O senador alagoano havia fechado um acordo com o Palácio do Planalto para suceder Sarney, mas o processo tornou-se conturbado com a tentativa de votação da proposta de emenda à Constituição que permitia a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Com a votação frustrada, Calheiros conseguiu ser o único candidato à sucessão de Sarney.
O presidente Sarney, que presidiu sua última sessão, criticou o exercício
das medidas provisórias. “Com as MPs é impossível aprofundar a democracia”, afirmou.
Sarney afirmou que as MPs são a “consagração” de improvisos e sugeriu que elas fossem restritas às matérias financeiras e que tratem de calamidades públicas.
Em seu primeiro discurso, Calheiros seguiu as críticas de despedida de Sarney às MPs. “Exorto o Senado a resistir à tentação de ‘legislar governando’ e lembro ao Executivo a necessidade de não ‘governar legislando'”, afirmou.
“Espero empenarmo-nos todos, acima dos partidos, das doutrinas e das ideologias que podem nos caracterizar, mas não devem separar-nos, quando se trata do interesse coletivo de toda a nação. É neste contexto que temos que continuar a apreciar não apenas o rito, mas a própria substância das medidas provisórias”, disse.
FELIPE RECONDO