Após reunião com Berzoini, Severino promete acelerar reforma sindical

A proposta de reforma sindical será entregue na próxima semana ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), mas ele já se comprometeu a acelerar a tramitação do projeto. A expectativa é que a aprovação ocorra ainda neste ano.
Entre os principais pontos da reforma, estão o fim das contribuições obrigatórias e a criação do imposto negocial, limitação do número de dirigentes sindicais com estabilidade e o fim da data-base –a negociação das cláusulas trabalhistas poderá ocorrer em diferentes períodos.
A entrega oficial da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) irá ocorrer no dia 2 de março.
‘Eu não demorarei para colocar na ordem do dia porque a Câmara agora é uma Câmara diferente. Existe entrosamento, existe harmonia entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo’, disse ele, após encontro com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, e lideranças de centrais sindicais.

Os sindicalistas sugeriram a Severino o nome dos deputados Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), e Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP) para a presidência e relatoria da comissão que irá analisar o projeto –que por mais de dois anos foi discutido no Fórum Nacional do Trabalho.

Cavalcanti disse que irá analisar o pedido, mas que há outros nomes. “Isso é uma sugestão que eu vou ainda estudar.”

A CNI (Confederação Nacional da Indústria), que também participou das discussões sobre a reforma, deverá indicar outros nomes.

Segundo o ministro do Trabalho, embora a proposta já tenha sido debatida por dois anos, ainda tem muito a ser discutido.

‘Nós não temos a ilusão de que esse projeto seja completamente consensual’, disse ele. Lembrou ainda que o mundo das relações de trabalho é muito ‘conflituoso’.

Ele espera que o projeto seja aprovado neste ano, mas fez questão de ressaltar que compete aos parlamentares ditar o andamento dos trabalhos no Legislativo. ‘Respeito o ritmo.’

Para o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, a reforma sindical é necessária par que a negociação ganhe mais espaço nas relações de trabalho. ‘Nossa legislação não dá espaço para negociação’, disse.

No entanto, ele afirmou que o setor produtivo irá batalhar pela reforma trabalhista também, já que a sindical não resolve as distorções do mercado de trabalho, como o alto índice de informalidade.

ANA PAULA RIBEIRO
Folha Online

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