A decisão foi tomada depois que a Agência Americana de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) solicitou à empresa a retirada do medicamento, que é usado no tratamento de artrite, do mercado americano.
“Embora considere que os benefícios deste medicamento superam os seus riscos, a Pfizer acatou essa decisão naquele País, mas continuará as discussões científicas com órgão para que seja mantida essa opção terapêutica”, diz o comunicado da empresa.
Já o site da Anvisa diz que foi a agência quem “decidiu determinar” a suspensão temporária do Bextra oral e Bextra IM/V.
“Em fevereiro a Agência já havia determinado que os fabricantes desses produtos fizessem advertências e restrições de uso nas bulas dos medicamentos, tais como a proibição de utilização por menores de 18 anos e por pacientes portadores de doenças cardiovasculares”, diz o site da Anvisa.
A Pfizer informou ainda que está suspendendo a venda do produto na Europa e em outros países, como Canadá e Austrália.
De acordo com o correspondente da BBC em Nova York Steve Evans, a FDA está preocupada com a possibilidade de que os analgésicos da classe COX-2 (na qual está incluído o Bextra) aumentem o risco de ataques cardíacos.
Vioxx
No ano passado, um dos concorrentes da Pfizer, o laboratório Merck, retirou do mercado um de seus analgésicos contra artrite, o Vioxx, também da classe COX-2, por causa de preocupações semelhantes.
A FDA também quer alertas mais explícitos nos rótulos de medicamentos semelhantes, por temer que eles possam causar problemas de saúde.
Segundo o correspondente da BBC, as empresas farmacêuticas estão sob pressão cada vez maior por causa dos efeitos colaterais dos medicamentos que produzem.
Ele informa que a Glaxo Smith Klyne foi acusada de minimizar os resultados negativos dos testes de um antidepressivo.
Um estudo encomendado pela FDA diz que o Vioxx pode ter causado até 140 mil casos de doenças coronarianas nos Estados Unidos desde 1999.
Entre as pessoas examinadas, 8.143 sofreram doenças do coração graves. Desse total, 1.508 tiveram morte súbita.
BBC BRASIL