A criação de uma secretaria específica que aproxime as pequenas e microempresas ao
governo federal, foi o ápice das discussões do XXVI Congresso Estadual do Comércio
Lojista, evento realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia
(FCDL), no complexo hoteleiro de Costa de Sauípe, no último final de semana. A
criação de uma secretaria nacional da pequena e microempresa, vinculada diretamente
à presidência da república, foi a principal proposta contida no documento entregue
pelos comerciantes baianos, ao ministro Jaques Wagner, do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Na opinião do presidente da FCDL/Bahia, Joaquim Fonseca Júnior, uma secretaria
nacional desse porte vai agilizar a articulação e negociação de projetos pertinentes
ao setor, junto aos ministérios envolvidos e, esse órgão daria maior poder de
pressão ao segmento, frente aos grandes grupos políticos e econômicos do país que
não vêem as pequenas e microempresas como as maiores geradoras de emprego, nos
últimos anos. Com a criação dessa secretaria específica o governo federal vai passar
a dar um tratamento igualitário para os grandes, pequenos e microempresários,
inclusive, abrindo linhas de credito com juros mais significativos.

Joaquim Fonseca e Jamil Ocké, assegura o Ministro Jaques Wagner, demostraram
sensibilidade à proposta dos lojistas baianos e se comprometeu a encaminhar o
documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A idéia de uma secretaria da
pequena e micro empresa vinculada à Presidência da República não é novidade. Países
como a Argentina, Colômbia, Bolívia e outros já dispõem de órgão semelhante, e a
experiência vem obtendo êxito no objetivo de promover o segmento”, explica. Por
outro lado o tributarista Marcos Cintra defendeu a retomada do debate sobre a adoção
do imposto único no país, tese que vai de encontro aos anseios das lideranças
lojistas. “Um imposto, baseado no modelo da CPMF, seria mais universal, abrangente e
praticamente impossível de ser sonegado”, advertiu.