Mais de 90% dos táxis cometem infrações durante a corrida

Tempo de espera, respeito às normas de trânsito, contagem do taxímetro. Todos os detalhes que envolvem o serviço dos táxis metropolitanos foram avaliados no final de 2004 por colaboradores da Associação Pro Teste. E o resultado não é positivo.
Foram realizadas 464 corridas de táxi em 4 capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre) para avaliar o serviço prestado ao consumidor. O estudo, divulgado esta semana pela instituição, definiu 101 itinerários com base no cotidiano de moradores, executivos e turistas.
Não foi registrada nenhuma variação no preço pago pelo mesmo trajeto, porém ficaram constatadas infrações que afetam o bolso e a integridade do consumidor padrão em 93% das corridas de táxi. Apenas 31 dos motoristas avaliados se saíram livres de problemas.
Nota fiscal é luxo
Somente 21% dos taxistas forneceram nota fiscal ao fim da corrida. Quando não possuíam esse tipo de registro, ofereciam um recibo. Mesmo assim, 17 prestadores de serviço em São Paulo confessaram que não portavam esse tipo de papel.

Na hora de pagar a corrida, a grande maioria dos taxistas (75%) preferiu aproximar o valor registrado no taxímetro (aparelho que mede o custo do serviço por quilômetro rodado) porque não tinha troco. O problema é que na maior parte das vezes o valor foi estipulado para acima, prejudicando o consumidor.

Rápidos no gatilho
De acordo com a Pro Teste, em 7% dos casos o taxímetro começou a rodar mesmo antes que o consumidor entrasse no carro. Outro fator prejudicial constatado.

Eles também não estavam dispostos em local visível em 20% dos carros. O procedimento é fora dos padrões, que defendem a possibilidade de controle pelo passageiro da evolução do custo da corrida.

Desrespeito ao código de trânsito
No quadro geral, 9% dos taxistas cometeram infrações de trânsito durante o trajeto. A maioria está na capital baiana, onde 18% dos profissionais cometeram erros nesse sentido.

Como o táxi é um serviço de utilidade pública regulado em âmbito municipal, cada prefeitura estipula suas regras e, portanto, as infrações são específicas.

Em Salvador, por exemplo, nem todos os taxistas que partem do aeroporto mudam de bandeira 2 para 1 quando entram na cidade, o que contraria a legislação local. Os motoristas acabam tirando vantagem do cliente desatento ou desinformado.

Já no Rio de Janeiro, 11% dos taxistas desconheciam o caminho até o destino do passageiro. A maioria não consultou um guia para achar o trajeto e não desligou o taxímetro durante a procura, causando prejuízos ao bolso do consumidor.

E São Paulo é prática entre os motoristas de táxi que atendem no Aeroporto de Guarulhos cobrar um acréscimo de 50% sobre o registrado no taxímetro para as viagens intermunicipais. Porém, existe um decreto de 2003 que proíbe a cobrana dessa taxa.

A Pro Teste defende a criação de uma regulamentação mínima e nacional para o serviço de táxi. Além disso, a entidade ressalta a importância da informação do consumidor sobre as tarifas adotadas e seus critérios.

InfoMoney

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