CLONAGEM DE CACAU AMPLIA COMBATE À VASSOURA-DE-BRUXA

A cacauicultura baiana vem se recuperando gradualmente graças ao surgimento
constante de novas variedades de clones
Mais cinco clones de cacau resistentes à vassoura-de-bruxa foram lançados pelo
Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec), órgão vinculado à Comissão Executiva do Plano
da Lavoura Cacaueira (Ceplac). As novas variedades são a LC Teen 37/A e a CCN 51,
ambas do Equador, Cepec 515, descendente da Scavínia, mas produzida pelo próprio
Cepec, além da SJ-02 e da RVID-08, elaboradas por produtores. Com os novos clones,
adquiridos através de sistema de intercâmbio entre o Cento de Pesquisa e diversos
países, o Cepec contabiliza 36 diferentes variedades no total.

Na avaliação do chefe do serviço de pesquisa do Cepec, José Luis Pires, os novos
clones, que são lançados em média uma vez por ano, representam mais um avanço no
esforço pela revitalização da cacauicultura. “O setor vem se recuperando pouco a
pouco, graças ao surgimento constante de novas variedades de clones, aliado à
recuperação da economia nacional e dos preços do cacau no mercado”, comentou.
Pires lembra que a vassoura-de-bruxa surgiu nos anos 80, e, no final da década,
foram iniciados os programas de melhoramento da lavoura baiana. A praga fez com que
a produção quebrasse fortemente, diz ele, e nacionalmente foi registrada uma queda
de 12% ao ano. “Em 1991, por exemplo, nossa produção era de 356 mil toneladas, e
caímos para 96 mil toneladas na safra 1999/2000. Mas, com o quadro de recuperação,
em 2003/2004 já alcançamos a safra de 144 mil toneladas”, disse.
O chefe de pesquisa do Cepec afirmou ainda que produzir o clone de uma planta é um
processo “extremamente simples”, já que é feito com a retirada de um pedaço de
tecido da própria planta, que é plantado novamente, ou através da união de dois
caules. “Sempre tentamos pegar o maior número de gens diferentes possíveis, para
dificultar a evolução do fungo e reduzir constantemente sua ação”, afirma.
Na Bahia, além do Cepec, a Biofábrica também é responsável pela produção de clones
de cacau, resistentes à vassoura-de-bruxa. Criada em 1999, a Biofábrica conta hoje
com duas unidades, localizadas nos município baianos de Uruçuca e Arataca, que
contabilizam uma produção de mais de seis milhões de mudas de clones e mais 3,8
milhões de garfos de clones (galho para ser enxertado).
José Luis Pires ressalta que os preços dos clones são acessíveis: cada muda é
vendida em média por R$0,20. “Para uma plantação é necessário no mínimo um hectare,
ou seja, 1.110 mudas, que resulta em R$222. Vale lembrar que o próprio produtor pode
depois enxertar as novas plantas nas antigas”.

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