Prefeito contratou 1.249 sem concurso

só para a educação inchando a Prefeitura de Ilhéus com pessoas de sua confiança e comprometendo a folha de pagamento do município.
A denúncia foi feita no plenário da Câmara Municipal de Ilhéus pela vereadora Carmelita Ângela (PT), após avaliar os números de funcionários contratados sem concurso público nesses últimos cinco meses e informar aos secretários e ao próprio prefeito Valderico Reis sobre as aberrações que estão ocorrendo.
De acordo com a vereadora, no mês de janeiro existiam 1.058 funcionários lotados na Secretaria de Educação de Ilhéus.
Em abril esse número saltou para 1.253 e em maio houve um número de contratos recorde, jamais visto na história da cidade, sendo admitidos sem qualquer concurso ou teste de seleção mais de mil novos servidores.
“O pior de tudo,” diz a vereadora, “é que nem mesmo os secretários e a Procuradoria Geral do Município tinham dados sobre o número exato de contratações nesse período”.
A vereadora explicou que o critério para ser contratado pelo prefeito Valderico é muito simples: “basta chegar a uma escola com um bilhete”.
Ela citou vários casos em que os protegidos do grupo do atual prefeito chegaram às escolas afirmando que iam trabalhar ali e, mesmo com os diretores afirmando que não tinham vagas, eles permaneceram no local, muitas vezes sem ter o que fazer.
Há casos em que existem vários porteiros para apenas uma porta e muitas merendeiras em escolas que não estão nem recebendo a merenda escolar, segundo a vereadora, que aponta outros problemas.
“O pior é que o atual prefeito está contratando pessoas sem concurso público e se recusa a contratar os concursados, passando por cima da lei. Há rumores inclusive de que Valderico estaria pensando em fazer o seu próprio concurso, anulando uma seleção lícita e transparente realizada na gestão anterior”.
Carmelita Ângela explica que essa contratação sem critérios e de forma desordenada, feita ao arrepio da lei, tem provocando conseqüências na folha de pagamento e até inviabilizado obras e reajustes para os professores.
De acordo com a vereadora, em janeiro a folha de pagamento da Secretaria de Educação era de R$ 925.919,45, enquanto que em maio, antes de conceder o reajuste da Campanha Salarial 2005, saltou para R$ 1.728.056,96, praticamente o dobro.
O vereador Alisson Mendonça (PT) também condena as contratações sem critérios e sem concurso. Segundo ele, a lei é clara ao prever que só existem duas formas de se ingressar no serviço público: nomeação para cargos de confiança, aprovados pela Câmara, ou concurso público.
Para o parlamentar, o prefeito fere claramente a lei quando não respeita um concurso público legal e “opta por sair contratando irregularmente”.
O vereador está solicitando a prorrogação por mais dois anos do concurso realizado em 2004, já que os aprovados ainda não foram chamados.

A REGIÃO

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