac faz lançamento oficial da 27ª Semana do Fazendeiro

Um “chocolate-da-manhã” marcou, na manhã de hoje, no Hotel Tarik Fontes, em Itabuna, o lançamento oficial da 27ª Semana do Fazendeiro, evento promovido pela Ceplac e que será realizado de 23 a 27 de outubro, na Emarc-Uruçuca, tendo como tema este ano “Agregando valor à sua produção”.
Bastante concorrido, o acontecimento reuniu produtores, autoridades municipais, jornalistas, lideranças do cacau e convidados. Abrindo a série de pronunciamentos, o superintendente regional da Ceplac, Wellington Duarte, fez uma breve retrospectiva da história da Semana do Fazendeiro, destacando que o evento, ao contrário da maioria dos seus congêneres, não tem conotação comercial. “O seu objetivo é eminentemente técnico e visa uma troca de experiências que possibilite somar o conhecimento empírico dos produtores ao saber científico, disso resultando melhores resultados em termos de produção, e, conseqüentemente, mais desenvolvimento econômico e social”, salientou.
Wellington Duarte destacou também que o evento, seguindo uma tendência já consolidada nos últimos três anos, vai dar enfoque tanto à grande produção quanto à chamada ‘pequena agricultura’, uma vez que, em última análise, o que interessa de fato não é a quantidade produzida por cada segmento de produtores, mas o atendimento às demandas do mercado. “Esta é uma estratégia do governo Lula, que tem valorizado na mesma medida os grandes e os pequenos empreendimentos agrícolas, obtendo, com isso, resultados altamente compensadores na agricultura nacional”, assinalou.

O superintendente da Ceplac informou também que a instituição lançará, durante o evento em Uruçuca, um programa de previsão de safra em nível de propriedade agrícola, oportunidade em que passará aos produtores todas as orientações sobre como utilizá-lo. “Embora a nossa instituição vá continuar fazendo a pesquisa global da safra, a idéia é dar aos agricultores individualmente a possibilidade de avaliar os seus parâmetros de produção e dimensionar as suas receitas”, explicou. Ele também enfatizou que a viabilização da Semana do Fazendeiro só foi possível graças à cooperação dos diversos setores e organizações regionais, além da receptividade demonstrada por entes públicos municipais, estaduais e federais.

Retomada

“É reconfortante constatar que a Ceplac tem retomado a sua missão de fomentar o desenvolvimento regional e a realização de um evento da magnitude da Semana do Fazendeiro demonstra isso”, afirmou, em seu pronunciamento, o presidente da Câmara Municipal de Itabuna, Edson Dantas. Ele disse também que existem “sinais evidentes” de que Itabuna volta a experimentar um processo de revitalização econômica depois da crise provocada pela queda de produção do cacau. Lamentou, no entanto, que os produtores regionais ainda não tenham conseguido o nível de organização e mobilização dos agricultores de outras regiões, um requisito que considera indispensável para que os problemas do cacau sejam definitivamente resolvidos. Para Edson Dantas, a recuperação econômica da região passa necessariamente pelo fortalecimento da Ceplac. “É preciso que nós unamos em torno desse objetivo”, salientou.

A união de esforços em favor dos interesses regionais também foi defendida pelo prefeito de Ilhéus, Valderico Reis. Ele destacou a importância da agricultura para o desenvolvimento do Sul da Bahia e pregou uma mobilização de toda a sociedade com o objetivo de obter os recursos financeiros indispensáveis à revitalização econômica regional.

Visão de futuro

Encerrando a série de pronunciamentos, o diretor da Ceplac, Gustavo Moura, também destacou o apoio recebido dos diversos setores regionais para a realização da Semana do Fazendeiro. Para ele, todo o esforço desenvolvido nesse sentido é justificado graças à ‘visão de futuro’ que o empreendimento proporciona. “As conclusões tiradas de um encontro desse tipo possibilitam a adoção de estratégias adequadas no processo de produção, resultando em ganho para o produtor e avanços para a agricultura regional”, garantiu. Ele salientou que iniciativas como a realização da Semana do Fazendeiro devem continuar merecendo o estímulo da sociedade e de todos segmentos ligados ao agronegócio. “É um investimento que tem retorno assegurado”, ressaltou.

Garantindo que a Ceplac está caminhando no ‘caminho certo’, o diretor da Ceplac também manifestou otimismo com a tendência de crescimento da produção do cacau verificada nos últimos anos. “Saltamos, na Bahia, de um volume de produção de 90 mil toneladas para cerca de 170 mil, que é a previsão atual”, ele informou, lembrando que a safra temporã deste ano é maior do que a soma daquelas registradas nos últimos três anos. Ele destacou também que o preço do cacau continua sendo motivo de inquietação para os produtores, que enfrentam altos custos de produção.

Equação

“Os insumos e defensivos agrícolas aumentaram em 60%, os salários dos operários em cerca de 40% e o preço do cacau caiu em 60%, uma equação altamente desfavorável para quem produz”, assegurou Gustavo Moura, salientando que essa é uma situação ‘perversa’, mas resultante de uma série de fatores cuja reversão depende de reformas estruturais do próprio mercado.

Em relação ao Pesa, o diretor da Ceplac informou que, em termos nacionais, o programa alcança um montante de R$ 13 milhões, enquanto a parcela correspondente ao cacau é, obviamente, uma fração mínima desse total. “Em função disso, rever o Pesa levando em consideração a situação dos cacauicultores é algo que dependeria de uma posição da Câmara Federal”, assinalou Gustavo Moura, destacando que essa não poderia ser uma decisão restrita ao cacau, mas estendida a todos os cultivos contemplados pelo programa. Concluindo o seu pronunciamento, o diretor da Ceplac informou que o processo de institucionalização do órgão está bem adiantado, com previsão de ser completado até dezembro. “Será o cumprimento de mais uma das metas que estabeleci como dirigente da Ceplac” assinalou.

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