ao Ministério da Agricultura, vai virar Instituto de Desenvolvimento Sustentável
(Iceplac). O objetivo é atuar na geração de emprego e renda nos sistemas
agro-florestais da Mata Atlântica e Floresta Amazônica, além de supervisionar a
política cacaueira.
O diretor-adjunto da Ceplac, Everaldo Anunciação, disse que a Ceplac já tinha
ampliado a sua atuação ao longo de sua existência. “A Ceplac foi um órgão criado há 48 anos, num momento de profunda crise da lavoura cacaueira. Ela tinha uma missão específica naquele momento que era resolver o problema da dívida dos produtores”, lembrou, em entrevista à TV Nacional.
Segundo Everaldo Anunciação, a mudança para instituto é um reconhecimento legal do que ocorreu na prática. “O governo Lula e o Ministério da Agricultura definiram que querem resolver essa pendência jurídica, associada ao que é mais importante para as regiões produtoras de cacau”, afirmou.
O diretor destacou a criação de um centro tecnológico para a agricultura familiar, no estado da Bahia. “Dos quase 60 mil produtores de cacau no Brasil, 82% são
agricultores pequenos, e 62% desses são de agricultura familiar”, disse. “Não
basta ter uma política de crédito, que é excelente, que traz recursos – R$ 7,2
bilhões -, é preciso ter pesquisa, não tratar a agricultura familiar, a questão
orgânica e agro-ecológica como um sonho, mas como uma ciência que é capaz de gerar emprego, de gerar renda”,afirmou.
Everaldo Anunciação disse que o centro terá o papel de incorporar uma pesquisa eficiente dentro da estrutura de produção da agricultura familiar, “capaz de elevar os índices de produtividade dentro dessas áreas”. A meta da Ceplac é fazer com que o Brasil volte a ser um país exportador de cacau, nos próximos cinco anos.
Atualmente, a produção nacional é de cerca de 170 mil toneladas. No auge da fase cacaueira, o país chegou a produzir 465 mil toneladas, gerando um US$ 1 bilhão. No final da década de 80, a praga chamada “Vassoura de Bruxa” dizimou a produção de cacau no sul da Bahia, que caiu para 90 mil toneladas. O estado da Bahia representa hoje 82% da produção nacional