Ilhéus vai se transformar na capital latina do chocolate

Pouco mais de 20 dias do início do novo governo, Ilhéus inicia um ciclo de captação de grandes eventos que vão movimentar o trade turístico local. A cidade vai sediar o I Festival de Chocolate e Econegócios da Mata Atlântica, no Centro de Convenções de Ilhéus. O evento, programado para acontecer em junho, será executado numa parceria da Prefeitura com as organizações não-governamentais promotoras do evento, a World Watch Institute (WWI) e a Universidade da Mata Atlântica (UMA).
A união entre Prefeitura e ONGs visa transformar Ilhéus na capital latino-americana do chocolate e, aliado a isso, fortalecer o turismo de lazer e gastronômico. Uma estratégia de divulgação do evento também deverá mudar a imagem da cidade na área de agronegócios, hoje vista apenas como produtora de cacau. Durante o evento reservado para junho, mestres chocolateiros de países como Bélgica, Holanda, França e Itália vão ensinar modernas técnicas de fabricação do chocolate. O secretário municipal de Turismo, Raymundo Mazzei, afirma que a realização do Festival cumpre uma das metas estipuladas pelo prefeito Valderico Reis, que é a atração de eventos voltados ao trade. O Festival deverá ter duração de três ou quatro dias.
Mazzei disse que o município caminha para oferecer as várias opções de motivação de viagem – evento, negócios, turismo rural e ecoturismo. Segundo o secretário, o objetivo é transformar a preservação ambiental em negócio, gerando emprego e renda tanto na agricultura como no turismo. Na agricultura, o ganho seria na produção de chocolates com altos teores a partir de fabriquetas instaladas em fazendas do município e de toda a região. O retorno no turismo seria com a divulgação da cidade como produtora de chocolate, a realização do Festival e a atração de turistas de todo o mundo.
A produção de chocolate fascina e é responsável pelo grande fluxo de turistas em cidades como Gramado, no Rio Grande do Sul, e Perugia, na Itália. Todo ano, cerca de 150 mil turistas visitam a cidade gaúcha para degustar variados tipos de chocolate produzidos na região. Em Gramado, cada turista gasta, em média, R$ 280,00. Um dos organizadores do Festival em Ilhéus, o economista Eduardo Athayde, da Universidade da Mata Atlântica (UMA), diz que em Perugia, o “Eurochocolate” atrai um milhão de pessoas. “Nós podemos mudar a realidade regional e, principalmente, de Ilhéus”, afirma.
Agregar valor
Athayde cita um dado econômico importante: o produtor ganha apenas R$ 4,00 pela venda do quilo de cacau in natura, quando a mesma quantidade de chocolate custa R$ 80,00. Para Athayde, o Festival, além de garantir ótimo retorno para o turismo, vai estimular a agroindustrialização do chocolate. A agroindustrialização seria viabilizada com o incentivo à construção de fabriquetas para produzir o chocolate com alto teor. As discussões para estimular a produção já começaram entre organismos federais, estaduais e municipais, além da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb).
Segundo Athayde, para oferecer treinamento na fabricação de derivados do cacau será criada a Universidade do Chocolate. A instituição de ensino estará voltada a pequenos agricultores, que representam 70% do universo de cacauicultores do sul da Bahia. Ele destacou que a produção de chocolate passou a ser uma das prioridades da Ceplac, que já possui uma pequena unidade de fabricação do produto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *