Comparando os dados obtidos em 1991 com o último censo, feito em 2000, o IBGE traçou mapas que revelam onde a população caiu, como aconteceu em Nilópolis, e onde tende a aumentar. As cidades do centro-oeste e do norte cresceram com a migração de brasileiros que chegam de outras regiões do país.
Ele revela que dos 5.507 municípios brasileiros existentes à época do último Censo, 1.496, ou 27,2% do total, tiveram perda populacional, e quase 40% (2.193 municípios) apresentaram um ritmo de crescimento anual de 0% a 1,5%, abaixo da média nacional de 1,6% ao ano.
A estimativa do IBGE também revela que a população de Ilhéus continua caindo. Nas pesquisas realizadas nos anos 2000/2001 a população, que já havia apresentado uma significativa queda em relação ao Censo de 1991, era de 222.127 habitantes.
Desse total 162.125 residiam na zona urbana e o restante na zona rural. Já em 2004 a estimativa é de que em Ilhéus residem 221.294 pessoas, uma queda de 0,37%.
Por outro lado, houve migração para as cidades que ficam no coração do país e na região norte. Nessas áreas, o aumento da população passou de 3% ao ano, o dobro da média nacional.
O novo endereço do gaúcho Cristiano Trein é Manaus, no Amazonas. Ele hoje vive a 4,5 mil quilômetros da família.
“As empresas precisam de mão-de-obra de fora, pois a região não consegue suprir a demanda de trabalhadores”, conta Cristiano.
Essa tendência de mudança rumo ao norte cria o que os pesquisadores já chamam de “arco do desmatamento”.
O lugar está ganhando população e, evidentemente, essa população precisa se assentar. No que ela se assenta, ela desmata”, explica a pesquisadora do IBGE, Nilza Pereira.
No mapa da migração, há exceções, como Florianópolis, cidade da região sul que cresce como as do norte. Atrai gente em busca de qualidade de vida.
O IBGE faz uma projeção: apesar de o país crescer num ritmo mais lento, a população brasileira vai chegar, em 2050, a 260 milhões de habitantes. O que representa 90 milhões de pessoas a mais em apenas meio século.