PECULIARIDADES – Ana Ceres ressalta ainda, que Ilhéus apresenta algumas peculiaridades a serem levadas em conta, uma vez que registra elevados índices de violência sexual infanto-juvenil, “e por ser uma cidade turística e portuária, oferece condições favoráveis a prática da exploração sexual.” Ela explica que a inserção da criança e do adolescente no Programa Sentinela é definida através do estudo de caso, que avalia qual a proposta mais adequada. No processo, o primeiro passo é a inserção do jovem na família e na escola, ao tempo em que busca na rede de proteção do município, programas e atividades de lazer, cultura e esporte de acordo com a idade e a necessidade de cada criança ou adolescente atendido.
Já as denúncias podem ser feitas através da comunidade local, em escola, postos de saúde, conselho tutelar, juizado da infância ou mesmo no Ministério Público e na Delegacia da Mulher, mas a grande maioria delas é efetuada por telefonemas anônimos. A metodologia de atendimento é centrada no trabalho psicossocial, com visitas domiciliares, apoio à família, à criança e ao adolescente, bem como através do encaminhamento à rede de proteção. O Programa Sentinela envolve ainda um trabalho de mapeamento de rua realizado pelos educadores, além de um trabalho educativo com palestras preventivas, informativas e educativas em escolas, sindicatos e associações. Outras informações podem ser obtidas através do telefone 634-7228.
Ana Ceres estima que por ano, são atendidas em média 80 crianças e adolescentes. O programa tem financiamento múltiplo e os recursos do governo federal são destinados ao pagamento da equipe técnica, ficando a prefeitura responsável pela manutenção e funcionamento do Centro de Referência, assumindo os gastos com aluguel, luz, água, telefone, alimentação, material didático, combustível e tudo mais.