“Em 2004, crescemos cerca de 15% em turismo internacional e em passageiros e 30% em entrada de dólares. Crescemos acima da média de mercado. Se alguém desembarcou aqui é porque deixou de desembarcar em algum lugar. Saímos da segunda divisão”, disse.
No ano passado, as viagens internacionais geraram a entrada de US$ 3,22 bilhões no Brasil, um valor 30% maior do que o registrado no ano anterior. O saldo dos gastos de estrangeiros no Brasil e o de brasileiros no exterior foi de US$ 351 milhões, um resultado 61% maior do que o de 2003. Em janeiro e fevereiro deste ano, esse saldo está em US$ 60 milhões.
A comparação da temporada de verão deste ano com a de 2003 mostra um resultado ainda mais expressivo: o valor deixado pelos turistas estrangeiros no Brasil cresceu 84,25% em janeiro e fevereiro.
Segundo o diretor de Estudos e Pesquisas da Embratur, José Francisco de Salles Lopes, os números confirmam o volume recorde de desembarques internacionais na temporada. ‘Um exemplo claro de como o turismo impacta a economia é o índice de desemprego que a cidade do Rio de Janeiro registrou no primeiro mês do ano. Houve uma variação negativa por conta da presença de um número maior de turistas na cidade’, afirmou.
Empresário prevê crescimento do turismo com aumento de custos
Pesquisa do Ministério do Turismo, da Embratur e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) com executivos das 50 maiores empresas de turismo do país revela uma forte expectativa de crescimento para o setor.
Para 80,2% dos empresários entrevistados, o mercado de turismo crescerá em 2005. Na avaliação de 77%, o setor registrou expansão no ano passado.
As empresas ouvidas faturaram R$ 7,3 bilhões no ano passado. Elas são responsáveis por 63.382 postos de trabalho e informaram na pesquisa que pretendem fazer mais contratações.
A pesquisa não distingue a qualidade das vagas criadas. O turismo costuma oferecer um grande número de vagas temporárias. O presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, no entanto, destaca que a informalidade no setor é praticamente nula.
“O turismo não se comporta como um típico setor industrial, onde o grosso das contratações é feito via CLT, mas praticamente não há informalidade”, afirmou.
Além das contratações, os empresários apostam em aumento de custos operacionais. Para 66,8%, os custos aumentarão. A estimativa dos empresários é de um aumento de 7%.
Fizeram parte da pesquisa, empresas de hotelaria, feiras, agências, locadoras, operadoras e de eventos. Nesta última categoria, o otimismo não foi a tônica da pesquisa. Somente 17,3% dos empresários do ramo de eventos esperam aumento do faturamento neste ano. O mercado de eventos deverá permanecer igual na opinião de 71,1% dos entrevistados.
Segundo Sanovicz, estas empresas são voltadas para a realização de congressos e seminários e estão sujeitas a uma sazonalidade diferente.
“No Rio de Janeiro, o último grande evento foi o Mundial de Petróleo em 2002”, disse.
A maioria dos entrevistados, 96%, afirma que pretende realizar investimentos neste ano. O percentual em relação ao faturamento do ano passado deve ficar em 16%.
JANAINA LAGE
Folha Online