As entidades terão prazo de cerca de um ano para dizer quem são, o que fazem e onde estão instaladas. Terão de fornecer também os CPFs de seus dirigentes.
Quem não se recadastrar perderá o código sindical na Caixa Econômica Federal. É por meio desse código que o sindicato recebe o imposto sindical.
Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical), critica o plano do governo de querer saber o CPF dos dirigentes. “Uma coisa é cadastrar a personalidade jurídica. Outra, a física. Dá a impressão de investigação.”
O recadastramento é uma forma de o governo fazer uma devassa no movimento sindical, avalia o advogado Luis Carlos Moro. “É uma investigação silenciosa, o SNI [Sistema Nacional de Investigação] do sindicalismo. É a prova de que o governo não conhece essa realidade. Portanto, as discussões sobre a reforma atenderam o interesse das cúpulas atuais.”
Na contramão, João Vaccari Neto, diretor-executivo da CUT, diz que “quem não deve não teme”. Para os empresários, o censo é positivo. “Quanto mais informações, melhor para o setor”, diz Rodolfo Tavares (CNA). (CR E FF)
Folha de S.Paulo