Os estudantes do colégio Fênix Objetivo, de Ilhéus, encenaram este ano a quarta e maior edição do espetáculo Café com Literatura, realizado no centro de convenções, baseado no tema “Bahia, um estado de encantos e sabores”. O evento lotou o auditório Jorge Amado, com público estimado de 1.400 pessoas, que aplaudiram os alunos durante mostras de dança, música e teatro, em homenagem aos principais autores baianos. A mostra arrecadou quase mil litros de leite longa vida, que foram distribuídos a creches da cidade.

Coordenado pela professora Ângela Márcia Damasceno, o Café com Literatura é produzido pelos próprios estudantes, a partir da quinta série. A mostra deste ano foi considerada a de maior sucesso. O terceiro ano abriu a noite com o recital “Um grito de Liberdade”, utilizando versos do poeta Castro Alves. Um dos momentos mais emocionantes foi a homenagem da quinta série ao professor, historiador e diretor da escola, Árleo Barbosa, ao recitarem o cordel sobre a história de Ilhéus. Chamado ao palco, o mestre foi muito aplaudido.

O segundo ano mostrou números de dança para lembrar a tradição e modernidade dos carnavais. Provocando muitos risos, a sexta série encenou uma sátira sobre os professores do Fênix inspirada nos textos e paródia da Companhia Baiana de Patifaria, que revelou o talento da nova comédia baiana. A música de Ivete Sangalo, “Carro Velho”, foi coreografada também pela sexta série. A sétima fez uma viagem pela cultura da Bahia com a obra de gente famosa como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Maria Betânia, entre outros.

LIRISMO – A apresentação da obra lírica do poeta Gregório de Matos Guerra, nascido em 1636, contou com o recital “O boca do inferno”, da oitava série. Dorival Caymmi ganhou número especial através de versos declamados pelo primeiro ano, que também fez homenagem especial a Carmem Miranda, que com sua música e indumentária típica transformou-se em ícone de imagem da Bahia. Aproveitando o transcurso do dia dos namorados, houve recital romântico com a participação das mães, professoras e funcionárias da escola. Tristeza, choro e emoção marcaram a homenagem à ex-aluna Geisa Gabriela, que foi barbaramente assassinada. “Este recital é um grito de alerta e de justiça”, disse a professora Ângela.