Os estudos que apontam os problemas que hoje acometem a península de São Miguel iniciaram 1940, quando o governo brasileiro procurava espaço adequado para a construção de um novo porto. Quando a viabilidade do porto da baia do pontal começou a demonstrar-se frágil para os navios que exigia cada vez mais um calado maior, a alternativa foi construir o Porto Internacional do Malhado, em mar aberto, decisão baseada em estudos e simulações realizadas no laboratório do Caju no Rio de Janeiro com uma equipe de brasileiros, portugueses e franceses. Contrapondo-se a idéia de construir um porto em Maraú, onde as condições naturais eram favoráveis.
Em 1998 as marés de marco e setembro levaram pânico aos moradores do São Miguel e do Bairro da Barra. Chamaram às pressas a Belov Engenharia para estudar uma alternativa.
O estudo da Belov Engenharia recomendava construção de espigões. A decisão era entre 6 a 8 espigões num espaçamento de 500 metros entre si e cumprimento variável e proporcional. O primeiro espigão deveria ter 300 metros de cumprimento, os demais espigões seriam proporcionais e construídos na medida em que a situação dos anteriores fosse definida.
De acordo com o superintendente da Belov Engenharia, Dr. Aleixo Belov, que a convite da atual administração veio explicar o projeto e apontar alternativa:
– O primeiro e maior espigão deveria ter 300 metros de comprimento. A partir do termino deste, esperaria o fluxo e refluxo das mares acomodarem a bancada de areia que tem influencias dos ventos e só então partiria para o segundo. Esta obra levaria um tempo para moldar-se, este procedimento e para impedir que o barramento do segundo impedisse a entrada da areia na área do primeiro. “Esta obra levaria um tempo de no mínimo 10 anos para moldar-se a nova paisagem, receberia manutenção a cada (2) dois anos, com nova batimetria, por se tratar de uma obra viva, “diz Aleixo Belov, e mais, o governo anterior só me pagou a metade do projeto, faltam espigões e os que foram feitos estão for do tamanho e distancias recomendadas.”.
Recomendações
De acordo com Dr. Belov, a prefeitura teria que contratar novos estudos a partir do ponto que pararam, mas que os espigões ainda e o caminho. No entanto, aponta que de imediato poderia retirar a areia que hoje esta acumulada nas proximidades do porto e na frente, obstáculo à navegação e num bay-pass, ou seja, tirar de um lugar e colocar em outro. Desta forma, toda areia tirada do lado direito do porto e toda dragagem ocorrida, seria colocada nas praias do São Miguel, compensando o papel que seria feito naturalmente pela natureza.

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira

Foto:Ed Ferreira
V Marcha em Memória aos mártires do massacre do rio Cururupe
“Caravana da Amurc” mostra ações em Firmino Alves
Ao ressaltar a importância da festa, o presidente da Amurc e prefeito de Itapé, Pedro Jackson Brandão (Pedrão), disse que além de atrair um grande público de vários municípios por causa da organização e segurança, também cria mecanismos para gerar emprego e renda, principalmente para quem atua no comércio informal de modo geral.
Dupla baiana faz a mala no Sauípe
Com uma bela atuação, a dupla subiu ao topo do pódio na disputa entre equipes. Mandinho e Nora, que são patrocinados pela Costa do Sauípe, superaram os paulistas Gilmar Silva e Tadeu Pereira, da Hawaiian Dreams, o cearense Heitor Alves e o gaúcho Daison Pereira, da Freesurf, além do carioca Pedro Müller, da South to South.
Müller competiu sozinho porque o paraibano Jano Belo saiu da praia após vencer a prova individual.A vitória rendeu R$ 2 mil à equipe da Costa do Sauípe, que estava em segundo lugar e conseguiu a vitória com uma nota 8.5 de Wilson Nora nos instantes finais.
Segundo Marcelo Andrade, diretor-executivo da Abrasp, o paraibano Jano Belo pode ser punido pela ausência na disputa.
A entidade considerou uma falta de respeito ao atleta Pedro Müller, que ficou sozinho contra as outras duplas. “Mandamos um e-mail para ele com um prazo de 48 horas para se justificar. A resposta do Jano será levada ao conselho da Abrasp”, comenta Marcelo.
Resultados
1 Costa do Sauípe (Armando Daltro e Wilson Nora)
2 Hawaiian Dreams (Gilmar Silva e Tadeu Pereira)
3 Freesurf (Daison Pereira e Heitor Alves)
4 South to South (Jano Belo W.O e Pedro Müller)
Ader Oliveira – Waves
Brasil fecha R$ 560 mi em negócios com o Iraque durante feira
“Os Ministérios da Agricultura, da Construção e da Energia fizeram pedidos de US$ 132 milhões (R$ 306 milhões) e empresas privadas fecharam negócios de US$ 112,5 milhões (R$ 261 milhões)”, disse Quirós.
Segundo ele, US$ 17,5 milhões (R$ 40 milhões) em negócios foram concluídos durante os três dias da feira – que terminou nesta quarta-feira – enquanto outros U$ 95 milhões vêm de contratos iniciais, com entregas e pagamento para os próximos 12 meses.
Quirós diz que estas vendas viabilizam o projeto do governo federal de instalar um centro de distribuição de produtos brasileiros na Jordânia.
“Precisávamos de uma garantia de negócios de pelo menos US$ 100 milhões (R$ 232 milhões) para que pudéssemos instalar um centro de distribuição aqui. Se as previsões se confirmarem, vamos instalar o centro no ano que vem”, disse.
As condições de segurança dificultam as operações dentro do Iraque, tanto que a própria feira para discutir a participação brasileira na reconstrução teve que ser realizada num país vizinho.
“Há muitos empresários iraquianos instalados aqui na Jordânia e em outros países da região com os quais o Brasil pode ter um contato mais fácil”, disse o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque, Jalal Chaya.
Mas o iraquiano radicado no Brasil diz que o país tem áreas, no norte e no sul, onde as condições de segurança são boas e negócios poderiam ser feitos mais diretamente.
Juan Quirós diz que o contato com compradores do Iraque revelou que atualmente os produtos brasileiros estão chegando ao país encarecidos pelo ágio cobrado pelos intermediários e, em alguns casos, com a validade vencida.
Ele diz que a Apex vai estudar a proposta feita pelas autoridades iraquianas de instalação de um centro de distribuição também no norte do Iraque.
Produtos
Segundo a Apex, entre os 14 setores representados na feira, os que mais se destacaram foram os de alimentos, material de construção, equipamentos médico-hospitalar, máquinas e serviços para indústria petrolífera e equipamentos e máquinas agrícolas.
O evento contou com a participação de 500 empresas brasileiras e foi visitado por cerca de 1,5 mil empresários iraquianos.
“No pico, em 1985, o comércio bilateral com o Iraque atingiu US$ 2,4 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 630 milhões. Até a Guerra do Golfo, eles importavam 480 itens do Brasil”, diz Quirós.
No primeiro semestre deste ano, as exportações do Brasil para o Iraque foram de apenas US$ 9 milhões.
BBC
Pesquisa: governos “não seguem vontade popular”
O levantamento foi feito pelo Instituto Gallup para o Serviço Mundial da BBC, ouvindo um total de 50 mil pessoas.
Apenas na Escandinávia e na África do Sul, a maioria acredita que é governada de acordo com a sua vontade.
Mas 47% dos pesquisados acreditam que as eleições em seus países são livres e justas.
Nos Estados Unidos e no Canadá, esse número chega a 55%, e a 82% em países da União Européia (UE), mas apenas 24% na África Ocidental.
A América Latina é onde o maior número delas, 65%, acha que controla a própria vida, seguida do Canadá e Estados Unidos (62%) e Europa (53%).
Na África, no Leste Asiático, em países do Oceano Pacífico e no antigo bloco soviético, as pessoas acham que têm menos controle sobre suas vidas.
A pesquisa também constatou que apenas 13% das pessoas confiam nos políticos, e só 16% delas acham que eles devem ter mais poder.
Cerca de um terço dos pesquisados acha que escritores e acadêmicos deveriam ter mais poder.
Um quarto deles acha que os líderes religiosos, percebidos como o grupo de maior confiança, deveriam ter mais poder.
E um quinto dos que responderam a pesquisa acham que militares, empresários e jornalistas devem ter mais poder.
A pesquisa constatou que a família é quem exerce a maior influência sobre as pessoas.
Das pessoas ouvidas, 61% disseram que o parceiro ou integrante da família foi quem mais influenciou a vida delas no ano.
No México, esse número chega a 88%. A América do Norte é a região onde a família tem a menor influência para o maior número de pessoas, 65%.
Na América do Norte, uma grande variedade de pessoas influenciam nas decisões das demais, especialmente líderes religiosos, segundo 12% dos pesquisados.
BBC
Imposto Territorial Rural deve ser entregue até dia 30
Tabela de imposto de renda deve ser reajustada em novembro
CNPq abre inscrições para seleção pública
INFORMES – ASCOM – PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHÉUS
Professores têm curso de contação de história;
Inscrições em curso do Senac são prorrogadas até sexta;
Engenheiro condena obra no São Miguel e responsabiliza ex-gestor;
“Escola Ativa” promove capacitação na zona rural;
Prefeitura apresenta trabalhos e ouve sugestões da comunidade;
Prefeitura e trade discutem programação do verão 2006.
Será realizado neste fim de semana, em Ilhéus, o III Aberto de Surf Amador, evento que vai reunir alguns dos nomes promissores desse esporte na região. O campeonato acontece sábado e domingo, dias 17 e 18, a partir das 8 horas, no quilômetro zero da rodovia Ilhéus – Olivença, nas proximidades da Cabana Tia Bel.
Estarão em disputa surfistas das categorias Open (sem limite de idade), Iniciante (até 14), Mirim (até 16) e Júnior (até 18 anos). A competição está aberta para surfistas de ambos os sexos, inclusive no body board. Paralelamente ao Aberto de Surf, será realizado o concurso Garota Brilho e Beleza da Praia.
O surf é o esporte que mais projeta Ilhéus no cenário nacional, graças a nomes como Jojó de Olivença (bicampeão brasileiro) e, atualmente, Flávio Costa, que disputa o título no campeonato brasileiro de surf, o Super Surf. Outras promessas são Franklin Serpa, Bruno Galine e Wellington Santos, este último campeão do Aberto Amador de 2004.
Professores têm curso de contação de história
Professores da rede municipal de Ilhéus participam de cursos de contação de histórias. Os cursos são voltados para profissionais que trabalham com a Educação Infantil, são ministrados pelo mestrando em História Erlon Fábio Costa, da Secretaria Municipal de Educação, e têm duração de oito horas. O objetivo é estimular o professor que trabalha com alunos do Infantil a ler e contar histórias.
Além de habilitar o professor a narrar histórias, a iniciativa visa estimular o educador a despertar na criança “competências textuais e lingüísticas, mas principalmente o gosto pelo ato de ler e ouvir”, segundo Erlon. O curso será ministrado nesta quinta-feira (15) e no próximo dia 29, no Centro de Referência Leopoldo Monteiro, na avenida Canavieiras, nos turnos matutino, vespertino e noturno.
A Secretaria Municipal de Educação tem desenvolvido projetos voltados ao estímulo da leitura entre crianças e jovens. Desde o início do ano, são promovidas sessões de contação de histórias e exibição de filmes na Biblioteca Municipal Adonias Filho (antigo General Osório). “A partir de iniciativas como estas, queremos despertar o gosto pela leitura logo nas primeiras fases de vida da pessoa”, diz. Os professores interessados em participar do curso devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Educação ou Centro de Referência.
Inscrições em curso do Senac são prorrogadas até sexta
As inscrições para os cursos profissionalizantes de corte-e-costura, pintura em tecido e bordado oferecidos pelo Senac, foram prorrogadas até a próxima sexta-feira (16). Para se inscrever, o interessado deve apresentar documentos pessoais e pagar uma taxa de apenas R$ 15,00. A inscrição pode ser feita das 8h às 14h, na sede da Associação de Moradores do São Miguel ou na Secretaria de Assistência Social e Trabalho, localizada na localizada na rua professor Mário Alfredo, centro da cidade. A taxa cobrada dos participantes pelo Senac será destinada ao pagamento dos instrutores do curso.
Todo o material usado nos cursos será fornecido pelo Senac (linhas, tintas e pincéis). As aulas do curso começam no dia 19 e serão ministradas num espaço próximo à sede da Associação de Moradores do São Miguel. São oferecidas 15 vagas por curso. O alvo são mulheres do São Miguel, Barra, Vila Lídia, Jardim Savóia e Iguape. “O nosso foco são aquelas pessoas de baixa renda”, afirma a secretária de Assistência Social e Trabalho, Fátima Reis.
Engenheiro condena obra no São Miguel e responsabiliza ex-gestor
O engenheiro de obras portuárias, Aleixo Belov, responsável pela elaboração do projeto do enrocamento do São Miguel, localizado na zona norte da cidade, esteve visitando hoje (14) o bairro em companhia do prefeito Valderico Reis. Além de afirmar que os ex-gestores somente pagaram metade do valor do projeto elaborado pela sua empresa, ele apresentou alternativas para acabar com o avanço do mar na zona norte. Belov lembrou que o mar está acontecendo em decorrência do aumento do espaçamento entre os espigões, além da extensão do tamanho destes, “uma vez que foram construídos abaixo dos parâmetros estabelecidos pela planta do projeto”.
Para o prefeito, representantes de órgãos ambientais e outras instituições, vereadores e secretários municipais, o engenheiro assegurou que a curto e médio prazos os problemas de erosão provocadas pelas marés altas poderão ser solucionados através do transporte da areia que se acumula no quebra-mar do porto de Ilhéus, para ser depositada entre os espigões do São Miguel.
Entretanto, o engenheiro Aleixo Belov disse que é necessário ainda que sejam ampliados alguns espigões ou construídos outros entre os existentes, para suprir o espaçamento conforme determina o projeto. Segundo ele, para a construção dos espigões com sucesso é de fundamental importância que se espere que as correntes marinhas acumulem areia e, a partir daí, continuar o trabalho de construções dos outros espigões. Isso só foi considerado eficiente do primeiro e segundo espigões, segundo explicou Aleixo Belov. “Não foi feita a manutenção a cada ano”, denunciou.
Ele disse que por ser uma obra viva, no trabalho de contenção feito no bairro São Miguel seria imprescindível que a obra fosse acompanhada de dois em dois anos. De acordo com ele, o prazo para terminar com os serviços é de 10 anos, o que não aconteceu com o enrocamento no bairro. Apesar de tudo, o engenheiro procurou acalmar os moradores do bairro que acompanharam os moradores da área.
Preocupado com a situação do São Miguel, o prefeito Valderico Reis disse que estava ali porque procurava soluções para acabar com a aflição dos moradores do local. Ele afirmou que um dos contatos está sendo mantido com o governo federal. Valderico entende que a presença do engenheiro demonstra o interesse em acabar com a questão. O engenheiro terminou a visita de inspeção conversando com moradores do São Miguel.
Foi acompanhada ainda pelos representantes da Codeba, Eduardo Melquíades e Nilton Cruz, os vereadores Reynaldo Oliveira dos Santos e Rodolfo Macedo, as secretárias de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, Rúbia Carvalho, e de Meio Ambiente, Vera Lúcia Oliveira. O representante da Policia de Meio Ambiente, delegado Cupertino, o vice-presidente da Associação de Moradores do São Miguel, Cid Póvoas, também esteve presente no encontro com outros membros da entidade.
“Escola Ativa” promove capacitação na zona rural
As 49 classes multisseriadas (salas de aula freqüentadas por alunos de mais de uma série) de Ilhéus estão sendo beneficiadas com o projeto Escola Ativa. O trabalho, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação em convênio com o Fundescola, tem o objetivo de levar capacitação aos professores que atuam nessas turmas, nas quais a metodologia de ensino traz sensíveis diferenças em relação às classes convencionais.
O Escola Ativa prevê a revisão de métodos, muitas vezes baseada na troca de experiências entre os 52 professores que atuam nas classes multisseriadas. Em cada mês, até novembro, são realizadas duas sessões no Centro de Referência Professor Leopoldo Campos Monteiro. Por meio de oficinas e outras atividades em grupo, são aperfeiçoados métodos de trabalho em torno das disciplinas básicas ensinadas aos alunos de primeira a quarta série.
Neste mês de setembro, está acontecendo a segunda etapa do projeto, com a abordagem dos temas Produção textual, revisão de texto e letramento. Em outubro, a Escola Ativa vai oferecer capacitação na área de matemática e raciocínio lógico, tomando por base os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A mesma matéria será o foco do projeto em novembro, quando vão ser discutidos os temas Estudando e Aprendendo Matemática e a Prática Matemática em nosso Cotidiano.
De acordo com a coordenadora do projeto, professora Taís Santos, a escolha dos temas é feita de acordo com a identificação das carências existentes em sala de aula. “A Secretaria identificou que uma das maiores dificuldades dos alunos é com relação a português e matemática, que são matérias básicas para o aprendizado de outras disciplinas”, explica. Segundo ela, o projeto atende preferencialmente às escolas do campo, onde estão as turmas multisseriadas, pois “existe uma necessidade de maior suporte para o professor que trabalha em classes onde convivem alunos de mais de uma série”.
Os cerca de 1.500 alunos que estudam nessas classes são os beneficiários diretos da capacitação. De acordo com o secretário de Educação de Ilhéus, Almir Gonçalves Pereira, o Escola Ativa comprova o interesse do prefeito Valderico Reis pela melhoria da qualidade de ensino na zona rural, bem como pela valorização dos professores. “É uma ação de importante alcance social, pois tende a contribuir para reduzir os níveis de repetência e melhorar o aproveitamento dos estudantes do campo”, salienta o secretário.
Prefeitura apresenta trabalhos e ouve sugestões da comunidade
A Prefeitura de Ilhéus realizou uma reunião com os presidentes de todas as associações de bairro e entidades beneficentes do município. A reunião ocorreu nesta quarta-feira (14) na Casa dos Conselhos e contou com a participação de mais de 80 representantes das zonas urbana e rural, que tiveram a oportunidade de conhecer os trabalhos e projetos em andamento, além de tirar suas dúvidas.
Estiveram presentes os secretários de Turismo, Raymundo Mazzei, de Assistência Social e Trabalho, Fátima Reis, a coordenadora da Casa dos Conselhos, Joziana Alves, e representantes de secretarias municipais. A reunião foi iniciada com a apresentação do secretário de Turismo, Raymundo Mazzei, que destacou os principais trabalhos concluídos e em andamento no setor, além da secretária de Assistência Social e Trabalho, Fátima Reis.
Mazzei afirmou que a Prefeitura está empenhada em fazer com que Ilhéus saia de uma inércia de mais de vinte anos no setor de turístico. “Estamos trabalhando para que as atrações naturais de Ilhéus se transformem em verdadeiros produtos turísticos”, disse. O secretário apontou a formatação de novos produtos, a exemplo da Lagoa Encantada e do Rio do Engenho, onde localiza-se a segunda capela mais antiga da zona rural do país. Em parceria com empresas privadas e instituições, a Prefeitura vem desenvolvendo diversas atividades visando o desenvolvimento do local. Ele disse que a idéia é oferecer um mix turístico, que engloba o turismo cultural, rural, histórico e náutico.
Atrativos
Em breve, as ruas e estradas da cidade também ganharão a sinalização turística, por conta de um investimento do Prodetur. O secretário conta que o local para a implantação da Escola de Hotelaria também está sendo estudado. Ele antecipou que a partir do mês de novembro, uma série de ações serão realizadas para aumentar a movimentação da cidade, principalmente à noite.
Em parceria com a Fundação Cultural de Ilhéus está sendo elaborada uma extensa programação cultural para o centro da cidade, trazendo música, folclore, dança e artesanato. “Cada ação que desenvolvemos, cada novo destino que formatamos significa um dia a mais de permanência do turista em nossa cidade”. Ele destacou, ainda, a vinda da companhia aérea BRA, que está operando com vôos fretados em Ilhéus, e da GOL, que até o final desse ano estará com vôos regulares para a cidade.
Assistência Social
A Secretária de Assistência Social e Trabalho, Fátima Reis, também apresentou o trabalho da Prefeitura neste setor. Segundo dados da Secretaria, existem 24.146 famílias pobres em Ilhéus, das quais, apenas 10.910 estavam incluídas no cadastro único que dá direito a benefícios do programa Bolsa-Família. Nesse ano, a Prefeitura já efetuou o cadastramento de outras sete mil famílias, que já estão recebendo os benefícios.
Fátima Reis também falou sobre a migração do programa Bolsa Escola para o Bolsa Família, que atende a 6.500 famílias. Os cadastros para este programa continuam sendo feitos até o final de setembro. No início, a Secretaria contava com seis funcionários fazendo o cadastramento, mas este número foi dobrado a fim de agilizar o processo.
A secretária citou, ainda, o cadastramento dos idosos para o passe livre no transporte coletivo. Esta ação foi iniciada no mês de julho e até agora 3.400 idosos já foram cadastrados para que possam ter direito à gratuidade. Ela aproveitou para explicar a questão do Programa do Leite, que não está sendo desenvolvido por determinação do Governo Federal, devido à falta de cadastramento dos pequenos produtores, que deve ser feito pela EBDA, e não é responsabilidade da Prefeitura.
Segundo ela, a Prefeitura está com alguns projetos em fase final de formatação, como o Centro da Juventude, o Projeto Novo Rumo (para menores de rua), a Casa de Passagem para Menores, a Casa do Imigrante e o Programa de Apoio ao Trabalhador Autônomo. Fátima Reis concluiu destacando que Ilhéus recentemente foi integrada à Gestão Plena de Assistência Social, que trará bons frutos para a população, e que a Prefeitura continuará se reunindo com a comunidade antes de executar um projeto.
Elogios
Os representantes das associações e entidades presentes parabenizaram a iniciativa da Prefeitura de reuni-los com o objetivo de apresentar seus trabalhos e projetos e valorizar a participação de todos em busca dos melhores resultados para o município. O presidente do Instituto Parceiros da Paz, Robson Melo, afirmou que há muito tempo não via uma iniciativa como esta. “Hoje, diferente dos anos anteriores, temos um governo disposto a ouvir as opiniões e sugestões da comunidade, e isso é muito importante para o crescimento da nossa cidade”, disse.
Prefeitura e trade discutem programação do verão 2006
A Secretaria de Turismo e a Fundação Cultural de Ilhéus se reúnem com o trade turístico, entidades e clubes de serviços para discutir a programação de eventos para a temporada de verão 2005-2006. O encontro será realizado no salão nobre do Palácio Paranaguá, na próxima segunda-feira (19), às 14h30min. Durante a reunião, também serão definidas as datas de realização do carnaval e do São João do próximo ano. A reunião será uma consulta do governo municipal às várias entidades e segmentos ligados ao turismo e à promoção de eventos.
As discussões serão coordenadas pelo secretário municipal de Turismo, Raymundo Mazzei, e a presidente da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci), Simone Cardoso. O secretário de Turismo explica que durante a reunião o município quer ouvir dos mais variados setores as melhores datas para realização do São João e do Carnaval. “Estas são datas importantes para o trade e para o nosso turismo e queremos, desta forma, discutir qual o melhor período e locais de realização destes eventos”, diz Mazzei.
Ele disse que o município tem sempre procurado trabalhar em parceria com a sociedade e a reunião demonstra o espírito democrático e participativo que tem “marcado as decisões de governo”. A presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, Simone Cardoso, disse que todos os segmentos representativos poderão apresentar sugestões “pois o objetivo é definir uma programação variada e atrativa, para o trade, a população e turistas”.
A presidente da Fundação Cultural disse que neste ano, como forma de contenção de despesas, o carnaval fora de época Praia&Folia foi realizado em abril e agora haverá uma oportunidade de se avaliar melhor a data e decidir em qual período a festa deverá acontecer no próximo ano. “Queremos definir tudo de forma democrática e, por isso, contamos com a participação de representantes do turismo, dos clubes de dirigentes lojistas e de promoção de eventos”.
A programação é um dos chamarizes para atrair mais turistas ao município. Neste ano, dados da Infraero mostraram que a movimentação no aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, cresceu 15%. A idéia é aumentar o ritmo de crescimento combinando atrativos naturais, organização do trade e uma boa programação de eventos. O secretário Raymundo Mazzei destaca a contribuição do setor privado “para atingir estes objetivos”.
A saga do cacau na Bahia
(Gazeta Mercantil, 12/04/95)
Parece o enredo de um filme de terror pouco verossímil. Primeiro, os preços no mercado internacional despencaram por conta da grande oferta do produto em outros países, notadamente os da África. A natureza também não colaborou, mandando poucas chuvas e castigando as plantações com a inclemência do sol. Finalmente, como golpe de misericórdia, um fungo vindo da Amazônia sabe-se lá de que maneira, conhecido por “vassoura de bruxa”, apodreceu os frutos e sepultou de vez as esperanças de produtores descapitalizados, que ainda contavam com o bom humor da bolsa de Nova York – responsável pela cotação das commoditties – para salvar a própria pele. O resultado não poderia ser mais desastroso: a queda vertiginosa da safra, associada à baixa rentabilidade, atolou fazendeiros em dívidas e desempregou centenas de milhares de trabalhadores.
Até os anos 70 – quando a criação do Centro Industrial de Aratu e, principalmente, a instalação do Pólo Petroquímico de Camaçari diluíram definitivamente os traços agrícolas da economia baiana – o cacau foi o principal gerador de divisas do estado, responsável por quase 60% de toda a sua arrecadação.
Hoje em dia a situação é bem diferente. No porto da principal cidade da região, Ilhéus, por onde já foram exportados mais de US$ 1 bilhão em sacas de cacau, o movimento gira em torno da soja plantada no oeste baiano, além do papel e celulose produzidos quase no limite com o Espírito Santo. Desde 1995, lá também atracam navios da Costa do Marfim e da Indonésia abarrotados de amêndoas importadas por fábricas de moagem pertencentes a multinacionais importantes – como a americana Cargill e a suíça Barry Callebaut – também localizadas em Ilhéus, que abastecem indústrias de chocolate do mundo inteiro com produtos gerados pelo beneficiamento do cacau.
“Era um orgulho para o produtor chegar a São Paulo ou ao Rio de Janeiro e dizer que trabalhava com esse fruto. Mas, depois da vassoura de bruxa, os cacauicultores viraram motivo de piada. Empobrecemos de uma hora para a outra”, relata Isidoro Gesteira, presidente do Sindicato Rural de Ilhéus.
Os números não deixam dúvida sobre o impacto desse fungo. Na safra recorde de 1984/1985, mais de 400 mil toneladas de amêndoas foram colhidas no país. Porém, em apenas 15 anos, esse índice caiu 60%. Recentemente, com o desenvolvimento de técnicas de enxertia de hastes de plantas resistentes à vassoura naquelas que não suportam a doença – também chamada de “clonagem” – pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as plantações da Bahia vêm timidamente recuperando o fôlego. Mas nada comparável ao esplendor de décadas passadas.
A doença que ataca as árvores deixando suas folhas com o aspecto de uma vassoura de bruxa definitivamente redesenhou a paisagem local. Os coronéis que mandavam e desmandavam são praticamente página virada. “A agricultura familiar hoje responde pela maior parte da produção”, afirma Gustavo Moura, diretor da Ceplac. Além disso, muitos trabalhadores rurais desempregados foram obrigados a buscar emprego nas cidades, inchando importantes centros de turismo nas redondezas, como Porto Seguro. Por outro lado, a crise fortaleceu os movimentos que lutam pela reforma agrária e, em certa medida, democratizou o acesso à terra. Diversos assentamentos foram criados em lotes abandonados por grandes fazendeiros falidos. Na opinião de Moura, “a crise também enxugou o perdulário. Só sobraram os profissionais”.
Histórico
O cacaueiro é uma espécie nativa das florestas tropicais do continente americano e suas origens são carregadas de mitologia. Para os astecas, tratava-se de uma árvore sagrada, presente divino enviado à civilização que se desenvolveu no México. Já naquela época o cacau se destinava à produção de uma espécie rústica de chocolate – alimento que impressionou os colonizadores espanhóis pelo seu alto teor energético. Guerreiros astecas atravessavam dias sustentando seus corpos apenas com as amêndoas daquele fruto. Por esse motivo, ele foi batizado cientificamente com o nome theobroma cacao, quer dizer, manjar dos deuses.
No Brasil, o berço do cacau foi a região amazônica por conta das altas temperaturas e das chuvas abundantes, ideais para o crescimento da planta. Mas, em meados do século 18, a introdução das primeiras sementes no sul da Bahia, oriundas do Pará, escreveu um novo capítulo na história dessa cultura. São vários os motivos que explicam seu florescimento na terra de Jorge Amado. Em primeiro lugar, o clima quente e úmido, bastante similar ao do seu habitat natural, facilitou o processo de adaptação do cacaueiro, que também precisa da sombra oferecida por árvores de maior estatura para sobreviver. “Além disso não havia uma economia desenvolvida naquela região. Faltavam investimentos maciços desde a época das capitanias hereditárias de Ilhéus e de Porto Seguro”, explica Angelina Garcez, historiadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os engenhos de açúcar não vingaram naquela parte do estado e, por essa razão, a selva nativa ficou praticamente intocada, à espera dos desbravadores que, anos depois, derrubariam a vegetação mais fina para plantar os pés de cacau, resguardados pela proteção da Mata Atlântica.
“No século 19, houve um grande fluxo de pessoas para lá devido a uma seca muito forte nos sertões da Bahia e de Sergipe. Os migrantes, pessoas humildes e semi-analfabetas, traziam primeiro a família nuclear, depois os parentes mais distantes. O cacau não conheceu a mão de obra escrava por ser uma cultura pobre, de agricultura familiar em pequenas glebas”, completa Angelina.
A origem simples e a falta de recursos dos primeiros homens que se aventuraram mato adentro, para formar suas roças, explica uma outra característica interessante daquela região, visível ainda hoje: o baixo número de latifúndios. Lá não ocorreu o processo de doação de sesmarias, uma das raízes da elevada concentração de terras no Brasil. “Além disso, com pequenas áreas já se tem uma grande produtividade e uma boa rentabilidade. A cultura do cacau não tem necessidade de grandes glebas. Por outro lado, a concentração fundiária no sul da Bahia se dá de outra forma: um proprietário pode ter várias fazendas de porte reduzido”, afirma Fernando Vargens, chefe da unidade de Itabuna do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A partir de 1860, o cacau se converteu em objeto de desejo de fábricas de chocolate da Europa e dos Estados Unidos. Praticamente toda a safra era exportada, pois não existia o costume de se consumir o fruto e seus derivados no país. As primeiras manufaturas nacionais só apareceram na virada do século. É justamente nesse momento que a cacauicultura viveu seu ápice. O Brasil ocupou o posto de maior produtor mundial até meados da década de 1920. No mesmo período, a região sul da Bahia assistiu a uma verdadeira guerra entre os fazendeiros. Época em que os poderosos coronéis – descendentes daqueles primeiros humildes desbravadores – não mediam esforços e nem violência para expandir seus negócios mediante a apropriação de plantações pertencentes a agricultores menos abastados. “O coronelismo no sul do estado é diferente daquele observado nos engenhos ou na pecuária dos sertões, que tinham como força motriz o latifúndio. No caso do cacau, o coronel mais forte era o que produzia mais. Não se comprava terra, mas pés de cacau”, relata Angelina.
Velhos problemas
É impossível dissociar a palavra “crise” da história do cacau. Como toda commodittie, ele sempre foi refém do temperamento intempestivo dos mercados internacionais. O crack da bolsa de Nova York, em 1929, representou o primeiro golpe na economia agroexportadora da Bahia. Naquela época, os coronéis estavam em pleno apogeu, até que os problemas internos dos Estados Unidos – então os maiores importadores das amêndoas brasileiras – desesperaram fazendeiros acostumados a acender cigarros em notas graúdas de dinheiro. Como medida de socorro, o governo federal autorizou a criação do Instituto de Cacau do Brasil (ICB), uma espécie de cooperativa que ajudava no financiamento e na comercialização das safras, dois anos após o incidente que abalou as estruturas norte-americanas.
Quase trinta anos depois, uma nova queda brusca na cotação do fruto de ouro da Bahia, motivada pela grande produção internacional, provocou a segunda grave crise no setor. Mais uma vez o governo saiu em defesa dos cacauicultores. “A Ceplac foi criada inicialmente para fazer o alongamento e repactuar as dívidas dos produtores, devido à importância da lavoura para a economia do estado. Durante esse processo, viu-se a necessidade da criação de um órgão para modernizar e estimular a região cacaueira. Em 1962, surge então, vinculado à Ceplac, o Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), uma das principais referências de pesquisa sobre essa cultura no mundo”, comenta Moura. (ver box1)
Mas, sem dúvida nenhuma, a crise que se arrasta dos últimos 20 anos para cá assumiu as proporções mais catastróficas. O preço da tonelada, que chegou a ser negociada a US$ 4 mil no final dos anos 70, atingiu o fundo do poço na primeira metade da década de 90, cotado a US$ 800, o que descapitalizou completamente os cacauicultores. Para piorar a situação, foi justamente nesse período de forte retração econômica que a vassoura de bruxa, detectada pela primeira vez em 1989, no município de Uruçuca, manifestou sua capacidade de devastação. Ninguém sabe ao certo como a doença – que é endêmica na região amazônica – desembarcou no sul da Bahia. Os esporos do fungo podem ter sido transportados nas idas e vindas de fazendeiros que também possuíam roças localizadas no norte do país. Há boatos até de uma ação criminosa, com o intuito deliberado de vingança contra produtores da região. O fato é que em poucos anos a vassoura se espalhou por quase todas as propriedades, curiosamente seguindo o sentido da BR 101, que corta a zona cacaueira.
“Não havia tecnologia e nem recursos para tratar a doença. Era muito caro em função da estrutura regional, baseada na monocultura do cacau. No início, a única forma de controle era a manual, removendo as partes atacadas das árvores. Mas se um fazendeiro removesse, e o seu vizinho não fizesse a mesma coisa, não adiantava”, avalia o sociólogo Salvador Trevisan, professor da Universidade Estadual Santa Cruz (UESC). O preço dos imóveis rurais também despencou. “Uma fazenda de 150 hectares pela qual o meu avô havia pago US$ 800 mil não valia R$ 150 mil depois da disseminação do fungo. Não vendi por esse dinheiro porque achava uma loucura. Apesar da crise, sempre acreditei no cacau”, conta Gesteira.
Em 1995, para acalmar os nervos dos produtores, o Governo Federal lançou o Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira Baiana, com recursos endereçados ao combate da vassoura de bruxa, dividido em quatro etapas. Em cada uma delas, cacauicultores de todos os portes deveriam elaborar um projeto para combater a doença em suas roças, feito com o auxílio dos profissionais da Ceplac, e cujo financiamento seria analisado pelas instituições financeiras oficiais autorizadas a liberar o dinheiro. Ao todo, nesses quatro momentos, cerca de dez mil projetos foram aprovados pelo Banco do Brasil, que desembolsou R$ 228 milhões. Os grandes, que respondem por apenas 310 pedidos, ficaram com mais de 20% dos recursos.
A vassoura de bruxa só começou a ser efetivamente domada nas duas últimas etapas, com o investimento na técnica de clonagem que, na verdade, não passa de um simples processo de enxertia de hastes de árvores resistentes à doença em plantas vulneráveis aos ataques do fungo. Entretanto, a meta de clonar 300 mil hectares de plantação, metade da área total de cacau no sul da Bahia, não foi alcançada. A Ceplac estima que 50% da proposta inicial tenha sido cumprida.
Com o vencimento das primeiras parcelas dos recursos emprestados, os cacauicultores – principalmente os de maior envergadura – vêm renegociando na capital federal os prazos para o pagamento de suas dívidas. Eles alegam que não houve tempo suficiente para a produção recuperar o vigor e, por esse motivo, ainda não têm condições de quitar seus débitos. “Essa história é velha. Eles sempre chegam a um ponto em que não conseguem pagar e aí negociam com o governo, que dá o perdão. Um benefício, porém, que só os grandes conseguem. Os pequenos nunca são contemplados com esse tipo de medida na agricultura”, afirma Trevisan.
Crise para uns
Antes de partir para Ilhéus, a fim de modernizar a administração das fazendas de cacau pertencentes à família de sua esposa, Fernando Botelho recebeu um revólver do pai que, com a voz embargada pelo choro, só conseguiu dar um conselho ao filho que se aventuraria naquelas terras repletas de histórias violentas: “cuide-se”. O avô de sua mulher, coronel Ramiro Aquino, era bastante conhecido na região e já tinha até sido citado na literatura de Jorge Amado. “Mas ele era tranqüilo. Não tomava terra de ninguém”, assegura Botelho. Nascido e criado no Rio de Janeiro, com formação em engenharia mecânica, ele tinha planos de ficar no máximo dois anos no sul da Bahia. Entretanto, tomou gosto pela cacauicultura e já está há 32 na região. É o atual presidente do Sindicato Rural de Barro Preto, município com pouco mais de sete mil habitantes.
Até 1985, Botelho e outros grandes fazendeiros não tinham do que se queixar. Era prática comum, por exemplo, que fábricas de processamento de amêndoas pagassem antecipadamente pela produção – como comprar um bezerro na barriga da mãe. Assim, eles ganhavam fôlego para honrar seus compromissos no período conhecido como “paradeiro”, reservado à limpeza e manutenção das roças, que vai de janeiro a abril. De maio em diante, nascem frutos dos pés quase que sem interrupção, mas a safra principal só começa a partir de agosto. “Qualquer outro produto comparado ao cacau trazia um lucro irrisório. Não havia como desviar a atenção”, conta Botelho. Contudo, pouco tempo depois ele sentiria no bolso os riscos implícitos em qualquer atividade de monocultura. Escritórios em Itabuna, apartamento em Salvador, uma fazenda de gado e outra de cacau. De tudo isso Botelho foi obrigado a se desfazer quando a crise, comandada pela vassoura de bruxa, bateu à sua porta.
A produtividade da São José, sua fazenda em Barro Preto, é um bom termômetro para mensurar o declínio no padrão de vida de produtores de médio e grande porte, assim como ele, desde a fulminante aparição do fungo. Em 1979, de cada um dos 212 hectares do imóvel – onde trabalhavam 120 pessoas – saíam quase 65 arrobas de cacau por ano. Hoje, esse índice não chega a sofríveis 20 arrobas, e a fazenda tem 18 funcionários. Depois de 1985, Botelho foi obrigado a apertar o cinto e abrir mão de carros do ano e de viagens para o exterior. “Não sei da vida dos outros, mas deve haver gente que ficou em situação pior”, avalia.
O engenheiro carioca foi um dos cacauicultores contemplados pelo programa lançado em 1995 pelo Governo Federal. Nas duas primeiras etapas juntas, Botelho tomou emprestados cerca de R$ 200 mil. E, somando a terceira e a quarta, o volume de recursos repassados a ele pelo Banco do Brasil mais do que dobrou. Porém, a pedra no sapato dos produtores são as dívidas referentes justamente às duas primeiras etapas. As recomendações iniciais dos técnicos da Ceplac para o combate à vassoura de bruxa, que consistiam basicamente no rebaixamento da copa dos cacaueiros, não surtiram o resultado desejado. “Quando se cortava a árvore, ela sentia necessidade de se proteger do sol e lançava mais brotos e folhas. Esses tecidos novos são justamente a área onde o fungo mais ataca. Nós estamos endividados por conta de um dinheiro que não resolveu o problema, e a maioria das propriedades ficaram hipotecadas. Vamos perdê-las para o Banco do Brasil – que será, finalmente, o único latifundiário da região cacaueira”, indigna-se Isidoro Gesteira.
Nas terceira e quarta etapas, iniciadas há pouco menos de cinco anos, o combate à vassoura deu uma guinada de 180 graus com a adoção das técnicas de clonagem. “O problema é que os galhos enxertados ainda não tiveram tempo hábil para crescer e produzir. Na minha fazenda, por exemplo, só 20% da produção é de cacau clonado”, afirma Botelho. “Durante muitos anos, o governo do estado se encostou na Ceplac, que realizava diversas obras públicas com o nosso dinheiro. Hoje o que é oferecido em retribuição? Uma banana”, desabafa.
Para amenizar essa inquietação, o deputado federal Josias Gomes (PT-BA) encampou a causa dos cacauicultores do sul da Bahia. “Sugeri à Ceplac que fizesse uma nota técnica reconhecendo os erros nas duas primeiras etapas. Com base nesse documento, fui ao ministro da Casa Civil José Dirceu e ele sugeriu uma prorrogação de seis meses para a cobrança das dívidas”, explica Gomes. Durante esse período, uma comissão instalada no Ministério da Agricultura terá a missão de mediar as negociações entre produtores e governo. “Muitos cacauicultores partem do princípio de que a Ceplac propôs algo que não deu certo e, dessa forma, o correto seria perdoar a dívida das duas primeiras etapas, que chega a quase R$ 180 milhões. A culpa é do governo também e ele precisa assumir essa responsabilidade”, conclui o deputado.
Solução para quem?
Maria do Carmo dos Santos, a Carminha, cresceu rodeada por pés de cacau, fazendo a limpeza das roças durante a entressafra, quebrando os frutos que colhia das árvores, separando as amêndoas da polpa esbranquiçada, pisando as sementes que secavam nas barcaças. Sua família perambulou por diversas cidades do sul da Bahia empregada por patrões que, via de regra, nunca respeitaram os benefícios trabalhistas a que teria direito. A lavoura do cacau, por ser permanente, absorve uma grande quantidade de mão-de-obra e, no cotidiano de uma fazenda, tudo é feito pelos braços de homens e mulheres, como há um século. Não existe espaço para a mecanização e o lombo das mulas ainda é o transporte por excelência.
Estima-se que 200 mil pessoas tenham perdido seus empregos em decorrência da mais cruel das crises enfrentadas pela cacauicultura baiana. Além do previsível êxodo rural, nos últimos quinze anos também se observou uma crescente organização dos movimentos de luta pela terra. Carminha tentou a sorte como empregada doméstica, mas o sonho de tocar o próprio lote lhe deu a motivação necessária para agüentar três anos acampada sob uma lona preta, até que a fazenda Boa Lembrança, em Itabuna, fosse considerada improdutiva e desapropriada pelo Incra. Na parte que lhe coube – seis hectares – Carminha planta mandioca, algumas hortaliças e uma variedade de frutas. Mas só o cacau ocupa metade da área. Com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), ela comprou três mil mudas resistentes ao fungo amazônico, e espera vê-las produzindo daqui a poucos anos.
“A vassoura de bruxa é a madrinha da reforma agrária aqui na região”, define Júlia Oliveira, coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-BA). Prova disso é que, dos 113 assentamentos localizados naquela área, onde residem aproximadamente seis mil famílias, a esmagadora maioria foi criada na década de 90 em grandes fazendas abandonadas por proprietários descapitalizados. Justamente porque o principal gasto para fazer a manutenção de uma roça de cacau e, conseqüentemente, o melhor remédio para combater a vassoura, ainda é a mão-de-obra. Mas isso os assentados têm de sobra. “A agricultura familiar tem tudo para fazer com que a cacauicultura possa se reerguer numa outra base econômica”, analisa Fernando Vargens, do Incra.
Além do pagamento da dívida com os historicamente explorados trabalhadores rurais, apesar de oito mil famílias ainda aguardarem pelo lento e burocrático processo de desapropriação de fazendas pelo governo, no sul da Bahia, as autoridades precisam encarar de frente outros dois grandes desafios: a recuperação e a diversificação da produção. “Com o cacau não existe ‘embeleco’”, explica Roque Coutinho, um dos agricultores do assentamento Nova Vitória, em Ilhéus. Ele quer dizer que, com um punhado de amêndoas no bolso ou um caminhão transbordando de sacas, é impossível não achar comprador. “E as fábricas de moagem pagam de imediato. Não é como o boi que o dono leva trinta dias para receber. Mesmo com toda a crise, a liquidez se manteve”, completa Isidoro Gesteira.
A liquidez das amêndoas é uma das razões que justifica essa espécie de obsessão pelo cultivo do cacau, um traço cultural que não faz distinção entre pequenos e grandes produtores no sul da Bahia. Alguns fazendeiros até apostaram no café. Outros aumentaram suas áreas de pecuária. O cultivo de frutas, como a banana e o cajá, também acenou com a possibilidade de brigar pelo seu espaço. Mas a falta de investimentos substanciais em outras culturas esbarra também numa mudança de mentalidade que não se processa de uma hora para outra.
“A lavoura do cacau perdeu sua importância econômica, mas ela tem um papel muito relevante para a geração de emprego e para a preservação da Mata Atlântica”, pondera Gustavo Moura. Esse fruto que moldou a identidade de uma parte expressiva da Bahia parece ter cumprido sua função histórica como importante commodittie e, há quase duas décadas, a economia da região sul do estado atravessa as turbulências que todo sistema baseado na monocultura de exportação está fadado a enfrentar. Porém, de trabalhadores que se transformaram em sem-terra a grandes produtores que ainda resistem à forca das dívidas, todos clamam por uma merecida atenção do governo. Resta saber de que maneira esse socorro virá e a quem ele irá de fato beneficiar.
Texto : Carlos Juliano Barros
PF prende pedófilo de Ilhéus que usava blog
Ele é acusado de pedofilia contra uma estudante de 15 anos, segundo queixa registrada no dia 6 desse mês na Delegacia da Mulher, em Itabuna.
Segundo a mãe da vítima, o pedófilo divulgou fotos da sua filha fazendo sexo oral nele, na época em que namoraram, num fotoblog.
O inquérito foi instaurado pela delegada Ana Amélia Sá Falcão, que solicitou ao juiz da Vara Crime da Comarca de Itabuna, Luiz Bezerra, a prisão preventiva do acusado.
na hora da prisão Nelson estava com uma quantidade de maconha, por isso também será acusado de porte de drogas.
Paulixta mora no condomínio Morada do Bosque, em Ilhéus, e será transferido para a Correcional de Itabuna, cidade onde aconteceu o caso.
Uma equipe de policiais federais realizou busca na casa de Paulixta, onde apreendeu um computador e uma máquina digital, que serão periciados.
A publicação de fotos pornográficas de menor de idade na Internet é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente e sua pena pode chegar a seis anos de reclusão.
A Região
INFORMES – ASCOM – PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHÉUS
Projeto Pôr do Som leva boa música ao Municipal;
Definidas atrações e programação de encontro tecnológico em Ilhéus;
Inscrições em cursos do Senac se encerram amanhã;
Ilhéus quer se tornar pólo de criação de avestruzes;
Ilhéus ganhará nova sinalização turística.
A Prefeitura de Ilhéus pretende renovar o contrato de prestação de serviços de saúde com o Hospital Geral Luiz Viana Filho, segundo anunciou o prefeito Valderico Reis. As conversações nesse sentido estão sendo feitas hoje, em Salvador, numa reunião do secretário de Saúde de Ilhéus, Carlos Henrique Luz, com autoridades estaduais. A renovação, de acordo com o prefeito, é uma rotina, pois como Ilhéus tem gestão plena da saúde, administra a verba do SUS e faz o repasse a entidades públicas ou privadas, a quem “compra” os serviços prestados à população, por tempo determinado.
No caso do Hospital Regional Luís Viana Filho, trata-se de uma transferência de recursos na modalidade denominada “entre entes públicos” – com o município repassando verbas federais ao Estado, mediante a contrapartida da prestação de serviços à população de Ilhéus e de municípios pactuados. Em outros convênios, a Prefeitura repassa recursos federais a entidades privadas ou filantrópicas, sempre no sentido de cobrir despesas por serviços de saúde prestados ao município.
Os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) dispõem, no Regional, de todos os serviços ofertados por um hospital geral de grande porte, incluindo internamento, atendimento ambulatorial em diversas especialidades e procedimentos de emergência. “Em todos os convênios, trata-se de administrar verbas públicas com destinação própria, que é a saúde da população, cabendo ao nosso governo zelar para que cada centavo renda o maior benefício possível, e é o que estamos fazendo”, afirmou o prefeito Valderico Reis.
Projeto Pôr do Som leva boa música ao Municipal
Um espaço privilegiado para a boa música será aberto no próximo dia 21 de setembro, no Teatro Municipal de Ilhéus. Trata-se do Projeto Pôr do Som, uma iniciativa da Fundação Cultural e da Prefeitura de Ilhéus, que vai oferecer ao público, quinzenalmente, apresentações dos melhores músicos da região, com ingressos a preços populares. A estréia será aberta à comunidade e vai contar com as ilustres presenças de Chica de Cidra, Délio Santiago, Eloah Monteiro e Fabiano Carillo.
O Pôr do Som terá dois shows por mês até novembro, fechando com uma apresentação em dezembro. De acordo com a presidente da Fundação Cultural, Simone Cardoso, a intenção, além de valorizar a produção musical do sul da Bahia, é investir na formação de platéia. “Queremos ver no teatro os comerciários, estudantes, as donas de casa e representantes de todos os segmentos de nossa comunidade”, afirma.
Os shows vão acontecer sempre a partir das 18h30min, com a participação de uma banda fixa, que está sendo montada pela coordenação do projeto. No dia 28, sobem ao palco do TMI os músicos Luciano de Lucas e Ingrid. Em outubro, no dia 19, voltam a se apresentar Eloah Monteiro e Fabiano Carillo, e no dia 26, será a vez de Nay Oliveira e Herval Lemos. No dia 9 de novembro, o Pôr do Som traz Délio Santiago e Anne de Cidra, e no dia 23, Itassucy e Adriana Carvalho. A primeira edição do projeto será fechada no dia 7 de dezembro, com os cantores Júnior, vocalista da banda Rede de Arrasto, e Lu Viana, que comanda a Gang Cidade.
Um detalhe do projeto é que, apesar da seleção do repertório ficar a critério dos músicos, é necessário que as apresentações tenham uma roupagem acústica. Uma das coordenadoras do Pôr do Som, Adriana Oliveira, explica que a escolha dos artistas que vão se apresentar nesta edição teve o objetivo de estabelecer um padrão para as próximas versões. “A partir de 2006, vamos abrir inscrições para os músicos que desejarem participar, mas já estamos marcando o perfil do projeto”, frisa.
Definidas atrações e programação de encontro tecnológico em Ilhéus
Mobilizar a população em torno de temas e atividades científicas, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação tecnológica é o objetivo do I Encontro de Ciência e Tecnologia, que acontecerá em Ilhéus durante todo o mês de outubro. Dentro da programação serão realizados o I Congresso de Tecnologia e Inovação de Ilhéus, a V Feira de Informática e Eletroeletrônicos do Sul da Bahia, a V Sinform e a I Semana de Física da Uesc.
O I Encontro de Ciência e Tecnologia de Ilhéus, que acontecerá entre os dias 3 e 30 de outubro, trará inúmeras novidades para a população e visitantes, como a vinda do Ônibus e do Planetário Espacial e a instalação de Infocentros. O prefeito Valderico Reis considera o encontro como mais um passo importante para que Ilhéus se consolide como pólo tecnológico.
Durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, de 3 a 9 de outubro, acontecerá em Ilhéus a I Semana de Física da Uesc, que será encerrada no dia 6, trazendo para os visitantes o Caminhão com Ciência e o Parque do Conhecimento. Segundo o professor de Física, Nestor Correia, neste período diversos experimentos estarão expostos no Teatro Municipal de Ilhéus. No dia 4 de outubro, às 19h, será ministrada a palestra “Einstein e o Ano Mundial da Física”, como foi decretado pela Unesco em comemoração aos 100 anos da publicação dos trabalhos de Albert Einstein.
O Ônibus Espacial ficará aberto a exposições entre os dias 3 e 6 de outubro, na praça Dom Eduardo. Nos dias 4, 5 e 6, os moradores das comunidades de Inema, Pimenteira, Banco Central, Sambaituba e Aritaguá serão buscados para que possam visitar o ônibus e os infocentros. A primeira quinzena do encontro terá como tema a inclusão digital como fonte de emprego.
A partir do dia 11, as atividades acontecerão no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, a começar pela V Feira de Informática e Eletroeletrônicos do Sul da Bahia, seguida pelo I Congresso de Tecnologia e Inovação de Ilhéus, nos dias 13 e 14. Serão realizadas palestras, debates e apresentações de trabalhos científicos.
Entre os dias 17 e 21, quando e comemora a Semana da Asa, os estudantes poderão visitar a sala de controle de vôos no aeroporto Jorge Amado. No dia 20, será ministrada a palestra “Tráfego Aéreo no Brasil”, em alusão ao Dia dos Controladores de Tráfego Aéreo. De 24 a 30, os jovens terão acesso ao Planetário Espacial, que ficará aberto a visitações até o encerramento do encontro.
Nestor Correia elogiou a iniciativa do prefeito de dedicar um mês para a ciência e tecnologia, explicando que a alfabetização científica é um requisito básico para o exercício da cidadania. “As pessoas precisam conhecer a importância da ciência e da tecnologia para a vida e o desenvolvimento do país”, disse. A secretária de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, Rúbia Carvalho, acredita que este evento irá contribuir para que a população possa conhecer e discutir os resultados, a relevância e o impacto das pesquisas científicas e tecnológicas nas ações cotidianas.
Inscrições em cursos do Senac se encerram amanhã
Os interessados nos cursos profissionalizantes de corte-e-costura, pintura em tecido e bordado oferecidos pelo Senac, têm até amanhã (14) para efetuar a inscrição, que pode ser feita na sede da Secretaria de Assistência Social e Trabalho, localizada na rua professor Mário Alfredo, centro da cidade. Os cursos são uma nova oportunidade para quem deseja melhorar a renda familiar ou ter uma ocupação profissional que possa render benéficos pessoais.
Para a inscrição, o interessado deve apresentar documentos pessoais e quitar a taxa no valor de R$ 15,00 que será destinada ao pagamento dos instrutores. O valor cobrado será o único custo que o aluno terá, uma vez que o material a ser utilizado, a exemplo de linhas, tintas e pinceis, não será cobrado.
A secretária de Assistência Social e Trabalho, Fátima Reis, informou que as aulas serão ministradas entre os dias 19 e 31 de setembro, próximo à sede da Associação de Moradores do São Miguel. “Além de atender aquele bairro, o objetivo é oferecer oportunidade ainda às pessoas que residem em áreas adjacentes, como a Barra, Vila Lídia, Jardim Savóia e Iguape”, disse.
Segundo Fátima Reis, apesar de não haver restrições quanto às pessoas de outras áreas, o número de vagas é limitado em 15 participantes por curso. Ela disse também que “essa é uma iniciativa com a qual pretendemos incentivar as mulheres a adquirir um conhecimento que pode resultar na possibilidade de uma nova fonte de renda”.
Ilhéus quer se tornar pólo de criação de avestruzes
A criação de avestruz é uma das alternativas de geração de emprego e renda que a Prefeitura começa a discutir com pequenos produtores ilheenses. Atualmente, existem apenas quatro produtores de avestruz no município e um total de 300 matrizes. A Prefeitura quer fortalecer essa cultura oferecendo assistência técnica especializada, melhorias de manejo, fabricação de ração e formação de cooperativa. De acordo com técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura, Interior e Pesca, a struthiocultura tem grande potencial em Ilhéus pelas condições de clima e os baixos custos deste tipo de negócio.
A ave é rentável e, num espaço de apenas um hectare, podem ser criadas até 30 matrizes. “Um dos compromissos do prefeito Valderico Reis é com a diversificação e criação de alternativas de emprego e renda”, afirma o assessor de Ação Regional da Secretaria de Agricultura, Interior e Pesca, Gilmar Bomfim. Para divulgar a struthiocultura, o município iniciou uma série de reuniões com associações. Uma delas aconteceu no último domingo (11), em Sambaituba, com 25 produtores interessados na criação de avestruzes.
A ave tem grande valor de mercado. De acordo com o produtor Valdir do Espírito Santo, o quilo da carne desta ave custa cerca de 25 dólares no mercado externo. A boa notícia, afirma, é que também nos grandes centros brasileiros cada vez mais aumenta o consumo deste tipo de carne. Segundo ele, o couro e as penas também oferecem ótimas possibilidades de ganhos ao produtor.
A carne do avestruz é vermelha e macia, assemelhando-se em “sabor e textura aos melhores cortes da carne bovina”. A diferença está nos baixos índices de gordura e calorias. Apenas o couro do crocodilo tem valor de mercado superior ao do avestruz, segundo o assessor Gilmar Bomfin. Valdir afirma ainda que a estrutura para montar o criatório também exige baixos investimentos.
As vantagens da struthiocultura serão mostradas por técnicos da Secretaria de Agricultura Interior e Pesca durante reuniões com produtores. Uma delas está programada para o dia 23, às 14 horas, no auditório principal da Fundação Cultural de Ilhéus (Fundaci). “Queremos discutir a possibilidade de criação de uma cooperativa que reúna os produtores e possa atrair linhas de crédito para estimular a struthiocultura em nosso município”, explica o assessor de Ações Regionais da Secretaria de Agricultura, Interior e Pesca.
Rentabilidade
Um comparativo mostra que a criação de avestruz pode ser mais rentável do que a bovinocultura. Uma ave pode gerar de 15 a 20 crias por ano. No mesmo período, a vaca gera apenas uma cria. O assessor lembra ainda que um avestruz pode ser abatido com apenas 13 meses. Já o boi leva 36 meses para atingir o período ideal para o abate. A ave também tem vida prolongada, atingindo até 40 anos, contra 10 de um gado bovino.
Ilhéus ganhará nova sinalização turística
Ilhéus e municípios que compõem a Costa do Cacau serão beneficiados com investimentos em sinalização turística. O anúncio foi feito nesta terça-feira (13) pelo secretário municipal de Turismo, Raymundo Mazzei, após participar de reunião com dirigentes da Superintendência de Investimentos do Turismo do Governo do Estado, em que foi apresentada a empresa vencedora da licitação (TTC Engenharia de Tráfego e Transportes) para executar o projeto nos municípios da Costa do Cacau. A reunião foi realizada na manhã desta terça-feira no Hotel Opaba.
A previsão é de que a sinalização turística comece a ser feita até o início de 2006 e incluirá placas indicativas de destinos, atrações, pontos turísticos e orientação para motoristas e pedestres. Mazzei destaca que o projeto inclui, ainda, a apresentação de mapas das cidades atendidas pelo projeto. O Governo do Estado custeará os investimentos. Foram convidados para participar da reunião todos os municípios membros do conselho da Costa do Litoral Sul (integrado por municípios das costas do Cacau e do Dendê). Mazzei disse que a reunião foi o primeiro passo para a execução do projeto em Ilhéus e na Costa.
Para ele, o anúncio de investimentos supre uma das carências neste setor. “Encontramos o município com uma sinalização turística precária e agora contaremos com recursos estaduais para mudar essa realidade”, ressaltou. O projeto facilitará o acesso do turista aos vários equipamentos e atrativos ilheenses. A sinalização será feita na área urbana e nas estradas de acesso ao município, como nas BRs 101 e 415, por exemplo. Raymundo Mazzei explica que, antes da execução, o projeto para Ilhéus será apresentado a técnicos das secretarias municipais de Turismo e de Transporte e Trânsito.
Toda a ação faz parte de um conjunto de medidas que visa garantir a eficiência e a segurança nas vias urbanas e rurais que levem a pontos turísticos. A sinalização garante ainda o aumento de competitividade ao trade pois auxilia no desenvolvimento de um padrão de qualidade em serviços, também facilitando o acesso de turistas a estes equipamentos. O dirigente acredita que o projeto dá uma grande contribuição para que se possa difundir “conhecimento dos atrativos e desenvolvimento da atividade turística”.
Desta forma, acredita, o município potencializa a geração de empregos e divisas, pois facilita o acesso aos equipamentos e pontos turísticos. Outro ponto destacado pelo secretário é a proximidade de Ilhéus com a principal rodovia brasileira, a BR 101. As placas servem para orientam e atrair turista. “Nosso município tem grandes atrativos e vários tipos de motivações turísticas”. Uma correta sinalização tornará mais fácil a vida de quem chega e a descoberta das belezas naturais e do patrimônio local.
ALUNOS DA PIEDADE APRESENTAM SALTIMBANCOS
A BANDA O QUADRO RETORNA A SALVADOR

Festival Universitário de Música abre inscrições
Brasil fica em 119º em ranking para fazer negócios
O estudo, chamado Doing Business in 2006- Creating Jobs (Fazendo Negócios em 2006 – Criando Empregos), analisa dez itens diferentes, como a facilidade de abrir e fechar uma empresa, facilidade para contratação e demissão, carga tributária, acesso ao crédito e regras de propriedade.
Segundo o ranking geral do estudo, os cinco melhores lugares do mundo para fazer negócios são Nova Zelândia, Cingapura, Estados Unidos, Canadá e Noruega.
Os cinco piores são, na ordem inversa, República Democrática do Congo, Burkina Faso, República Centro-Africana, Chade e Sudão.
Apesar de colocar o Brasil entre os lugares que apresentam mais empecilhos para os negócios, o estudo o cita, ao lado de Jamaica, Equador e El Salvador, como os países da América Latina e do Caribe que mais melhoras apresentaram nos itens analisados.
O relatório cita especificamente a aprovação da nova lei de falências, que teria reduzido de dez para cinco anos o prazo para o fechamento de uma empresa após a falência.
O item no qual o Brasil foi mais mal avaliado pelo Banco Mundial foi o referente à facilidade para contratar e demitir funcionários, no qual o país ficou em 144º entre as 155 nações analisadas.
Para chegar a esse dado, o Banco Mundial mediu a dificuldade para contratar novos empregados, a rigidez da regulamentação sobre a expansão ou a contração da carga horária dos empregados, os custos de contratar um funcionário além do salário e a dificuldade e os custos para demissões.
Os outros itens nos quais o Brasil ficou entre os 20 piores colocados do ranking do Banco Mundial são a facilidade para o fechamento de empresas, no qual o país é o 141º do ranking, e a carga tributária, com o Brasil na 140º posição.
Entre os fatores nos quais o Brasil foi melhor avaliado pelo Banco Mundial está a proteção aos investidores (53º no ranking) e o cumprimento de contratos (70º).
Os demais itens avaliados são a facilidade de montar uma empresa (com o Brasil em 98º no ranking), a administração e o custo das licenças de funcionamento (115º), o registro de propriedades (105º), o acesso ao crédito (80º) e o comércio entre fronteiras (107º).
Criação de empregos
No lançamento do relatório, em Washington, o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, destacou que a finalidade do estudo é mostrar o caminho para facilitar os negócios e incentivar a criação de empregos.
“Os empregos são uma prioridade para qualquer país”, disse Wolfowitz. “Fazer mais para melhorar a regulamentação e ajudar os empreendedores é a chave para criar empregos – e mais crescimento”, afirmou.
Para o vice-presidente do Banco Mundial para desenvolvimento do setor privado, Michael Klein, o fato de os países africanos estarem entre os últimos do ranking é preocupante.
“Muitos países africanos que precisam desesperadamente de novas empresas e empregos correm o risco de ficar ainda mais para trás em relação aos outros países que estão simplificando as regras e tornando o clima para investimento mais amistoso para os negócios”, afirmou Klein.
BBC
Bahia não terá horário de verão
O ministro afirmou ainda que o início do horário de verão ocorrerá uma semana antes do referendo que vai decidir se o comércio de armas deve ser proibido no país, marcado para 23 de outubro. No ano passado, o horário de verão começou em novembro porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu ao governo o adiamento para evitar transtornos no segundo turno das eleições municipais.
A expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que a adoção do horário de verão permita uma redução de 2.340 megawatts (MW) da demanda de energia no horário de maior consumo nas três regiões, entre 19h e 22h, o horário de ponta. Esta energia é suficiente para atender o Distrito Federal e as cidades de Porto Alegre (RS) e Vitória (ES) juntas no horário de ponta. Segundo Silas Rondeau, se o horário de verão não fosse adotado no Brasil, seria necessário construir uma usina hidrelétrica do tamanho de Tucuruí para atender à demanda no horário de ponta.
Na região Sul, a queda da demanda de energia no horário de pico deverá chegar a 5%, cerca de 543 MW e no Sudeste e no Centro-Oeste juntos, de 4,6%, em torno de 1.795 MW. No Rio de Janeiro, a redução da demanda deve chegar a 5,2%, o equivalente a 350 MW.
O horário de verão será adotado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal. O horário de verão foi implantado pela primeira vez em 1931 e é adotado todos os anos desde 1985, sendo esta a 35ª versão.
Mônica Tavares – O Globo
Vitamina C pode ajudar a combater câncer, diz estudo
Em testes de laboratório, os cientistas descobriram que aplicações intravenosas de vitamina C em forma de ascorbato matam células cancerígenas.
A pesquisa foi baseada em simulações de infusões clínicas de vitamina C em grupos de nove células cancerígenas e quatro células normais.
Cerca de 50% das células afetadas não conseguiram sobreviver, enquanto as células normais não apresentaram qualquer alteração.
Uma análise mais detalhada das células de linfomas, que são especialmente sensíveis ao ascorbato, mostraram que elas foram completamente destruídas.
A dose testada tinha uma concentração de vitamina C muito maior do que uma dose oral.
O líder da pesquisa, Mark Levine, disse que o tratamento terá de ser considerado seguro antes de ser aplicado em pacientes.
As descobertas desse estudo contradizem outras pesquisas que dizem que a vitamina C não é um tratamento efetivo contra o câncer.
Estudos realizados na década de 70 primeiro sugeriram que a aplicação de doses altas de vitamina C poderiam ajudar no tratamento do câncer, mas pesquisas realizadas depois não conseguiram provar o fato.
“Esse trabalho está muito no começo. Há muitas pesquisas que já mostraram que diferentes substâncias podem matar células cancerígenas em laboratório, mas que não funcionaram quando testadas em pessoas”, afirma Henry Scowcroft, do Cancer Research UK.
BBC
TEATRO POPULAR DE ILHÉUS
Como parte desse projeto estréia no próximo dia 15 o espetáculo “Os Fuzis da Senhora Carrar”. A história da peça se passa na Espanha, durante a Guerra Civil espanhola. Tereza Carrar não quer que seus filhos vão para a guerra, mas os generais avançam a cada minuto. A antagônica luta entre a neutralidade e definição de posicionamento político é levada até as últimas conseqüências. Um desfecho surpreendente. Em setembro, o espetáculo volta ao palco do Teatro Pedro Mattos nos dias 17, 21 e 22 e em outubro, nos dias 13, 14, 20, 21 e 22, sempre às 20h.
Na estréia da peça ocorrerá também o lançamento da mais nova programação de espetáculos da Casa, que, como sempre, traz várias opções como palestras, espetáculos infantis, dança, música, teatro adulto e oficina de teatro para crianças.