Espigões do São Miguel

De acordo com Aleixo Belov, engenheiro de construções marinhas, toda obra realizada no mar e considerada viva e que precisa de eterna manutenção.
Os estudos que apontam os problemas que hoje acometem a península de São Miguel iniciaram 1940, quando o governo brasileiro procurava espaço adequado para a construção de um novo porto. Quando a viabilidade do porto da baia do pontal começou a demonstrar-se frágil para os navios que exigia cada vez mais um calado maior, a alternativa foi construir o Porto Internacional do Malhado, em mar aberto, decisão baseada em estudos e simulações realizadas no laboratório do Caju no Rio de Janeiro com uma equipe de brasileiros, portugueses e franceses. Contrapondo-se a idéia de construir um porto em Maraú, onde as condições naturais eram favoráveis.
Porém o movimento político de Ilhéus foi mais rápido. No entanto uma regra é fundamental a todo processo de mudança, gera conseqüências que podem ser negativas ou positivas e para prevê estas situações e que obras deste porte exigem os Estudos de Impactos Ambientais. E estes estudos previam a erosão do mar no São Miguel, em função das alterações da barragem feita no mar que interrompeu o movimento norte sul das águas e areias. Desta forma toda areia que foi impedida de passar em direção ao norte passou a ser acumulada ao longo da Avenida Soares Lopes e conseqüentemente diminuindo no São Miguel que já sofria de um processo natural de erosão por receber uma pressão do rio e intensificou mais a do mar. Levando paulatinamente ao desaparecimento de duas ruas, estreitando mais ainda a península.
Em 1998 as marés de marco e setembro levaram pânico aos moradores do São Miguel e do Bairro da Barra. Chamaram às pressas a Belov Engenharia para estudar uma alternativa.
O estudo da Belov Engenharia recomendava construção de espigões. A decisão era entre 6 a 8 espigões num espaçamento de 500 metros entre si e cumprimento variável e proporcional. O primeiro espigão deveria ter 300 metros de cumprimento, os demais espigões seriam proporcionais e construídos na medida em que a situação dos anteriores fosse definida.
De acordo com o superintendente da Belov Engenharia, Dr. Aleixo Belov, que a convite da atual administração veio explicar o projeto e apontar alternativa:
– O primeiro e maior espigão deveria ter 300 metros de comprimento. A partir do termino deste, esperaria o fluxo e refluxo das mares acomodarem a bancada de areia que tem influencias dos ventos e só então partiria para o segundo. Esta obra levaria um tempo para moldar-se, este procedimento e para impedir que o barramento do segundo impedisse a entrada da areia na área do primeiro. “Esta obra levaria um tempo de no mínimo 10 anos para moldar-se a nova paisagem, receberia manutenção a cada (2) dois anos, com nova batimetria, por se tratar de uma obra viva, “diz Aleixo Belov, e mais, o governo anterior só me pagou a metade do projeto, faltam espigões e os que foram feitos estão for do tamanho e distancias recomendadas.”.

Recomendações

De acordo com Dr. Belov, a prefeitura teria que contratar novos estudos a partir do ponto que pararam, mas que os espigões ainda e o caminho. No entanto, aponta que de imediato poderia retirar a areia que hoje esta acumulada nas proximidades do porto e na frente, obstáculo à navegação e num bay-pass, ou seja, tirar de um lugar e colocar em outro. Desta forma, toda areia tirada do lado direito do porto e toda dragagem ocorrida, seria colocada nas praias do São Miguel, compensando o papel que seria feito naturalmente pela natureza.



Foto:Ed Ferreira



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