“O ‘desprêmio’ é com a Justiça”, disse o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), ao final do encontro, informando que bancou a proposta do seu secretário de Finanças de São Paulo, Mauro Ricardo da Costa.
A premiação aos prefeitos que cumprirem a LRF consta da relação de pleitos da carta divulgada no final do encontro. O grupo diz que a LRF “é louvável”, mas que o Congresso e o governo federal “precisam aprovar medidas claras, concretas e de rápida eficácia que premiem as prefeituras que mais se empenham em favor do desenvolvimento nacional”.
Para abrir caminho a esses recursos, os prefeitos pedem a redução do tamanho das dívidas negociadas por 180 municípios com o Tesouro Nacional nas gestões passadas e a mudança do indexador –hoje IGP (Índice Geral de Preços), mais taxa de 9% ao ano. Do Senado, eles pedem aos municípios o mesmo percentual de endividamento dado aos Estados (200%). Hoje o limite é de 120%. Se vingar a preferência da Prefeitura de São Paulo, o indexador defendido será a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).
O resultado da reunião ainda será levado à aprovação final da plenária no encontro da Frente Nacional de Prefeitos, agendada para meados de abril, em Salvador. Só então o texto segue para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um terceiro bloco de pedidos ao governo federal fala em desoneração dos custos de bens e serviços comprados pelas prefeituras para atender a programas sociais básicos, como de saúde. A proposta, segundo Serra, é seguir hoje o modelo que ele implantou quando ministro da Saúde, na compra de medicamentos de uso restrito, pelos Estados. Agora os prefeitos se propõem a adotar uma política única de recursos humanos para o SUS (Sistema Único de Saúde) e metas nacionais para atendimento à população.
Na maioria, as propostas aprovadas pedem o fim da Cide (contribuição sobre a venda de combustível), da Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e do PIS (Plano de Integração Social) nas compras de itens em áreas de atendimento básico à população, como o óleo diesel.
Os prefeitos petistas não apresentaram resistência a nenhuma das propostas. João Paulo defendeu, porém, ações que vão além de desonerações de tributos. Citou o combate ao transporte clandestino que promoveu em Recife como mecanismo que tirou o sistema do vermelho.
MARI TORTATO
Agência Folha