O surfista profissional ilheense de maior peso no cenário nacional na atualidade, Flávio Costa, que completa em 06 de janeiro 26 anos, em visita a sua terra natal, falou sobre a carreira e aproveitou a oportunidade para conhecer o Bataclan e sua rica história.
Pelo terceiro ano consecutivo ele integra a elite do surf nacional, o Super Surf, sendo que em 2003 ele ficou com a 5ª colocação no geral e em 2004 terminou o ano como o décimo melhor do país.

FLÁVIO COSTA ENTRE MARIA MACHADÃO E RISOLETA NO BATACLAN

Morando atualmente no Recreio dos Bandeirantes no Rio de Janeiro, disputa além do Brasileiro da 1ª e 2ª divisão, os circuitos carioca, paulista, catarinense, paranaense e gaúcho, ainda as etapas do circuito mundial de segunda divisão WQS.

Atualmente conta com o patrocínio das pranchas Joca Secco, da Calfin e da Insane, que bancam os seus custos de viagens e fornecem equipamentos e vestuário, mas alega que precisa de investimentos mais fortes para poder correr o WQS por inteiro.

FLÁVIO ATACANDO DE FRONT SIDE

Em 2004 tive um começo difícil, não encontrava a prancha mágica, mas as coisas foram melhorando e soltei meu surf com explosão aliado ao surf de linha, dosando radicalidade e precisão para agradar aos juizes e público.
Em 2005 irei disputar a perna européia do WQS e fazer uma trip para o Peru, mas a grande novidade será a volta do Super Surf a Bahia, que será disputada na Costa do Sauípe, além de uma etapa do WQS, os baianos só tem a ganhar com isso, ficamos mais confiantes e temos a prática de surfar naquele pico, uma onda forte e longa, muito manobrável, fundo de pedra.

FLÁVIO EM ENTREVISTA A CARLOS SANTIAGO E ADERINO FRANÇA NO BATACLAN

Estou vindo a Ilhéus uma vez ao ano, aproveitei para conhecer o Centro Cultural Bataclan, reaver as histórias de Jorge Amado, e fiquei pasmo como está bonito e interativo esse local, assisti a apresentação do quarto vivo de Maria Machadão, interpretada por (Cristiane Queiroz) e sua inseparável Risoleta ( Elane Nascimento), nos faz pensar com era boa a vida dos coronéis do cacau.
Ilhéus é um pólo de grandes campeões de surf, a exemplo de Jojó de Olivença, que só não foi campeão do Circuito de 2004 por ter se machucado, sempre encontro ele nas competições e trocamos idéias e matamos a saudade de Ilhéus, outro que ainda vai arrebentar é o meu amigo Wilson Nora, ele tem tudo, potencial e excesso de competitividade, disputei com ele em 2003 uma bateria do Super Surf em Itacaré e o bicho pegou, somos amigos fora d’água, dentro é outra coisa, sempre surfamos juntos, desde moleque agente pega onda no Havaizinho, eu, ele e Bruno seu irmão, agora viajamos juntos e um dá força ao outro.

QUARTO DE MARIA MACHADÃO NO BATACLAN, PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA QUE UMA PRANCHA DE SURF ENTRA NA CASA DE DIVERSÕES DOS CORONÉIS

A nova geração está arrebentando, quando vejo o japa Dennis Thirara, os Galinis, Rudá e outros moleques, tenho a certeza que sempre seremos lideres em atletas de surf, iremos manter a tradição de podermos estar sempre nos podiuns do Brasil e do mundo.
A pior noticia que tive em 2004 foi a morte do meu amigo, Charles Caves, o delegado das ondas do Back-Door em Olivença, pessoa humilde, carismática, um atleta completo, nos deixou sem avisar, estive com o Jojó e desabafamos juntos, Charles era um irmão.
Estou noivo da Loraine, sinto que ela faz com que as coisas tenha sentido, fico mais concentrado nas competições, até minha mãe D. Julita e minha filha Bruna apóiam o relacionamento, já que tenho colocado a cabeça no lugar e corrido por meus objetivos.
Aos novos atletas digo que profissionalismo é responsabilidade, família e agressividade dentro d’água.