Nuzman explicou também que a previsão orçamentária do RIO 2007 é dinâmica, assim como acontece com outros Jogos Pan-americanos e Jogos Olímpicos. “Pequim-2008, por exemplo, ainda está com seu orçamento de Segurança sendo analisado pelo governo”, exemplificou Nuzman. O Presidente do COB e do CO-RIO enfatizou a diferença entre o orçamento do CO-RIO, concebido e administrado pelo Comitê Organizador, e o orçamento não CO-RIO, cujos valores são de responsabilidade dos entes governamentais. No orçamento não-CO-RIO estão, por exemplo, a construção ou reforma de várias instalações, que são de responsabilidade direta dos governos, entre elas o Estádio João Havelange, o Complexo Esportivo Miécimo da Silva e o Riocentro, da Prefeitura do Rio de Janeiro; o Complexo Esportivo do Maracanã, do Estado do Rio de Janeiro; e o Complexo Esportivo de Deodoro, do Governo Federal.
Na apresentação, foi feito o detalhamento de todo o Planejamento dos Jogos Pan-americanos, desde o Projeto de Candidatura até a atual fase, de Planejamento Operacional, passando pelo Planejamento Básico e pelo Planejamento Estratégico. “Já são quatro anos desde que apresentamos a candidatura, em 2001. Do chamado projeto de candidatura até o projeto definitivo dos Jogos, foram quatro anos de trabalho duro, em que fomos vencendo etapas. E, somente a partir do refinamento que temos agora do projeto dos Jogos com o detalhamento de todas as 57 áreas funcionais, é que podemos estabelecer esta previsão de orçamento que estamos apresentando aos três níveis de Governo”, explicou o Secretário-Geral do CO-RIO, Carlos Roberto Osório, lembrando que o padrão de serviço também deve ser levado em consideração. “Os atletas, por exemplo, merecem ter padrão olímpico na Vila, na alimentação, nos locais de competição, no transporte. E assim sucede em todas as áreas”, acrescentou Carlos Roberto Osório.
Além do padrão olímpico para os atletas, foram também premissas para preparar a previsão de orçamento: em tecnologia, a qualidade, confiabilidade e nível de serviço; em Instalações, evitar construções que não tivessem uso efetivo após os Jogos; em serviços para a imprensa, qualidade e confiabilidade dos serviços de transmissão de dados; em geração de sinal de TV, a produção de 700 horas ao vivo. O projeto atual dos Jogos também prevê a melhoria significativa em várias instalações permanentes, como o Maracanã, que está sendo totalmente requalificado para reenquadrar-se no padrão da FIFA para Copas do Mundo, o Estádio João Havelange, que está em construção com capacidade para 45 mil pessoas (no projeto de candidatura a previsão era de 10 mil) e o Complexo Esportivo do Autódromo (a arena multiuso foi de 10 mil para 18 mil espectadores, e o parque aquático ganhou plataforma e tanque de saltos).
O Presidente do CO-RIO fez questão de destacar alguns exemplos de demandas geradas pelo evento. “Para se ter idéia, estamos prevendo o uso de exatamente 4.500 celulares pelo nosso staff durante o período dos Jogos. Na Copa do Mundo da Alemanha, uma competição com um nível de complexidade de operação inferior ao nosso, com apenas 32 equipes de uma mesma modalidade, o futebol, está previsto o uso entre 4.600 e 6.600 celulares. E este número ainda nem está fechado, a um ano da sua realização”, comentou Nuzman, que também lembrou que é difícil estabelecer comparações até entre projetos de candidaturas de cidades diferentes para o mesmo evento. “Pegando os projetos de candidaturas para os Jogos Olímpicos de 2012, podemos perceber que um mesmo item, como cerimônia de medalhas, está orçado em 1,2 milhão de dólares por Paris e em 12 milhões de dólares por Moscou. Como explicar? É que as realidades são diferentes, por isso a comparação é tão difícil”, comentou Nuzman.
Nesta terça-feira, dia 31, foram encaminhadas ao Ministério do Esporte as respostas às solicitações de informações feitas pelas equipes técnicas daquele órgão. O documento com o detalhamento da área de Segurança também foi entregue nesta terça-feira, em Brasília, ao Ministério da Defesa, a quem caberá decidir o formato final do projeto e sua implementação. O projeto foi elaborado pelo General Sérgio Rosário, Gerente-Geral de Segurança do CO-RIO, indicado pelo próprio Ministério da Defesa para o cargo.
Os Jogos Parapan-americanos não estão contemplados na previsão orçamentária do CO-RIO porque ainda não está assinado o contrato de cidade-sede com o Comitê Paraolímpico Internacional, no qual serão estabelecidas as obrigações do CO-RIO.
COB