Trabalhar estrategicamente para o desenvolvimento sustentável com base no ecoturismo e na preservação ambiental. Este é o foco principal do Plano Itacaré 2015, lançado esta semana pelo Instituto de Turismo de Itacaré (ITI), durante seminário realizado na escola Manoel Castro, com a participação de técnicos e consultores, empresários do setor, líderes comunitários, jornalistas e autoridades municipais. O presidente do conselho diretor do ITI, Ernani Pettinati, considera o plano “um divisor de águas, um projeto que passa a ser uma responsabilidade da cidade. Temos uma visão de longo prazo para o turismo baseada na parceria, onde cada um deve saber como colaborar para colhermos os resultados.”

O prefeito Jarbas Barbosa afirmou que “este é o momento mais importante da história recente de Itacaré. A aliança entre os poderes públicos, os empresários e a comunidade, é que vai promover maior qualidade de vida para todos”. O Instituto de Turismo de Itacaré é um modelo inovador de parceria entre os setores público e privado para desenvolver o turismo na região. Fundado por investidores locais, é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSIP) que pesquisa um posicionamento mercadológico diferenciado para evitar problemas que um crescimento desordenado possa gerar para o município.

Itacaré é uma pequena cidade situada na região turística da Costa do Cacau, de encantadora beleza natural e cultural, com praias desertas cercadas de Mata Atlântica, rios e cachoeiras, e um dos paraísos dos surfistas, que freqüentam o litoral o ano inteiro. Com pouco mais de 18 mil habitantes, a cidade exibe construções do período colonial e casarões do início do século XX, tem cerca de mil leitos e recebe um fluxo anual estimado em 75 mil turistas. Dentre os projetos do ITI estão o apoio ao planejamento turístico do destino Itacaré, o controle do uso dos atrativos da região, cuidados com a segurança, paisagismo e produtos locais, além de programas de qualificação profissional e empresarial para a população.

PLANO – O Plano Itacaré 2015 foi concebido a partir de consultas feitas a empresários locais, instituições públicas e privadas, organizações não governamentais, líderes políticos e comunitários, operadoras turísticas nacionais e internacionais, e pesquisa de campo, desenvolvido com foco no mercado. Diogo Canteras, da HVS International, consultoria especializada em turismo e hotelaria, disse que o plano passa agora para a fase de versão final, após ampla discussão dos aspectos técnicos e conceituais. A idéia é a Parceria Público Privada para desenvolvimento do turismo, numa visão de gestão compartilhada. “O tempo do turismo se mede em décadas”, lembra Canteras.

Itacaré quer se tornar um destino turístico internacional, por isso é fundamental, conforme o plano, manter e incentivar o viés ecológico, baseado na sustentabilidade, estimular a cultura local, não fechar as trilhas para o acesso ao público, desestimular o turismo de massa, segmentar a oferta e a promoção, melhorar os serviços e inovar em produtos. Nesse viés, o plano formata três diretrizes: Itacaré Eco Aventura (águas e mata atlântica), Itacaré Ecoturística (costão, trilhas, mata) e Itacaré Vila. Há perspectiva de grandes investimentos privados nos próximos anos, principalmente em resorts de alto padrão. Conheça detalhes do plano no endereço www.itacaré.com.

Participaram também do seminário de lançamento do plano o representante da secretaria estadual da Cultura e Turismo, Érico Mendonça, que ressaltou o modelo de sustentabilidade como ideal para a gestão do turismo. A secretária municipal de turismo, Hérica Mendonça, opinou que a cidade deve se basear em exemplos. O empresário Eduardo Coelho falou sobre a experiência de Bonito, no Mato Grosso do Sul, considerado destaque como destino ecoturístico por revistas especializadas.

A diretora de Marketing da Bahiatursa, Luciana Meirelles, garantiu que vai aliar o plano ao planejamento de marketing do governo estadual. Ela acha que deve-se avaliar a questão da acessibilidade. Nessa questão, o ex-prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, destacou que é preciso definir o futuro da base aeroportouária de Ilhéus, que serve como ponte de acesso a Itacaré. O presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), José Zuquim, alertou que a seletividade do público “não vem por preço, mas por qualificação do produto, criando regras para que o destino se preserve, sem discriminação e visitação organizada.”