Filha da descendente de portugueses Ercy Carvalho Costa e de Romeu Carvalho Costa, Elis teve apenas um irmão, Rogério (Guéio), nascido quando ela tinha 4 anos.
A menina começou a se destacar muito cedo. A “Pequena Notável” fez sua estréia como cantora aos 7 anos, num programa de rádio chamado Clube do Guri, da Rádio Farroupilha, em Porto Alegre.
A fama da então cantora mirim só fez aumentar. Tanto que aos 14 anos ela assinou contrato com a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Em maio de 1961, aos 16 anos, Elis gravou o primeiro LP, Viva a Brotolândia.
Na capital cultural e boêmia do Brasil àquela época, Elis não demorou a estourar. Em 1965, a moça humilde de Porto Alegre surpreendeu o país com sua interpretação inesquecível de Arrastão, que lhe rendeu o primeiro Festival de MPB da TV Record.
Em 1967, um ano depois de correr a Europa fazendo shows com o Zimbo Trio, Elis casou com Ronaldo Bôscoli, com quem viveu durante cinco anos e teve um filho, João Marcelo.
Após a conturbada separação com Bôscoli, Elis casou com o músico César Camargo Mariano, em 1973, dando início a uma fase áurea em sua vida profissional e pessoal.
No ano seguinte, Elis foi “premiada” pelo selo da qual era contratada com a realização de um disco histórico: Elis & Tom, gravado entre 22 de fevereiro e 9 de março de 1974, em quatro sessões no estúdio MGM, em Los Angeles. A obra marcou o encontro da maior cantora brasileira com o maior músico do País.
O vigor de Elis Regina também pôde ser conferido em inúmeras apresentações memoráveis ao vivo, tais como Falso Brilhante (1975) e Transversal do Tempo (1976).
O mundo ficou sabendo definitivamente quem era a “Pimentinha” no ano de 1978, quando ela fez uma memorável apresentação no Festival de Jazz de Montreaux, na Suíça. O show, irrepreensível, deu origem a um disco igualmente precioso.
Os anos de 1980 começaram conturbados para Elis. Ela se separou – mais uma vez de forma litigiosa – de César Camargo Mariano, em 1981, depois de nova temporada de sucesso nos palcos, com Saudades do Brasil.
Na esteira da turbulenta separação com César Camargo Mariano, pai de Maria Rita e Pedro Camargo Mariano, a gauchinha achou espaço para um último e marcante show, Trem Azul, em 1981.
Mas a pequena e notável já não era mais a mesma pessoa. Embora mantivesse a personalidade elétrica, forte e ativa – explicações para o apelido “Pimentinha” -, Elis mostrava-se arredia e arisca mesmo para os amigos.
Em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, Elis Regina morreu sozinha num quarto, vítima da combinação de álcool com cocaína – ambos em grande quantidade. Morria ali a cantora. O mito, porém, segue vivo no coração e na memória dos fãs.
TERRA