Segundo ele, a medida seria um “crime” que se consolidaria como um violento atentado à memória não só da população do município, mas também uma afronta flagrante à Constituição, que manda, no artigo 30, inciso IX, “promover a proteção do patrimônio histórico-cultural, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual”. O antigo prédio da Prefeitura de Ubaitaba guarda a tradição política local, onde foram tomadas as mais importantes decisões sobre os destinos políticos e administrativos do município e recebidas figuras ilustres da política baiana e brasileira.
A notícia já foi criticada na imprensa local, que denuncia “a deterioração do patrimônio histórico-arquitetônico de Ubaitaba”, cujos casarões de estrutura centenária estão sendo demolidos sem nenhuma preocupação com a memória da cidade. Segundo o jornal Tribuna da Região, “a ausência de uma legislação básica, aliada à insensibilidade de proprietários, à inércia do Poder Público e à compreensão pouco preservacionista da maioria da população vem acarretando um verdadeiro desastre paisagístico”. A professora universitária Eliane de Oliveira Sabóia Ribeiro, filha do ex-prefeito João Felipe Sabóia (1937-41) e neta do fundador da cidade, afirma que como cidadã ubaitabense se sente “ultrajada com os desmandos já efetivados por alguns governantes sucessivos não só quanto a urbanização da cidade, outrora linda e arborizada, permitindo até construção de muro-garagem na praça Francisco Xavier de Oliveira, como a demolição da mansão construída pelo senhor Marino Amado e agora o leilão do prédio histórico da primeira Prefeitura do Município”.