“Albert Einstein –Engenheiro do Universo” é o nome da mostra organizada pelo Instituto Max Planck de História das Ciências, que vai até 30 de setembro. Milhares de pessoas visitam diariamente a exposição, onde há documentos, gravações, gráficos e filmes, bem como aparelhos científicos originais, utilizados em diferentes épocas.
Uma parte da mostra exibe cartas enviadas por Einstein e o filho Eduard ao médico Heinrich Zangger, um amigo da família na Suíça.
“Isso da clarividência é uma loucura”, escreveu Einstein ao amigo, após participar de uma sessão com uma vidente, “uma mulherzinha de 55 anos a quem se entrega alguma jóia, caneta ou relógio de bolso. Ela pega um objeto, o apalpa e diz: ‘você teve uma intoxicação com gás’ ou ‘você trabalha em uma grande casa e é temido por seus subalternos’. E assim continua, com grande exatidão”, comentava o cientista.
“Na década de 20 e no início dos anos 30, era moda visitar videntes e grafólogos. Muita gente o fazia, era parte da cultura da sociedade berlinense”, explicou Milena Wazeck, coordenadora da equipe científica que fez o projeto da exposição.
Em 1919, um grupo de acadêmicos criou em Berlim a Sociedade Alemã de Ocultismo, para investigar fenômenos paranormais e determinar se eles poderiam ser incluídos no “amplo campo das ciências exatas”.
Uma ata de 15 de fevereiro de 1930 relata uma sessão experimental com o grafólogo Otto Reimann, de Praga, organizada pela Sociedade Médica Alemã para a Pesquisa Parapsíquica, da qual participaram Einstein (com a mulher, Elsa, e outro parente) e outros renomados catedráticos. A Reimann foi entregue na ocasião uma carta escrita por Einstein, sem que o grafólogo conhecesse a identidade do autor do texto.
Ao olhar o manuscrito, Reimann pôde descrever a personalidade do cientista, “um homem que não sofre de complexo de inferioridade e tem, por natureza, uma desconfiança extraordiariamente grande. Um homem que é aberto a novos conhecimentos, tem grandes preocupações e quer render mais do que pode”.
France Presse