Vietnã e Uganda ‘superam’ Brasil em redução da pobreza

O Brasil ficou em nono lugar – atrás de países como Vietnã, El Salvador, Uganda e Gana – em uma lista de 14 países que erradicaram a pobreza com maior eficiência na década de 90.
É o que aponta o levantamento Pro-Poor Growth in the 1990s: Lessons and Insights from 14 Countries, encomendado pelo Banco Mundial (Bird) e pelos governos da França, Alemanha e Grã-Bretanha às vesperas da reunião do G-8, na Escócia.
O estudo, publicado nesta quarta-feira, analisou como o crescimento econômico ajudou a reduzir o nível de pobreza em Bangladesh, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, El Salvador, Ghana, Índia, Indonésia, Romênia, Senegal, Tunísia, Uganda, Vietnã e Zâmbia – a idéia foi incluir amostras de países em desenvolvimento de todos os continentes.
Na lista dos 14 países, ordenados pelos que mais reduziram a pobreza na década de 90, o Brasil aparece na nona posição com uma queda de 2,3% ao ano. A linha de pobreza é estabelecida com uma pessoa vivendo com US$ 1 (R$ 2,36) por dia.
O estudo destaca o caso do Vietnã, onde a taxa de pobreza caiu 7,8% por ano entre 1993 e 2002, reduzindo a fatia pobre da população de 58% para 29%. As melhorias foram impulsionadas, por exemplo, pelos investimentos em infra-estrutura e educação.

Outros países que, de acordo com o levantamento, registraram “reduções impressionantes de pobreza” foram El Salvador, Uganda, Gana, Índia e Tunísia, com reduções de entre 3% e 6% por ano.

Segundo o relatório, o crescimento de 1 ponto percentual, em média, no Produto Interno Bruto (PIB) dos 14 países significou uma queda de 1,7 ponto percentual no nível de pobreza registrada na década de 90.

Educação

Os dados sobre o Brasil utilizados no levantamento foram compilados pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) Naércio Menezes Filho e Ligia Vasconcellos.

Eles escrevem que, no Brasil, “as evidências sugerem que um aumento de 10% na renda reduz a pobreza extrema em cerca de 8%, em média”.

Ser pobre no país está associado, segundo eles, com “ter filhos, não ser branco, ter menos acesso à educação e à infra-estrutura, estar desempregado ou ter um emprego informal na agricultura”.

“Para que todos se beneficiem do crescimento econômico é preciso investir em fatores que diminuam a desigualdade de renda. Nós enfatizamos saúde, educação e infra-estrutura”, disse Menezes Filho.

BBC BRASIL

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