Ensino médio precisa de 250 mil professores

O ensino médio brasileiro sofre a falta de 250 mil professores de química, física, matemática e biologia. O problema atinge todas as regiões e estados do país, inclusive a Bahia. Nas cidades do interior, a escassez ainda é mais séria. Sindicatos, Secretaria de Educação, Ministério da Educação (MEC) e entidades que respondem pelos interesses da categoria são enfáticas e unânimes ao apontar a causa da problemática: profissionais qualificados e com licenciatura plena não se sentem atraídos a lecionar na rede pública. Quando essas pessoas saem das faculdades, optam por ensinar na rede particular, sobretudo nos cursinhos, onde os salários são bastante superiores. Para suprir a necessidade de aula, no ensino médio, são contratados professores substitutos, que podem ser estudantes universitários ou profissionais de áreas afins. A realidade foi mapeada através de uma pesquisa realizada pela Comissão de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio Profissional, do MEC.
A Bahia, que possui atualmente 50.446 professores atuando em suas duas mil unidades do ensino médio em todo o estado, também enfrenta a realidade. Enquanto a Secretaria de Educação do Estado anuncia que as lacunas são preenchidas por professores com contratos temporários, a Associação de Professores Licenciados do Estado (APLB) afirma que a maioria dos professores dessas disciplinas não possui a formação mínima exigida para lecioná-las. No entanto, todos concordam com um quesito: a raiz do problema reside na oferta salarial, pois os profissionais que conseguem ultrapassar as dificuldades dos cursos de exatas, que são longos, difíceis e caros, esperam que ao final da graduação possam, pelo menos, ser remunerados com valores que recompensem os investimentos feitos durante a formação. Enquanto os professores substitutos não contam com a licenciatura plena, título concedido ao final da graduação, que os capacita a ensinar as disciplinas, os formados nas áreas são extremamente bem preparados, já que os poucos cursos oferecidos nas universidades locais são muito bem conceituados.

Correio da Bahia

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