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Ex-ministro de Portugal afirma que recebeu Valério como o “consultor do presidente do Brasil”; Planalto avisa que vai apurar, mas nega ter autorizado; cai presidente da Casa da Moeda envolvido no valerioduto; PT volta a chocar o país com a revelação de que o empresário pagou sua defesa no caso Celso Daniel, e promotoria de Santo André quer investigar Dirceu; Lula diz que não deve a ninguém sua eleição, que vai se recandidatar e repete Zagallo: “Vão ter que me engolir”; Simone conta à CPI que esquema de pagamentos atípicos a políticos começou neste governo; e o Brasil conhece Jane Mary Corner, a cafetina que também pode ter recebido mensalão.
O ex-ministro de Portugal António Mexia afirmou, em entrevista ao jornal Expresso, publicada em 16 do mês último, que recebeu “o senhor Marcos Valério na qualidade de consultor do Presidente do Brasil e a pedido de Miguel Horta e Costa”, presidente da empresa Portugal Telecom. Eis aí mais uma denúncia do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ganhando correspondência com os fatos. O Planalto negou ter autorizado a ação e prometeu investigar o caso. Antes dessa revelação, o país já estava suficientemente chocado com outra informação, a de que Valério pagou os advogados de defesa do PT no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Além de desmontar a tese do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, de que tudo se resumia ao crime eleitoral de formação de caixa dois de campanha, o novo caso já motivou a Ministério Público da cidade a defender a reabertura da investigação sobre a participação do ex-ministro José Dirceu no episódio. Enquanto tudo isso acontecia, o presidente Lula fazia mais uma excursão eleitoral, desta vez à sua cidade natal, Garanhuns (PE). Disse que não deve sua eleição “a ninguém”, reivindicou o direito de se recandidatar e repetiu o técnico Zagallo ao dizer: “Vão ter que me engolir outra vez”. E o presidente, certamente, teve de engolir mais um sapo. O presidente da Casa da Moeda, Manoel Severino dos Santos, precisou pedir demissão depois que foi relacionado ao valerioduto. A Fazenda aceitou o pedido de pronto. A diretora financeira da SMPB, uma das empresas de Valério, Simone Vasconcelos, depôs na CPI dos Correios e, se grande novidade não contou, ao menos delimitou muito bem no tempo a fase de pagamentos atípicos a políticos, aqueles com cara e cheiro de mensalão: a partir do momento em que começou o governo Lula. O senador Demosthenes Torres (PFL-GO) apresentou a surpresa do dia. Ele perguntou à gerente da SMPB se ela havia feito pagamentos à famosa cafetina de Brasília Jane Mary Corner (Jane Maria Esquina). Simone disse que não. Mas, segundo o senador, a Polícia Federal investiga uma rede de prostituição envolvendo essa cafetina no trabalho de agenciamento de prostitutas para empresários, políticos e artistas. Demosthenes tem a informação de que Simone teria se encontrado com Jane Mary Corner em um hotel de Brasília e lhe entregado dinheiro a mando de Valério.

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