Uesc terá seminário de Gestão em Turismo

Através do Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis, nos dias 18 e 19 de agosto, no auditório do Centro de Artes Paulo Souto.
O seminário Gestão em Turismo: Debates e Tendências, dirigido a professores, estudantes e profissionais da área será aberto na quinta-feira, às 19 horas, com uma palestra sobre “Políticas Públicas para o Turismo Nacional”, com Milton Zuanazi, secretário nacional de Políticas de Turismo.
O evento contará com a participação do presidente da Bahiatursa, Cláudio Taboada, que fará a conferência de abertura com o tema “Tendências do Turismo da Bahia”.
Outros serão tratados, como gestão e tendências nas agências de viagens, na hotelaria e no setor de entretenimento. O professor Mário Petrocchi falará sobre “Planejamento e Gestão no Turismo.”
Segundo a professora Josefina Vervloet Fontes, coordenadora do seminário, o objetivo é promover a discussão sobre as organizações que compõem o cenário turístico, proporcionando a alunos, professores e ao trade turístico um debate sobre sustentabilidade, com vistas a incentivar o ensino, pesquisa e extensão.
Tendo em vista o contexto de crescimento do turismo no Brasil, a professora destaca o grande potencial que pode ser otimizado na região sul baiana, inserida em uma vasta reserva de Mata Atlântica, com belas praias e um expressivo patrimônio histórico-cultural.
“Mas as perspectivas da Região Cacaueira, centradas em Ilhéus e Itabuna, têm seu futuro condicionado à infra-estrutura, ficando visível a necessidade de investimentos de capital capazes de manter a procura e o crescimento do setor”, adverte.

A Região

Ilheense é campeão brasileiro de duathlon terrestre de 2005

Confirmando seu favoritismo e excelente forma. Ernando Barros foi o único representante de Ilhéus a participar do Campeonato Brasileiro de Duathlon Terrestre realizado no Farol da Barra, em Salvador, com atletas de diversos estados. Ele foi o primeiro atleta de sua categoria, 50 a 54 anos, a cruzar a linha de chegada, sagrando-se campeão brasileiro ao completar o percurso de 15 quilômetros de corrida e mais 40 de ciclismo com o tempo de 2 horas, 13 minutos e 35 segundos.

Prefeitura faz gastos altos sem licitação

Vem despertando suspeitas nos vereadores que acompanham os dados de Ilhéus no Tribunal de Contas dos Municípios. Eles também chamam a atenção para o fato de as compras sem licitação serem todas feitas em empresas de fora.
A empresa Comercial de Alimentos Calmonense, da cidade de Miguel Calmon, por exemplo, tem empenho (processo 3912 de 1 de junho de 2005) de R$ 350 mil e já recebeu R$ 175 mil referente a compra de cestas básicas, sem licitação.
A Landex, de Lauro de Freitas, tem dois empenhos (processo 942 de 19 de maio) que totalizam R$ 1.290.692,63, dos quais recebeu R$ 196.316,60, para fornecimento de medicamentos, sem licitação.
A Bahia Mister, uma empresa de segurança de Salvador (processos 849 de 5 de maio e 2905 de 4 de maio), tem contrato de R$ 200 mil para prover 100 seguranças para a secretaria de Educação e outro igual para a de Saúde.
Já recebeu duas parcelas de R$ 99.500 (R$190.000) só da Educação, sem licitação. Recebeu outros R$190 mil na Saúde.
A Tecno Importação (processo 3340 de 13 de maio), outra de Salvador, tem contrato de R$ 400 mil por venda de material elétrico, sem licitação.
A Silva Mendes Produção e Eventos, de Porto Seguro, (processos 4738 de 23 de junho e 4756 de 27 de junho), recebeu R$ 350 mil por show de Gang Cidade, Arriba Saia, É Só Filé, A Preferida, Cleyton e Camargo, Cipó Caboclo, Cueca Branca e Melaço de Cana, sem licitação.
Apesar de ter vários advogados na folha, a prefeitura contratou sem licitação os escritórios de advocacia de Salvador Matos Medina Santos Soares, por R$ 8 mil, (processo 4385 de 14 de junho) e Serravale & Reis, por R$ 15 mil (processo 4556 de 21 de junho). Os valores são mensais.
Outra compra suspeita é a de calças para o programa Peti, processo 4524 de 17 de junho, este com carta convite para três empresas, no valor de R$ 78 mil.
O valor unitário ficou em R$ 39, suficiente para comprar uma calça de grife no comércio local. As três empresas são de Itabuna e uma delas é fábrica de camisetas.
Existe ainda um processo, o 1075 de 7 de junho, com empenho de R$ 163.548 destinado à “distribuição de remédios a pacientes carentes”, que já pagou R$ 16.206 mas não tem anexada nenhuma nota fiscal.

A Região

Luciana comprou lingerie com verba pública

Com recursos da prefeitura de Ilhéus, em fevereiro desse ano, através de adiantamento supostamente feito para pequenas despesas da Secretaria de Governo.
A denúncia foi apresentada à Promotoria de Justiça da Comarca de Ilhéus pelo vereador Alisson Mendonça e pelo presidente do Movimento pela Ética na Política de Ilhéus (MEP), Magno Lavigne.
Na denúncia apresentada ao Ministério Público eles informam que em 6 de maio de 2005 a secretária de Governo, Luciana Reis, tomou como adiantamento para despesas da secretaria R$ 8.000 em dois processos sequenciais (3032 e 3033) de R$4.000 no mesmo dia, prestando contas em 2 de junho de 2005 através da Comunicação Interna nº 347/05.
A prestação de contas foi vistada e assinada pelo prefeito Valderico Luis, pai de Luciana, dando o aceite. Uma das coisas que chamam a atenção na prestação de contas da secretária é a compra de um “short doll de oncinha” numa loja de produtos eróticos.
A compra da lingerie erótica foi comprovada pela nota fiscal nº 012547 da empresa Sex Appeal, do dia 2 de maio de 2005 (data anterior ao processo de adiantamento), que traz na descrição “um short doll”.
“Ou seja, com o dinheiro público foi comprada uma peça íntima de uso muito privado, já que a referida loja é na verdade um Sex Shopping, onde é vendida toda a sorte de produtos eróticos”, lembram.
Ela também comprou vasos e flores na loja Momentos Presentes, um buquê de R$ 70 na floricultura Cio da Terra, um jogo de toalhas e tapetes de banheiro na Casa Melo, onde também gastou R$ 85 sem discriminação do produto na nota fiscal.
Para o vereador Alisson Mendonça, trata-se de uma denúncia grave, que comprova o mau uso dos recursos públicos pela atual administração. Segundo ele, todos os meses se observam sérios indícios de uso irregular de verbas.
Muitas delas são de natureza gravíssima, mas esse caso chama a atenção pelo produto adquirido, já que claramente não é de interesse municipal comprar um produto erótico.
Magno Lavigne concorda com o vereador e complementa afirmando que esta denúncia é facil de ser comprovada, bastando observar a nota fiscal, “desmascarando o prefeito Valderico e sua filha e secretaria de Governo Luciana em sua sanha patrimonialista, onde a falta de limite entre o público e o privado ruboriza as pessoas de bem”.
Diante dos fatos, os denunciantes solicitaram ao Ministério Público que seja instaurado o procedimento cabível, “no afã de se fazer cumprir a legislação pátria”.
Segundo eles, o caso é tão grave e tão escancarado que não seria necessário sequer criar uma Comissão Especial de Inquérito, já que a própria nota comprova a compra.

Outras compras
Chama a atenção na prestação de contas o fato de a maioria delas ser feita em Itabuna, não em Ilhéus, e o tipo de despesa.
Luciana gastou R$ 1.094,65 em refeições feitas nos restaurantes Baby Beef (Salvador), Boca du Mar, Recanto Gaúcho e Costela na Brasa; na cabana de praia Narigas, no Sheik Bar e R$ 235 no restaurante de comida a quilo Kilo a Kilo.
Luciana também gastou R$ 1.886 em material de escritório nas lojas Master Livraria, Nossa Papelaria, Máxima Papelaria, Bestmicro e Construmar (todas seriam de Itabuna, mas a última não existe no catálogo telefônico.
Só uma Construmare, que vende material de construção, não de escritório. Luciana teria comprado nela cartuchos de impressora).
Outros gastos de Luciana foram R$ 407 em combustível nos postos Bavil e Universal; 6 cafés da manhã no Fiesta Bahia Hotel por R$ 114, e duas passagens aéreas para Salvador em nome de Michel Reis, compradas na Passos Tavares Turismo por R$ 493,10.

A Região

Justiça Federal pára obras em Praia de Olivença

A Praia de Batuba, numa área de 15 mil metros quadrados onde está sendo construído o maior equipamento de lazer do litoral ilheense, com parâmetros de primeiro mundo.
Com o embargo a obra, prevista para ser inaugurada em outubro, pode ser atrasada e só ficar pronta depois do próximo verão, trazendo prejuízos para o turismo local, já que a falta de opções de lazer é a principal queixa dos visitantes.
Em sua decisão, o juiz federal da Vara Única de Ilhéus, Pedro Holliday, argumenta que o Complexo Turístico Praia de Batuba vem sendo construído em terreno da Marinha, de propriedade da União, sem autorização do órgão competente, que é a Gerência de Patrimônio da União (GPU), nem licença ambiental.
O juiz também alega que o projeto altera as características naturais da zona costeira e não tem Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
Além de determinar a imediata paralisação das obras, o juiz fixou uma multa pecuniária no valor de R$ 1 mil no caso do descumprimento da decisão.
O empresário Ednei do Espírito Santo, proprietário do Complexo Turístico de Batuba, contesta a decisão e afirma que tomou todas as providências necessárias.
Ele diz que, além de seguir toda a burocracia, procurou fazer um empreendimento dentro de rígidas normas ambientais, utilizando recursos ecologicamente corretos, como o bambu.
Ele mostrou uma série de documentos e relatórios de órgãos, inclusive ambientais, autorizando as obras.
Quanto à exigência do RIMA, o empresário apresentou parecer do Procurador do Meio Ambiente da Prefeitura de Ilhéus, Mouzart Aragão Leite, que diz ser “dispensada a exigência do RIMA porque trata-se de reforma de barracas de praia, numa área que já foi degradada e antropizada desde à década de 70, bastando o relatório ambiental apresentado”.
Ednei Espírito Santo lamenta a decisão do juiz federal e acredita que o turismo de Ilhéus pode perder muito com o atraso das obras.
O projeto, assinado pelo conceituado arquiteto Ruy Cores, prevê a construção de estacionamento, palco para shows, bar, deck, restaurantes, lanchonetes, sorveteria, play ground, parque aquático e cabanas de varios estilos, como a boate Casa do Forró.
Para valorizar o folclore, no Completo Turístico de Batuba serão construídas barracas de produtos artesanais indígenas, uma das marcas de Olivença.
Além disso, está sendo implantada uma rede completa de tratamento de esgoto, algo inexistente nas outras praias. O empresário lembra que a estação não foi exigência de nenhum órgão, mas uma decisão da empresa.
Onde antes existia abandono e sujeira, hoje já se vê um gramado perfeito, uma obra inédita de captação turística e conforto para os visitantes.
Ednei descarta as especulações de que o empreendimento fará a “privatização” da praia. “A praia estará sempre aberta, com livre acesso para qualquer pessoa. Que de quebra terá uma opção de lazer organizado, bonito e seguro”.
O empresário lembra que antes de iniciar as obras existiam no local barracas que não eram padronizadas e nem sempre ofereciam bons serviços. A inauguração depende agora da decisão da justiça.

A Região

Ilhéus explode

ESTE É UM DOS TÓPICOS DA COLUNA DO JORNALISTA SAMUEL CELESTINO – A TARDE

Explode em Ilhéus um escândalo que tende a ganhar dimensão nacional e deverá enxotar do poder o prefeito Valderico Reis, eleito pelo PMDB, mas agora em posição política vacilante e aderente.
Valderico foi gravado e filmado pagando um mensalão, versão grapiúna, aos vereadores da Câmara municipal. O caso já está sendo encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público com a fita gravada que comprova o crime.
A denúncia parte do presidente regional do PMDB, deputado Geddel Vieira Lima, que se deslocou de Brasília na quinta-feira, em avião de carreira, às pressas, para Ilhéus. Lá, tomou conhecimento em detalhes do escândalo, constatou a existência das provas e autorizou o encaminhamento delas para a PF e o Ministério Público.
Ao mesmo tempo, o secretário adjunto do partido, Fábio Rios Mota, encaminhou uma representação à direção regional do partido pedindo a expulsão do prefeito Valderico Reis, que foi acatada. Geddel encaminhou-a ao Conselho de Ética do PMDB.

PELO BRASIL QUE QUEREMOS

A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais vem expressar de forma inequívoca a sua posição diante da crise que ora atravessa a sociedade brasileira. Ao obedecer a este imperativo ético e político, o faz em sintonia com seus compromissos históricos, com o aprofundamento da democracia e dos processos participativos, com a luta contra a exclusão e pela redução das desigualdades sociais – com ênfase nas dimensões de raça e de gênero –, com a luta pela promoção e defesa dos direitos humanos (inclusive dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais) e com a busca de um novo modelo de desenvolvimento, socialmente justo e ambientalmente sustentável. Torna-se inevitável o reconhecimento de que um ciclo de mais de 20 anos de lutas dos movimentos sociais e de organização da sociedade civil brasileira, em cujo horizonte se encontra um projeto democrático de transformação social, voltado para a redução das desigualdades e para a justiça social, não encontrou a sua tradução adequada num projeto de governo. Frustraram-se as esperanças de milhões de cidadãs e cidadãos, que apostaram num projeto político de mudança. O governo Lula deu continuidade a políticas – principalmente a política econômica – que aprofundam a concentração de riqueza e de poder. Causam indignação a manutenção e a reprodução de práticas que comprometem o funcionamento do regime democrático. Portanto, é preciso erradicar a corrupção sistêmica do Estado brasileiro, cuja matriz se encontra na tradição histórica patrimonialista e na drástica desregulamentação e privatização do patrimônio público, ocorridas a partir de 1990.